terça-feira, 8 de julho de 2014

Em volta do castelo da Idade Média, nobres protetores e plebeus obedientes formaram uma família social

Castelo de Auzers, Cantal, França.
Castelo de Auzers, Cantal, França.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Com o correr do tempo a família do “sire” que reina sobre o primeiro esboço do futuro castelinho chamado de “motte” se multiplica em novos ramos.

Estes continuam unidos ao tronco pelo espírito de solidariedade que os anima, pelo desejo de ver crescer a sua “pátria”.

Pois “pátria” significa a “terra onde estão enterrados os pais” (do latim pater=pai).

Os artesãos e lavradores também permanecem, de geração em geração, ligados à estirpe do seu senhor.

Todos continuam a reconhecer a chefia do filho mais velho do senhor, i. é, o primogênito.

Todos vêem nele o pai comum, sucessor daquele que foi “pai” e protetor de seus pais. Dão-lhe o nome de barão, título que na origem é bastante largo.

Castelo de Pesteil, Cantal, França.
Esta família maior, oriunda da família básica e conservando os caracteres desta, é a “mesnada”.

Algumas “mesnadas” se destacam por sua prosperidade, seu vigor, sua capacidade de resistir a ataques inimigos.

Atraídos por sua fama, muitos que não se sentem em segurança em sua própria terra ingressam em seu seio, com suas famílias, encontrando ali a proteção de que necessitam e contribuindo para o seu fortalecimento e crescimento.

Com a “mesnada”, a “motte” evolui para o castelo ainda rudimentar.

Duas linhas de defesa o protegem: a primeira formada por um fosso e por uma paliçada de madeira assente sobre uma escarpa de terra, tendo na entrada um pequeno fortim avançado, a barbaça.

A segunda — separada da primeira por um fosso chamado liça, no qual havia às vezes hortas e jardins — é uma robusta muralha de pedra, entremeada de torres e circundada por um caminho de ronda, por sua vez protegido por um parapeito com ameias.

Castelo de Almansa, Albacete, Espanha
Atravessa-se essa muralha por uma porta ladeada por duas torres, dotada de ponte levadiça e de uma grade de ferro que se move no sentido vertical.

Dentro do castelo há duas áreas.

Na primeira estão as habitações dos artesãos e os abrigos dos camponeses — que já não moram dentro, mas ao redor das fortificações — onde se refugiam em caso de ataque, com suas famílias, seus bens e seus animais.

Na segunda ficam as acomodações dos companheiros e parentes mais remotos, a pequena capela (em geral sede da paróquia, centro da vida espiritual e alma dessa comunidade) e a torre de menagem, residência do barão e de sua família mais próxima, que continua sendo o centro da resistência, o último reduto da defesa.

Sobre ela, dominando tudo, a torre de vigia. Enquanto o casario é de madeira, dando ainda a impressão de acampamento, a muralha, as torres e o imponente “donjon” já são de pedra, robustos e duradouros.

(Fonte: “Catolicismo”, nº 57, setembro de 1955)


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7 comentários:

  1. eua adoooooooooro a idade media. queria ser desse tempo

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  2. a idade media é loka e fascinante

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  3. Espetacular adoro castelos ainda mais estes criados pelo esforço dos homens daquele período, pois com toda certeza odiariam serem chamados de medievais, de medianos, pois o tempo dos homens é o agora e as obras testemunham a grandeza do período, pois quase ninguém vai a Europa ver coisas modernas somente as medievais como os castelos fruto da grandeza humana e da fé em Cristo e na Ordem.

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  4. Joana Benedita de Lima Moraes9 de julho de 2014 às 11:06

    Impressionante! Lindos....sem palavras. Obrigada!

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  5. Jane Cristina Aquino9 de julho de 2014 às 14:15

    Mais uma vez obrigada por compartilhar comigo. Adoro!

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  6. Interessante a forma com que construiam os castelos, grandes fortalezas de pedra, mas com a sutileza do gotico.
    Fascinante, poderia-mos dizer que o útil se fundiu ao belo... charme com vigor, proteção com glamour.
    Perfeito, em suas proporções, que o tornam unico e maravilhoso; obra de pessoas de puro espirito.

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  7. roberto luiz vieceli27 de julho de 2015 às 22:26

    Eu me identifico muito com a idade média por causa da grandeza das construções e provavelmente o pensamento das pessoas também era assim. A vida desta epoca não tinha a preocupação que nós temos hoje.

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