quarta-feira, 16 de outubro de 2024

VILA NOVA DO OURÉM: perfume da realidade primitiva, boa, reta e cheia de vida

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Para quem experimenta encanto na análise do linguajar das nações, Vila Nova do Ourém é um nome delicioso! Delicioso no quê?

Talvez um português, nascido em Portugal, não sinta isso tão bem quanto um descendente de português, nascido do lado de cá do Atlântico.

O castelo remonta aos tempos do fundador de Portugal Dom Afonso Henriques e dos templários.

Segundo documento de 1180 o lugar se chamava em latim Auren.

No documento de doação do eclesiástico em 1183 por D. Teresa, filha de D. Afonso Henriques, o local onde foi construído o castelo anteriormente se chamava Abdegas.

“Aprouve-me fazer testamento do eclesiástico de Ourém, que antes se chamava Abdegas”, diz.

No foral de Leiria de 1142 o nome Ourém (Portus de Auren) aparece, pela primeira vez, e volta a aparecer em documentos de 1167 do bispo de Lisboa a Dom Afonso Henriques.

O núcleo histórico da cidade desenvolveu-se em torno do castelo que teve no tempo de D. Afonso IV, conde de Ourém, um período de grande desenvolvimento.

Ourém exprime o sabor e o perfume das realidades elementares, primitivas, boas, retas e cheias de vida.

Da terra, da pedra, do ferro, do leite recém-tirado de uma cabra, ovelha ou vaca, de uma rajada de vento carregado com cheiro de ervas.

Dessas coisas não trabalhadas, mas que contêm, em germe, civilizações. Magníficas, quando a civilização as trabalha. Mas, já desde o primeiro aspecto, atraentes e encantadoras, e que lucram muito e perdem um pouco quando a civilização as aperfeiçoa.

De maneira que, quando se as vê no estado natural, há um certo encanto próprio a uma realidade que se apalpa com as mãos, e um perfume bom, mas que o civilizado reputaria forte demais.

Vila é um lugar pequeno. Vila Nova do Ourém é um nome que sugere a existência de um passado antigo, em que é concebível ter havido uma vila velha, e depois uma vila nova, cujo acesso se dava por longa estrada do gênero caminho de cabra, substituída depois por alguma auto-estrada standard, que se percorre em poucos minutos.

Então, Vila Nova e Vila Velha tornaram-se subúrbios uma da outra, e ambas satélites de uma cidade enorme, localizada perto, que englobou todas as vilas. E, com isso, elas perderam seu encanto. Mas o nome ficou: Vila Nova do Ourém, Portugal!

Não conheço lugar onde o real se apresente de um modo tão carregado de cores, tão truculento e encantador como em Portugal.





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2 comentários:

  1. A beleza destes castelços parecem sempre-viva.

    Parabéns...

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  2. Podia colocar o endereço dos castelos.
    luciana_tlc@hotmail.com

    ResponderExcluir

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