Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O castelo de Langeais foi reconstruído a partir de 1886 por um magnata francês de nome Jacques Sigfried, estudioso dos costumes da época medieval. O prédio estava todo escangalhado.
A seu lado existem as ruínas da mais antiga torre feudal da França, do século X.
Sigfried determinou no seu testamento que ele e sua mulher fossem enterrados lá.
É uma bonita ideia.
A não ser enterrado numa igreja, aos pés de um altar, a coisa mais bonita é ser enterrado aos pés de um edifício histórico desse alcance.
O castelo é puro conto de fadas. Ele foi completamente remobiliado e redecorado com grande rigor histórico.
Possui peças muito bonitas. O interior de Langeais alarga o espírito ver.
Numa sala, bonecos de cera feitos pelo Grevin, representam o casamento do Carlos VIII com Ana da Bretanha. Os bonecos levam trajes de época.
Há presente um bispo oficiante e um outro assistindo. Também figura a Ana de Beaujeu, irmã do Rei casada com o Príncipe de Bourbon.
O grupo está muito bem apresentado, muito interessante e dá muita vida à sala.
A chaminés são bonitas.
O banco que não tem dorso, numa sala de espera fica muito bonito.
A muito boa boiserie das paredes está marcada pela venerabilidade da madeira velha.
Nos cantos havia grandes suportes de metal no alto do qual colocavam velas, ou matérias odoríferas, que ambientavam mais.
Os grandes castelos de épocas posteriores, como Versailles ou Meaux, não se baseiam nesse princípio de beleza.
São outros princípios de beleza inferiores.
A fachada do castelo dá a impressão de uma coisa viva.
Mas no pátio percebe-se um pouco de melancolia e tristeza que vêm da época do romantismo em que o castelo foi refeito.
No jardim tem-se impressão de notar ainda as pessoas com os trajes daqueles bonecos andando lá e dando risada, conversando, jogando de bola com alguma raquete, bebendo alguma bebida.
Mas, de repente tudo aquilo desapareceu e a própria Idade Média se esvaiu deixando lugar para o vazio moderno.
Quais foram os últimos habitantes medievais de Langeais?
Houve alguém que fosse tocar alaúde sozinho em Langeais, quando o castelo estava vazio? Não sabemos.
Se a Idade Média tivesse continuado, quais novos estilos teriam aparecido?
De que maravilhas o mundo teria se enchido? Como seriam as pessoas que a gente encontraria pela rua?
Como seria um casamento? Uma festa? Um bispo?
São coisas nas quais Langeais nos convida a pensar.
Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Sem revisão do autor.
Pátio interior. |
Langeais emerge das profundezas da história medieval
O castelo de Langeais fica ao norte do rio Loire famoso na França e no mundo por seus castelos históricos e não longe da cidade de Tours de grande importância na Idade Média.
Por volta do ano mil, a região – conhecida como Touraine – era disputada por dois grandes senhores: o conde de Anjou – o célebre Foulques Nerra – e o conde de Blois, Eudes I.
A disputa era típica da anarquia feudal que adveio após o desabamento do império de Carlos Magno. Essa era foi fechada pela reforma cluniacense na ordem religiosa e politicamente no reinado de São Luis IX.
Sobre a pitoresca vida do turbulento Foulques Nerra, veja: Foulques Nerra, grande construtor de castelos: “seus remorsos estavam à altura de seus crimes”
Sobre como São Luis IX pôs fim à anarquia feudal na França, veja: O banquete de Saumur
Sobre a imensa reforma cluniacense, religiosa e também cultural, veja: CLUNY
O refeitório de Langeais. |
Ele erigiu um verdadeiro castelo sobre um promontório para defender as fronteiras orientais de seu feudo de Anjou. Ainda restam vestígios do donjon ou torre de menagem.
O castelo conheceu uma vida movimentada, sendo ocupado pelos inimizados condes de Blois e de Anjou até que em 1044 passou para a família Plantageneta, e depois por um jogo de herança para os reis da Inglaterra.
Ricardo Coração de Leão mandou ampliá-lo. Em 1206 voltou a fazer parte da França após as vitórias do rei Felipe Augusto – avó de São Luis IX – sobre o rei inglês João sem Terra.
O antigo castelo acabou sendo destruído pelos ingleses na Guerra dos Cem Anos, e dele só subsiste uma fachada da torre de menagem chamada de “donjon de Foulques Nerra”.
O castelo atual foi refeito novo pelo rei francês Luis XI em 1465. Acabou sendo completado em 1469.
Desde então, o castelo ficou em paz e foi cedido pelos reis franceses a grandes senhores feudais.
Tapeçarias de Langeais. |
Esse casamento significou um passo decisivo para a reunião do Ducado de Bretanha, até então independente, ao reino da França.
No século XIX, Langeais foi objeto de uma grande restauração por iniciativa privada e passou a albergar uma excelente coleção de móveis de época.
Bem conservado e fielmente restaurado, Langeais é um dos mais belos exemplos da arquitetura do fim da Idade Média com sua ponte levadiça, suas torres e muralhas, caminho de ronda e chaminés monumentais, aos quais foram acrescentados decorações típicas da Renascença.
Quinze salas mobiliadas e decoradas apresentam uma coleção única de tapeçarias dos séculos XV e XVI.
A Revolução Francesa, sempre fiel a si própria, fez o que parece ser um apanágio dos políticos republicanos: o roubo de Estado.
A maioria das tapeçarias foi recuperada quase um século depois: em 1880! Elas foram restabelecidas em seus locais originais, onde hoje podem ser admiradas.
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BOA NOITE, LUIS DUFAUR,LINDO CASTELO DE CONTO DE FADAS DE LANGEAIS, AS IMAGENS EM VIDEO COM MÚSICAS ESTÃO BELOS. ASSIM COMO ESSE LINDO CASTELO MEDIEVAL.
ResponderExcluircomo esse castelo pode servir aos estudos sobre a europa medieval?
ResponderExcluirvc conseguiu a resposta?quero mt saber tb?
ExcluirPreciso muito dessa reposta me ajudem por favor
ResponderExcluirque legal estes castelo
ResponderExcluirNossa muito bonito! Bem interessante mesmo! obrigada!
ResponderExcluirLegal!
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