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Nicolas Fouquet (Paris, 27 de janeiro de 1615 Pignerol, 03 de abril de 1683) foi visconde de Melun, Visconde de Vaux, marquês de Belle-Île, e todo-poderoso Superintendente de Finanças do rei Luis XIV.
Também foi protetor e padroeiro dos escritores e artistas.
Em 1653, ordenou a construção de um magnífico castelo em Vaux-le-Vicomte.
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Realidade ou conto de fadas?
Ter-se-ia o direito de hesitar, considerando a harmonia, a leveza, a suprema distinção deste castelo, construído sobre águas de uma serenidade e de uma profundidade dignas de lhe servirem de espelho.
Dir-se-ia até que esta inimaginável fachada foi feita para ser vista principalmente em seu reflexo nas águas límpidas sobre que paira.
Trata-se de uma realidade, sim, mas de uma realidade feérica, nascida do gênio francês.
É o castelo de Chenonceaux, construído no século XVI.
Distingue-o uma harmoniosa interpenetração de força e de graça, de simetria e fantasia, bem típica da alma francesa.
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O Castelo de Pierrefonds é um imponente palácio fortificado, situado no bordo sudeste da Floresta de Compiègne, a norte de Paris, no departamento de Oise.
Ele apresenta a maior parte das características defensivas da Idade Média.
No século XII, já se elevava um castelo no lugar dito de "le Rocher" de Pierrefonds (O Rochedo de Pierrefonds).
Em 1392, o Rei Carlos VI dá-lo a seu irmão Luís de Valois, Duque de Orléans.
Este último oferece o castelo original às Irmãs do Santo Suplício e, de 1393 à sua morte em 1407, faz construir um novo edifício pelo arquiteto da Corte, Jean le Noir, na localização atual.
No reinado de Luis XIII, o castelo ficou na propriedade de François-Annibal d'Estrées que se engajou numa rebelião do "Partido dos Descontentes".
O palácio acabou sendo invadido pelas tropas do Cardeal Richelieu, Secretário de Estado da Guerra.
Pierrefonds: a sala dos Heróis
A ordem foi desmantela-lo, mas era tão grande que a tarefa não foi completada.
As fortificações exteriores foram arrasadas, as caras destruídas e foram praticadas sangrias nas torres e nas muralhas.
O palácio ficou em ruínas durante dois séculos.
Ao longo do século XIX, houve uma redescoberta da arquitetura da Idade Média.
Napoleão III mandou em 1857 o arquiteto Eugène Viollet-le-Duc empreender o seu restauro.
O restauro devia limitar-se a uma simples recuperação das partes habitáveis conservando as ruínas "pitorescas" como decoração.
Porém, o desejo social e cultural de recuperar essa joia medieval, levou o passageiro imperador a mandar fazer uma residência imperial.
Os trabalhos de reconstrução foram empreendidos com ardor por Viollet-le-Duc até sua morte.
Viollet-le-Duc foi além da mera recuperação histórica. Embora imensamente erudito, ele fez mais um palácio de fábula imaginando como terá sido sem se basear estritamente na história do edifício.
Reconhece-se na arquitetura exterior recuperada, os excelentes conhecimentos que tinha da arte do século XIV.
O genial restaurador cuidou do parque como e das fortificações, dando livre curso à sua inspiração muito pessoal, e sendo muito criticado pelos rigoristas amantes de velhos papéis.
Pierrefonds: vista aérea
Viollet-le-Duc fez de Pierrefonds uma de suas mais amadas e triunfantes realizações. Após sua morte antes do fim das obras, seu estilo foi preservado até terminar a construção.
O castelo nunca voltou a ser habitado.
Os detratores reprovaram a reinvenção de uma arquitetura neo-medieval, mas ficaram vencidos pelo feliz resultado.
Viollet-le-Duc fez mostra nesta reconstrução de um extraordinário sentido de elevação e de volumetria e de uma incontestável sensibilidade do local, de um conhecimento do espírito medieval em sua glória.
Ele venceu um espírito meramente arqueológico e, como os medievais outrora, aproveitou a reconstrução para dar uma passo para frente no sentido da tradição, do requinte e da perfeição.
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O castelo de Roquetaillade fica em Mazères, na região da Gironda França. É constituído por duas fortificações, uma do século XI e outra do século XIV, uma perto da outra num mesmo recinto.
O palácio foi salvo no século XIX pela restauração de Viollet-le-Duc, que empreendeu igualmente importantes trabalhos de decoração e criação de mobiliário.
Roquetaillade encontra-se há 700 anos na posse de uma mesma família e foi aberto ao público em 1956.
O lugar foi habitado desde a pré-história. Grutas naturais e um pico rochoso eram favoráveis a uma instalação humana. Os numerosos “S” talhados, encontrados no lugar, testemunham essa presença.
No entanto, a menção a uma fortificação em Roquetaillade só surge pela primeira vez em 778.
Nessa data, Carlos Magno, a caminho dos Pirenéus com o seu sobrinho Rolando (o qual inspiraria a célebre La chanson de Roland, poema épico do século XI), reagrupou o seu exército em Roquetaillade.
O castelo de Saumur não é um sonho de toxicômanos. O castelo tem uma harmonia e um equilíbrio que, ao mesmo tempo em que parece flutuar no ar, não dá a impressão de que vai cair.
Por causa disso ele se divide em duas partes bem nítidas: a parte superior ligeira, leve, graciosa; e a parte inferior, fortíssima.
O castelo tem como que garras postas no chão; são subterrâneos, masmorras, cofres, arquivos, salas de armas na parte fortíssima. Esta segura o castelo e o equilibra no que ele poderia ter de demais aéreo.
Se o castelo fosse todo como a parte de baixo, seria um pesadelo.
Se fosse tudo como é em cima, seria uma brincadeira.
Mas ele não é nem um pesadelo, nem uma brincadeira. É uma obra-prima de equilíbrio de espírito, em que cada coisa tem seu papel.
O que toca na terra é sólido, sério, vigoroso, guerreiro. São muralhas de uma fortaleza. De quando em quando há uma seteira. Não há janela.
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O castelo Saumur como está representado nas “Très Riches Heures du duc de Berry” nunca existiu como é representado na maravilhosa iluminura.
O castelo histórico, embora muito belo, foi abandonado nos tempos modernos, período que medeia entre a Idade Média e a Revolução Francesa.
Pode-se entrementes indagar se a iluminura das “Très Riches Heures du duc de Berry” é “autêntica”, ou seja, se ela reproduz o que foi o castelo.
E aqui o julgamento deve ser cuidadoso. Houve o castelo de pedra historicamente existente e houve também na alma dos homens um sonho construído a partir desse mesmo castelo.
Saumur foi um dos mais belos castelos da Idade Média e um daqueles em que melhor se exprimiu o sonho para o qual tendia a Idade Média.
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Há certamente um pouco de má vontade vontade em qualificar o rei Luís II da Baviera (1845-1886) apenas de demente.
Pois ele foi apelidado também de “Rei Cisne” ou “Rei de Conto de Fadas”, tendo escrito o seguinte belo texto:
“É minha intenção reconstruir a ruína do velho castelo em Hohenschwangau, próximo do Desfiladeiro de Pollat, no verdadeiro espírito dos velhos castelos dos cavaleiros alemães […]
“ a localização é a mais bela que alguém pode encontrar, sagrada e inacessível, um templo digno para o divino amigo que trouxe a salvação e a verdadeira bênção ao mundo”.
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Do Japão geralmente só se ouve hoje falar em termos de bips, chips, business. Mas isto não é objetivo, pois, para quem sabe ver, trata-se de um apreciável país.
Durante o período Nara — 545 a 794 — havia muitos senhores feudais que passaram a se envolver em combates.
Foi desde então que começaram a erguer estruturas e construções cercadas por fossos, que ganharam o nome de Kinowa e Kinowasaku.
Essas construções eram usadas para a própria defesa dos Daimyo, como eram chamados os senhores feudais da história japonesa.
Em que sentido um castelo japonês é diferente do castelo do ocidente medieval?
“Do castelo europeu, tem-se a impressão de que deita as garras no rochedo. É constituído de torres fortes, prontas para desafiar o vento e o clima hostil.
“No castelo medieval, os muros são guarnecidos de ameias e barbacãs para os guardas circularem, a fim de proteger a muralha contra o adversário.
“Em volta das torres há o fosso com água e a ponte levadiça. […]
“O castelo japonês é um edifício delicado, nobre, próprio a um povo voltado para o sonho.
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A medida que os costumes se suavizavam por obra da Igreja, a guerra medieval acabou ficando estritamente localizada.
Reduzia-se frequentemente a um simples passeio militar, à tomada de uma cidade ou de um castelo.
Os meios de defesa são então muito superiores aos de ataque.
As muralhas, os fossos de uma fortaleza garantem a segurança dos sitiados.
Uma corrente estendida ao longo da entrada de um porto constitui uma salvaguarda, pelo menos provisória.
La Couvertoirade é uma antiga sede dos templários
no centro da França.
Para o ataque, a quase nada se recorre, apenas às armas de mão: espada e lança.
Se um belo corpo-a-corpo arranca dos cronistas gritos de admiração, eles só têm desdém pelas armas de covardes — o arco ou a besta — que diminuem os riscos, mas também as grandes façanhas.
Para cercar uma praça, utilizam-se máquinas: catapultas, manganelas, como a sapa e a mina.
Mas confia-se sobretudo na fome e na duração das operações para submeter os sitiados.
Também as torres de menagem estão providas adequadamente.
Enormes provisões de cereais amontoam-se em vastas caves, que a lenda romântica transformou em “masmorras”.
Arranjam-se de modo a ter sempre um poço ou uma cisterna no interior da praça-forte.
As masmorras eram vastas caves que serviam de reserva. Continham apenas um orifício circular no meio da abóbada, pelo qual se faziam passar os cestos para tirar o grão.
Elas existem ainda em certos países, como por exemplo, a Argélia.
Quando uma máquina de guerra é demasiado mortífera, o papado proíbe o seu uso.
Stirling foi disputado durante séculos entre a Escócia e a Inglaterra.
A pólvora de canhão, cujos efeitos e composição se conhecem desde o século XIII, só começa a propagar-se no dia em que a autoridade dos Papas já não é suficientemente respeitada, e em que já se começam a esboroar os princípios da Cristandade.
(Autor: Régine Pernoud, “Lumière du Moyen Âge”, Bernard Grasset Éditeur, Paris, 1944)
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O castelo de Chambord voltou a exibir seus esplendorosos jardins à francesa, mercê de um mecenas estrangeiro, noticiou Francetvinfo.
Esses jardins eram considerados no século XVIII um modelo de perfeição, até que a Revolução Francesa e seus sucessores os relegaram à morte.
O ódio igualitário se abateu contra as flores aristocráticas, os desenhos superiores, os panoramas evocadores do Céu Empíreo.
Um mundo de amadores de todas as classes sociais ali se deliciava com um reflexo da beleza divina do Supremo monarca e Criador do universo.
A Revolução do democratismo chulo condenou esses jardins a um lento e desgastante abandono. No fim, só ficou um gramado gigante onde todas as folhas são iguais.
Mas no século XXI, cientes da feiura do crime e da torpeza praticada, estudiosos saíram à procura dos planos do passado e os exumaram conscienciosamente. E assim refizeram o mapa das belezas vegetais dos tempos reais.
“Graças às pesquisas arqueológicas, levantando o gramado pudemos encontrar os canteiros das plantações. Encontramos todos os blocos de terra que estavam plantados”, explicou Pascal Thévard, engenheiro-chefe do canteiro de obras para restaurar o maravilhoso.
É um dos maiores canteiros da Europa nos presentes dias. Custou 3,5 milhões de euros e foi financiado por um mecenas americano mais sensível à beleza que os herdeiros do prosaísmo revolucionário.
Foram necessários cinco meses de trabalhos com grandes equipamentos, num exercício de alta precisão e com margem de erro de quase um centímetro.
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Os aspectos dos castelos ressaltados pelo fotógrafo sublinham um reflexo de Deus brilhando em obras feitas por homens.
Neles aparece o espírito da Igreja Católica, pois foi a Igreja Católica que inspirou as almas que os criaram.
Há, portanto, uma justificativa religiosa para as sensações da ordem metafísica que esses castelos transmitem. Não se trata de meras sensações superficiais e passageiras.