Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Para quem experimenta encanto na análise do linguajar das nações, Vila Nova do Ourém é um nome delicioso! Delicioso no quê?
Talvez um português, nascido em Portugal, não sinta isso tão bem quanto um descendente de português, nascido do lado de cá do Atlântico.
O castelo remonta aos tempos do fundador de Portugal Dom Afonso Henriques e dos templários.
Segundo documento de 1180 o lugar se chamava em latim Auren.
No documento de doação do eclesiástico em 1183 por D. Teresa, filha de D. Afonso Henriques, o local onde foi construído o castelo anteriormente se chamava Abdegas.
“Aprouve-me fazer testamento do eclesiástico de Ourém, que antes se chamava Abdegas”, diz.
No foral de Leiria de 1142 o nome Ourém (Portus de Auren) aparece, pela primeira vez, e volta a aparecer em documentos de 1167 do bispo de Lisboa a Dom Afonso Henriques.
O núcleo histórico da cidade desenvolveu-se em torno do castelo que teve no tempo de D. Afonso IV, conde de Ourém, um período de grande desenvolvimento.
Ourém exprime o sabor e o perfume das realidades elementares, primitivas, boas, retas e cheias de vida.
Da terra, da pedra, do ferro, do leite recém-tirado de uma cabra, ovelha ou vaca, de uma rajada de vento carregado com cheiro de ervas.
Dessas coisas não trabalhadas, mas que contêm, em germe, civilizações. Magníficas, quando a civilização as trabalha. Mas, já desde o primeiro aspecto, atraentes e encantadoras, e que lucram muito e perdem um pouco quando a civilização as aperfeiçoa.
De maneira que, quando se as vê no estado natural, há um certo encanto próprio a uma realidade que se apalpa com as mãos, e um perfume bom, mas que o civilizado reputaria forte demais.
Vila é um lugar pequeno. Vila Nova do Ourém é um nome que sugere a existência de um passado antigo, em que é concebível ter havido uma vila velha, e depois uma vila nova, cujo acesso se dava por longa estrada do gênero caminho de cabra, substituída depois por alguma auto-estrada standard, que se percorre em poucos minutos.
Então, Vila Nova e Vila Velha tornaram-se subúrbios uma da outra, e ambas satélites de uma cidade enorme, localizada perto, que englobou todas as vilas. E, com isso, elas perderam seu encanto. Mas o nome ficou: Vila Nova do Ourém, Portugal!
Não conheço lugar onde o real se apresente de um modo tão carregado de cores, tão truculento e encantador como em Portugal.
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A beleza destes castelços parecem sempre-viva.
ResponderExcluirParabéns...
Podia colocar o endereço dos castelos.
ResponderExcluirluciana_tlc@hotmail.com