Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A foto é de uma galeria do castelo francês de Fontainebleau (séc. XVI).
Uma galeria com perspectivas colossais, nobres e imponentes. De dimensões tão amplas, que nela realizavam-se festas e bailes.
Chamo a atenção para o teto. Os caixilhos formam desenhos lindíssimos.
Os lustres, altos e elegantes, causam a sensação de que estão flutuando.
A preocupação ornamental é toda estabelecida por um jogo de luz refletido no assoalho.
As janelas, muito altas, com um tipo de cristal vagamente leitoso, de maneira que a luz entra meio tamisada, tocando o assoalho esplendidamente encerado.
Uma luz nobre, que revela a categoria de espírito, numa espécie de mundo irreal, superior, diáfano.
Quase um mundo de fadas, no qual se movimentam a sublimidade real e o esplendor da aristocracia.
O jogo de luz da janela, com o marrom claro, uma cor meio pérola, dá a nota cromática da galeria.
Um painel com um escudo com as três flores de lis e elementos heráldicos se repete, formando painéis muito variados; as banquetas repetem-se também.
Unidade na variedade, compondo uma harmonia central: no fundo, duas portas servem de enquadramento para um busto do Rei Francisco I, nimbado de glória dentro do jogo de luz.
O que me parece tão bem pensado que o indivíduo vê a galeria, gosta, mas não é capaz de explicitar, pois, para isso, é preciso tempo.
Convém imaginar nessa galeria as danças da época, que começavam com a pavana e acabavam com o minueto.
Ao som de uma orquestra com alguns violinos tocando, damas riquissimamente vestidas fazem reverência ao Rei e começam a dançar, enchendo a galeria com suas harmonias, seus perfumes e reflexos; o brilho das roupas e a elegância das pessoas famosas — senhoras e senhores que tinham governado feudos, participado de guerras e de ações diplomáticas.
Nesse ambiente, notamos um dos aspectos do esplendor. Eu sustento que quem é capaz de amar isso, tem capacidade muito maior de idealismo e de amar a Deus, do que quem não ama esse esplendor.
(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, 31.10.1966. Sem revisão do autor).
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Lindo!!! Obrigada!!
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