Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Eu acho sustentável que o castelo de Chantilly é mais bonito que o de Versailles.
É de conto de fadas. Isso é palácio de um rei!
A água tem um papel veneziano aí.
A vontade é tomar uma gôndola francesa, toda dourada, e dar um giro.
O estilo é de uma beleza quase angélica.
Não há palavras para defini-lo.
Tem-se vontade de rezar três Ave-Marias, porque nesses lugares assim tem no fundo sangue de Cristo e suor do Carlos, o Grande.
Plinio Corrêa de Oliveira. Texto sem revisão do autor.
Um sonho feito de pedra, água, jardins e ... creme chantilly
Na região de Oise no norte geográfico da França, não longe de Paris, o castelo remonta a uma antiga fortificação medieval.
Essa era acantonada de sete torres e rodeada por fossos com água, construída sobre um terreno pantanoso do vale do rio Nonette, controlando a rota de Paris para Senlis.
O castelo foi pilhado e destruído mais de uma vez.
Foi reconstruído por Pierre d'Orgemont, antigo chanceler do rei Carlos V, entre 1386 e 1394.
A família de Orgemont após três gerações legou Chantilly à poderosa família de Montmorency.
O mais ilustre deles foi o chefe dos exércitos Reais Anne de Montmorency (1492-1567), que fez renovar a fortaleza, mandou construir a Capitania, ou Petit Château, edificou sete capelas das quais três estão conservadas e mandou traçar os primeiros jardins.
A família de Montmorency se engajou na liderança do partido calvinista, ou protestante, nas guerras de religião.
Por fim, em revolta contra a autoridade Real, Henrique II de Montmorency foi executado em Toulouse em 1632.
Os seus bens foram confiscados pelo rei católico Luís XIII.
A última princesa de Montmorency, Charlotte casou com Henrique II de Bourbon-Condé, dos quais o filho, Luís II de Bourbon-Condé, o célebre e “grande Condé”, um dos maiores marechais da França, acabava de vencer a Batalha de Rocroi. Chantilly passou, assim, para a Casa de Condé, ramo protestante da Casa de Bourbon.
Luís II de Bourbon-Condé (1621-1686), sempre tomou partido contra a corte real pois a coroa tinha ficado com o ramo católico.
Teve o castelo confiscado em 1652 e recuperado em 1659. Vivia afastado de Versailles cujos costumes censurava como huguenote que era, e consagrou todos os seus cuidados ao seu domínio. Fez desenhar o parque por André Le Nôtre.
Reconciliada com o rei, a família levava uma vida brilhante no castelo que embelezou de todas as formas.
Mas foi só eclodir a Revolução Francesa que Chantilly foi confiscado como “bem nacional” em 1790.
Em 1792, foi invadido e pilhado pela gentalha revolucionária, devastado, e utilizado como prisão durante o Terror.
Em 1799, o palácio foi vendido a preço vil por “assignates”, primeira moeda em papel criada pela Revolução Francesa.
Os adjudicatários, Damoye e Boulée, partiram logo para a demolição para roubar os preciosos materiais de construção. Foram poupados o Petit Château e as Grandes Cavalariças, pela fuga dos empresários antes de poder destruí-los.
À morte do último dos Condé, em 1830, Henrique de Orleans, Duque de Aumale (1822-1897), herdou Chantilly arrasado.
E ordenou a reconstrução desde 1876 a 1882, sobre as suas antigas fundações
Hoje Chantilly compreende dois edifícios principais: o Grand Château e o Petit Château.
Na Primeira Guerra Mundial, Chantilly foi quartel general ao marechal Joffre e acolheu várias conferências entre os Aliados.
Atualmente é propriedade do Instituto de França e pode ser visitado.
O literato Louis-Sébastien Mercier escreveu dele:
“Nunca encontrei nada comparável a Chantilly nos arredores da capital. (...)
“Trinta viagens neste lugar encantado não diminuíram a minha admiração. É o melhor casamento feito entre a arte e a natureza”.
As grandes cavalariças são uma obra prima e abrigam o Museu vivo do cavalo.
O castelo emprestou seu nome ao famoso creme chantilly que foi nele oferecido por um cozinheiro do príncipe de Condé ao rei Luis XIV.
Era feito com um creme de leite que não era considerado dos mais nobres porque muito gorduroso. Mas talento é talento, mão é mão e hoje o mundo se delicia com ele.
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ResponderExcluirObrigada...de Portugal
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