Antiga residência bretã da Madame de Sévigné, é um palácio rural gótico do século XV, nas proximidades de Vitré. Possui uma capela octogonal, construída pela Marquesa em 1671, cavalariças e uma ala de serviço acrescentada no século XVIII.
O jardim à francesa foi criado em 1689 e restaurado em 1982. Madame de Sévigné, possuidora de vários domínios, permaneceu por longos periodos no Château des Rochers. Nesta propriedade escreveu um grande número das famosas cartas endereçadas à sua filha.
A propriedade ainda pertence aos descendentes distantes dos Sévigné. Pode visitar-se a capela e um parte do palácio, onde há retratos da família e alguns objetos da Marquesa.
Talcy
No Vale do Loire, foi encomendado em 1520 por Bernardo Salviati, banqueiro florentino ligado com a família Médici.
No castelo existe a “chambre de la Médicis”, onde Catarina de Medici e o seu filho Carlos IX planearam o Massacre do dia de São Bartolomeu, a 28 e 29 de Junho de 1572, que significou um forte freio ao incêndio huguenote.
Beaumaris Castle
Em País de Gales, foi construído pelo rei Eduardo I de Inglaterra para conquistar o norte de Gales. Começado em 1295 nunca foi concluído.
O castelo tem uma doca de maré, permitindo-lhe ser abastecido diretamente pelo mar e é rodeado por um fosso cheio de água. As defesas incluem numerosas seteiras engenhosamente situadas e as entradas são protegidas por “buracos assassinos”, a partir dos quais podiam ser derramadas substâncias como óleo quente sobre as forças inimigas. Os atacantes do Beaumaris Castle teriam encontrado 14 obstáculos separados e quatro linhas de fortificação resultantes de “paredes dentro de paredes”.
No século XIV as muralhas exteriores foram ameadas. Beaumaris não sofreu uma destruição deliberada durante a Guerra Civil Inglesa.
Eu
O condado de Eu foi criado em 996 por Ricardo, neto de Rolando, para defender a Normandia.
Em 1180, São Laurent O'Toole, arcebispo de Dublin e legado do Papa, ali faleceu. Em 1430, durante a Guerra dos Cem Anos, Joana d'Arc, aprisionada em Compiègne pelos ingleses e conduzida a Ruão, passou por Eu, onde passou a noite.
No final do século XVI, o duque Henrique I de Guise iniciou a construção de um novo e vasto castelo. No século XVII, foi residência da famosa Grande Mademoiselle, duquesa de Montpensier e prima de Luís XIV. A Grande Mademoiselle enriqueceu-o e decorou-o.
No século XIX, passou aos duques de Orléans que o restauraram. Foi residência da Família Imperial Brasileira no exílio. Gastão de Orleans, Conde d'Eu, residiu em Eu com a princesa Isabel do Brasil, e três filhos. Os seus descendentes residiram no castelo até 1945.
Na década de 1940, os Orleans e Bragança venderam o castelo a Assis Chateaubriand. Em 1961 foi adquirido pelo governo francês. Abriga o Museu Luís Filipe que guarda também peças da Família Imperial Brasileira.
Loches
No Vale do Loire em França, construído no século IX cerca de 500 metros acima do rio Indre.
Concebido por Henrique II de Inglaterra e o seu filho, Ricardo Coração de Leão durante o século XII, foi capturado pelo Rei Filipe II em 1205 que o transformou numa grande fortaleza militar. Foi residência favorita de Carlos VII de França.
Durante a Revolução Americana, a França que lutou contra a Inglaterra utilizou o castelo como prisão para os ingleses.
O tufão do ódio anti-monárquico da Revolução Francesa saqueou-o e danificou-o severamente. Ainda hoje há partes visíveis apenas como ruínas malgrado as restaurações.
Quéribus
Na região de Languedoc-Roussillon, na França. Último baluarte cátaro conquistado pelos cruzados em 1255.
Queribus é um do “cinco filhos de Carcassonne”, junto com Aguilar, Peyrepertuse, Termes e Puilaurens: cinco fortes estrategicamente erguidos para defender a fronteira francesa contra a Espanha.
Peyrepertuse
Impressionante “ninho de águia”, na região de Languedoc-Roussillon, na França, vigiava os vales circundantes e controlava os desfiladeiros podendo se comunicar-se por sinais com o castelo de Quéribus, um pouco mais ao Sul.
O local foi ocupado pelos Romanos no século I a.C. As primeiras referências medievais são do ano de 806, quando ele pertencia à Catalunha. O castelo integrou o condado de Barcelona, e depois o viscondado de Narbona. Pelo Tratado de Corbeil em 1258 o Languedoc ficou com a França.
Na época da Cruzada contra os heréticos albigenses pertenceu a Guillaume de Peyrepertuse, excomungado em 1224. Ele se submeteu após o cerco de Carcassonne. São Luís reforçou o castelo em 1242, acrescentando-lhe o “torreão de San-Jordy”. O conjunto era uma das fortalezas reais ‒ os “cinco filhos de Carcassonne” ‒ que defendiam a fronteira francesa. Na época da Revolução Francesa foi abandonado, caindo em ruínas.
Amboise
Construído num promontório com vista para o Loire, substituído na Idade Média por uma ponte, no século XI, Fulques III o Negro, Conde de Anjou, reconstruíu a fortaleza. Em 1434, o edifício foi adicionado por Carlos VII aos bens da Coroa, depois do seu proprietário, Louis d'Amboise, ter sido acusado de conspiração e executado em 1431. O castelo foi um dos favoritos dos reis franceses.
Carlos VIII, que aqui nasceu e faleceu, fez extensas reconstruções no estilo do gótico flamboyant francês tardio. Depois de 1495 empregou mestres pedreiros italianos, Domenico da Cortona e Fra Giocondo, que aplicaram alguns dos primeiros motivos decorativos renascentistas.
Montségur
Na região do Midi-Pyrénées na França. A 1.207 metros acima do nível do mar ficou célebre pois na montanha houve uma aldeia fortificada onde foi esmagada a fanática heresia cátara em 1244.
Em 1215, o Quarto Concílio de Latrão denunciou a fortificação cátara como reduto de heréticos. Entre 1243 e 1244, Hugues d’Arcis, senescal de Carcassonne e o arcebispo de Narbonne, conduziram a cruzada, e após audaciosa escalada noturna puseram fim ao ninho de subversão e imoralidade. Os cátaros que não abjuraram seus erros pereceram na fogueira.
O castelo atual é obra do Marechal da Fé Guy II duque de Lévis que desejava a nunca mais os heréticos abusassem do local. No século XVII, perdida a sua função estratégica, mergulhou em ruínas. Mas nos séculos XIX e XX procedeu-se à sua restauração.
Montsoreau
Construído em 1455 por Jean de Chambes, conselheiro de Carlos VII na margem do rio Loire, controlava o tráfego entre os rios Chinon e Saumur.
No século XIX o castelo estava abandonado e em ruínas, sendo hoje objeto de extensas obras de renovação.
Castelos em seu email
Troussay
É um dos menores castelos do Vale do Loire. A primeira pedra da mansão foi colocada por volta de 1450, quando Robert de Bugy, escudeiro do rei Francisco I da França, era o senhor feudal.
No século XVII, o domínio foi equipado com áreas comuns e duas alas, enquanto um magnífico jardim formal foi estabelecido. O castelo pertence à família dos proprietários do castelo de Cheverny.
Caernarfon Castle
Construído pelo rei Eduardo I de Inglaterra em 1283, em posição dominante sobre as margens do rio Seiont. Tinha sido o sítio dum forte romano e, mais tarde, dum castelo do tipo madera construido cerca de 1090 por Hugh d'Avranches.
Eduardo II de Inglaterra nasceu aqui em 1284. Em 1646, durante a Guerra Civil Inglesa, a sua guarnição Realista rendeu-se às forças protestantes republicanas.
A tradição de investir o herdeiro do monarca britânico no castelo com o título de Príncipe de Gales começou em 1301 e foi repetido em 1969, com a investidura de Carlos, Príncipe de Gales.
Hoje aloja o Museu dos Fuzileiros Reais Galeses.
Rochester Castle
Na margem Rio Medway, em Rochester, Kent. É um dos mais bem preservados castelos no Reino Unido. Houve uma praça forte nos tempos romanos (cerca do ano 43). A torre de menagem e o castelo normando atual remontam ao ano 1127.
O primeiro castelo normando de Rochester foi provavelmente uma torre de madeira com paliçadas.
O Bispo Gundulf construiu o castelo de pedra. Gundulf fez a Catedral Normanda de Rochester em 1080, e a Torre Branca da Torre de Londres.
O arcebispo da Cantuária, Guilherme de Corbeil começou a construir a grande torre de menagem de pedra em 1127. É a mais alta da Inglaterra e dominou a travessia do rio nos últimos 800 anos.
Teatro de muitos enfrentamentos medievais. No século XV foi poupado pela Guerra das Rosas. Hoje Rochester está ligado ao vizinho estaleiro naval de Chatham que fabrica submarinos.
Barroux
Remonta a um castelo erguido, no século XII, em posição dominante sobre um pico rochoso, vizinha ao qual se desenvolveu a povoação.
No século XIV, o castelo foi transformado em uma magnífica fortaleza.
No século XVIII, foi abandonado, caindo em ruínas.
No início do século XX, uma família adquiriu as ruínas e promoveu a restauração às suas próprias expensas.
Na Segunda Guerra Mundial foi incendiado por tropas alemãs.
Mas a mesma família restaurou-o na década de 1960.
Bayard
Originalmente foi uma fortificação. Na era feudal, somente os Cavaleiros podiam possuir um castelo. Pierre Terrail, bisavô do famoso cavaleiro Bayard, foi o vice-senhor do senhorio de Avallon e empreendeu a construção em 1404.
Os membros da família Bayard passaram uma boa parte da sua vida a combater ao serviço do Rei de França. Pierre III Terrail, o célebre cavaleiro Bayard ali nasceu e foi criado.
MAIS Por matrimônio, o castelo ficou com a família de Noinvilles (1735). Louis-Alphonse de Noinville, emigrante sob a Revolução Francesa, foi o último Senhor de Bayard. Os seus bens foram ilicitamente apreendidos e vendidos em 1795 pelos revolucionários “democráticos”. O castelo ficou em ruínas por longo tempo. As pedras chegaram a ser usadas como material de construção.
As ruínas causadas pela Revolução Francesa foram restauradas por famílias proprietárias.
Beynes
Junto ao Rio Mauldre, na região da Île-de-France, o primeiro castelo, com fosso e muralha, foi construído no século XI.
O rio servia como linha de defesa ocidental do domínio Real, contra a Normandia. Foi tomado pelos ingleses na Guerra dos Cem Anos.
Cerca de 1450, Robert d'Estouteville transformou-o numa residência confortável, desmantelando a torre de menagem e adaptando as fortificações para a artilharia incipiente.
Beynes foi totalmente abandonado durante o bárbaro “século das Luzes” (XVIII) e foi usado como um filão de pedra para construções na aldeia.
Bonaguil
Na fronteira entre o Périgord e o Quercy, na Idade Média, Bonaguil foi sede de uma das quatro baronias do Périgord. Ele é um dos últimos exemplares de castelos-fortes no país.
A sua construção foi iniciada no século XIII, sendo inteiramente reformado no final do século XV pelo barão Bérenger de Roquefeuil. Tem uma superfície de 7.500 m², e é um verdadeiro catálogo das técnicas de fortificação medievais inclusive para resistir à artilharia.
No Renascimento, as grandes famílias seguindo o exemplo do Rei começaram a construir palácios agradáveis e deixaram as fortificações medievais para a pequena e média aristocracia.
Bonaguil encontra-se num notável estado de conservação. Nunca sofreu ataques e foi habitado até a Revolução Francesa.
Brie-comte-Robert
O castelo de Brie-Comte-Robert, na Île-de-France, foi erigido no final do século XII, quando Robert I de Dreux, era senhor de Brie. Em 1254 passou para a família de Châtillon. O castelo tornou-se uma residência de prestígio. Aqui teve lugar, em 1349, o casamento de Filipe VI de França com Branca d'Évreux-Navarre.
Ao final do século XIV, o castelo e seus domínios retornaram à Casa d'Orleães. A partir de Francisco I e Catarina de Médicis, o castelo e seus domínios foram confiados pelo soberano a alguns dos seus validos, muitos dos quais senhores italianos que deixaram o imóvel degradar-se. Em 1750, Germain-Louis de Chauvelin, senhor do castelo, cheio do espírito das Luzes demoliu as torres e as cortinas.
O duque de Penthièvre e sua filha, duquesa d'Orléans, foram os seus últimos senhores. Na Revolução francesa, o edifício foi prisão.
Couches
No antigo ducado soberano da Borgonha, o castelo protegia a estrada que ligava a Paris.
Gaudry, Senhor de Couches iniciou a construção da fortaleza no século XI, que foi ampliada pelos sucessores.
No início do século XVI o domínio passou para a Família de Rochechouart. Em 1590, a guarnição foi exterminada e a fortaleza desmantelada.
No século XIX iniciou-se a reconstrução em estilo neo-gótico. Novas obras aconteceram no século XX por conta da família proprietária.
Chateaudun
O Castelo de Châteaudun foi construído entre os séculos XII e XVI iniciado pelo Conde de Blois Teobaldo V, por volta de 1170. A Sainte-Chapelle foi construída entre 1451 e 1493.
Francisco I de Orléans-Longueville começou a construção da ala norte entre 1469 e 1491.
Durante o Renascimento foi convertido numa confortável residência cujo corpo principal é coberto pelo estilo gótico.
Caen
Construído cerca de 1060 por Guilherme o Conquistador rei da Inglaterra. Num célebre Natal em 1182 reuniram-se no castelo Henrique II de Inglaterra e os seus filhos, Ricardo Coração de Leão e João Sem Terra, e mais de mil cavaleiros.
O castelo, juntamente com toda a Normandia, foi integrado na Coroa Francesa em 1204. O castelo assistiu a vários episódios da Guerra dos Cem Anos.
O feroz ódio contra a história católica da Revolução Francesa demoliu a torre de menagem em 1793, como símbolo do passado hierárquico. O castelo foi bombardeado em 1944 e seriamente danificado.
Javier
Em Navarra, Espanha, cerca de 52 quilômetros a leste de Pamplona. Nele nasceu e viveu São Francisco Xavier, filho dos senhores Javier. Por isso é o destino de uma concorrida peregrinação anual, em homenagem do santo padroeiro de Navarra, chamada “Javierada”.
O castelo remonta a uma fortificação muçulmana do século X. Após a Reconquista cristã da região, em 1236 o castelo foi entregue por Teobaldo I de Navarra a D. Adán de Sada.
Após sucessivas heranças, o castelo passou ao domínio da Casa de Villahermosa.
Ao final do século XIX, seus proprietários iniciaram a restauração. Toda a família participou com fundos próprios para restaurá-lo, edificar uma Basílica e moradias para sacerdotes e casas de exercícios.
Coria
Na província de Cáceres, Estremadura, Espanha. A primitiva ocupação do sítio remonta a uma fortificação romana.
A atual estrutura é do ano 1472, e foi iniciativa do duque de Alba. Consiste em uma torre de menagem de planta pentagonal, e o chamado “castelejo”, torre menor de planta semi-circular. O conjunto é rematado por ameias e por guaritas semicirculares. Todo o perímetro é decorado com arcos e bolas. O brasão de armas do duque encontra-se nas guaritas e sobre o portão de armas. Estilo gótico tardio. É particular.
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Nicolas Fouquet (Paris, 27 de janeiro de 1615 Pignerol, 03 de abril de 1683) foi visconde de Melun, Visconde de Vaux, marquês de Belle-Île, e todo-poderoso Superintendente de Finanças do rei Luis XIV.
Também foi protetor e padroeiro dos escritores e artistas.
Em 1653, ordenou a construção de um magnífico castelo em Vaux-le-Vicomte.
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Realidade ou conto de fadas?
Ter-se-ia o direito de hesitar, considerando a harmonia, a leveza, a suprema distinção deste castelo, construído sobre águas de uma serenidade e de uma profundidade dignas de lhe servirem de espelho.
Dir-se-ia até que esta inimaginável fachada foi feita para ser vista principalmente em seu reflexo nas águas límpidas sobre que paira.
Trata-se de uma realidade, sim, mas de uma realidade feérica, nascida do gênio francês.
É o castelo de Chenonceaux, construído no século XVI.
Distingue-o uma harmoniosa interpenetração de força e de graça, de simetria e fantasia, bem típica da alma francesa.
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O Castelo de Pierrefonds é um imponente palácio fortificado, situado no bordo sudeste da Floresta de Compiègne, a norte de Paris, no departamento de Oise.
Ele apresenta a maior parte das características defensivas da Idade Média.
No século XII, já se elevava um castelo no lugar dito de "le Rocher" de Pierrefonds (O Rochedo de Pierrefonds).
Em 1392, o Rei Carlos VI dá-lo a seu irmão Luís de Valois, Duque de Orléans.
Este último oferece o castelo original às Irmãs do Santo Suplício e, de 1393 à sua morte em 1407, faz construir um novo edifício pelo arquiteto da Corte, Jean le Noir, na localização atual.
No reinado de Luis XIII, o castelo ficou na propriedade de François-Annibal d'Estrées que se engajou numa rebelião do "Partido dos Descontentes".
O palácio acabou sendo invadido pelas tropas do Cardeal Richelieu, Secretário de Estado da Guerra.
Pierrefonds: a sala dos Heróis
A ordem foi desmantela-lo, mas era tão grande que a tarefa não foi completada.
As fortificações exteriores foram arrasadas, as caras destruídas e foram praticadas sangrias nas torres e nas muralhas.
O palácio ficou em ruínas durante dois séculos.
Ao longo do século XIX, houve uma redescoberta da arquitetura da Idade Média.
Napoleão III mandou em 1857 o arquiteto Eugène Viollet-le-Duc empreender o seu restauro.
O restauro devia limitar-se a uma simples recuperação das partes habitáveis conservando as ruínas "pitorescas" como decoração.
Porém, o desejo social e cultural de recuperar essa joia medieval, levou o passageiro imperador a mandar fazer uma residência imperial.
Os trabalhos de reconstrução foram empreendidos com ardor por Viollet-le-Duc até sua morte.
Viollet-le-Duc foi além da mera recuperação histórica. Embora imensamente erudito, ele fez mais um palácio de fábula imaginando como terá sido sem se basear estritamente na história do edifício.
Reconhece-se na arquitetura exterior recuperada, os excelentes conhecimentos que tinha da arte do século XIV.
O genial restaurador cuidou do parque como e das fortificações, dando livre curso à sua inspiração muito pessoal, e sendo muito criticado pelos rigoristas amantes de velhos papéis.
Pierrefonds: vista aérea
Viollet-le-Duc fez de Pierrefonds uma de suas mais amadas e triunfantes realizações. Após sua morte antes do fim das obras, seu estilo foi preservado até terminar a construção.
O castelo nunca voltou a ser habitado.
Os detratores reprovaram a reinvenção de uma arquitetura neo-medieval, mas ficaram vencidos pelo feliz resultado.
Viollet-le-Duc fez mostra nesta reconstrução de um extraordinário sentido de elevação e de volumetria e de uma incontestável sensibilidade do local, de um conhecimento do espírito medieval em sua glória.
Ele venceu um espírito meramente arqueológico e, como os medievais outrora, aproveitou a reconstrução para dar uma passo para frente no sentido da tradição, do requinte e da perfeição.
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O castelo de Roquetaillade fica em Mazères, na região da Gironda França. É constituído por duas fortificações, uma do século XI e outra do século XIV, uma perto da outra num mesmo recinto.
O palácio foi salvo no século XIX pela restauração de Viollet-le-Duc, que empreendeu igualmente importantes trabalhos de decoração e criação de mobiliário.
Roquetaillade encontra-se há 700 anos na posse de uma mesma família e foi aberto ao público em 1956.
O lugar foi habitado desde a pré-história. Grutas naturais e um pico rochoso eram favoráveis a uma instalação humana. Os numerosos “S” talhados, encontrados no lugar, testemunham essa presença.
No entanto, a menção a uma fortificação em Roquetaillade só surge pela primeira vez em 778.
Nessa data, Carlos Magno, a caminho dos Pirenéus com o seu sobrinho Rolando (o qual inspiraria a célebre La chanson de Roland, poema épico do século XI), reagrupou o seu exército em Roquetaillade.
O castelo de Saumur não é um sonho de toxicômanos. O castelo tem uma harmonia e um equilíbrio que, ao mesmo tempo em que parece flutuar no ar, não dá a impressão de que vai cair.
Por causa disso ele se divide em duas partes bem nítidas: a parte superior ligeira, leve, graciosa; e a parte inferior, fortíssima.
O castelo tem como que garras postas no chão; são subterrâneos, masmorras, cofres, arquivos, salas de armas na parte fortíssima. Esta segura o castelo e o equilibra no que ele poderia ter de demais aéreo.
Se o castelo fosse todo como a parte de baixo, seria um pesadelo.
Se fosse tudo como é em cima, seria uma brincadeira.
Mas ele não é nem um pesadelo, nem uma brincadeira. É uma obra-prima de equilíbrio de espírito, em que cada coisa tem seu papel.
O que toca na terra é sólido, sério, vigoroso, guerreiro. São muralhas de uma fortaleza. De quando em quando há uma seteira. Não há janela.
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O castelo Saumur como está representado nas “Très Riches Heures du duc de Berry” nunca existiu como é representado na maravilhosa iluminura.
O castelo histórico, embora muito belo, foi abandonado nos tempos modernos, período que medeia entre a Idade Média e a Revolução Francesa.
Pode-se entrementes indagar se a iluminura das “Très Riches Heures du duc de Berry” é “autêntica”, ou seja, se ela reproduz o que foi o castelo.
E aqui o julgamento deve ser cuidadoso. Houve o castelo de pedra historicamente existente e houve também na alma dos homens um sonho construído a partir desse mesmo castelo.
Saumur foi um dos mais belos castelos da Idade Média e um daqueles em que melhor se exprimiu o sonho para o qual tendia a Idade Média.
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Há certamente um pouco de má vontade vontade em qualificar o rei Luís II da Baviera (1845-1886) apenas de demente.
Pois ele foi apelidado também de “Rei Cisne” ou “Rei de Conto de Fadas”, tendo escrito o seguinte belo texto:
“É minha intenção reconstruir a ruína do velho castelo em Hohenschwangau, próximo do Desfiladeiro de Pollat, no verdadeiro espírito dos velhos castelos dos cavaleiros alemães […]
“ a localização é a mais bela que alguém pode encontrar, sagrada e inacessível, um templo digno para o divino amigo que trouxe a salvação e a verdadeira bênção ao mundo”.
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Do Japão geralmente só se ouve hoje falar em termos de bips, chips, business. Mas isto não é objetivo, pois, para quem sabe ver, trata-se de um apreciável país.
Durante o período Nara — 545 a 794 — havia muitos senhores feudais que passaram a se envolver em combates.
Foi desde então que começaram a erguer estruturas e construções cercadas por fossos, que ganharam o nome de Kinowa e Kinowasaku.
Essas construções eram usadas para a própria defesa dos Daimyo, como eram chamados os senhores feudais da história japonesa.
Em que sentido um castelo japonês é diferente do castelo do ocidente medieval?
“Do castelo europeu, tem-se a impressão de que deita as garras no rochedo. É constituído de torres fortes, prontas para desafiar o vento e o clima hostil.
“No castelo medieval, os muros são guarnecidos de ameias e barbacãs para os guardas circularem, a fim de proteger a muralha contra o adversário.
“Em volta das torres há o fosso com água e a ponte levadiça. […]
“O castelo japonês é um edifício delicado, nobre, próprio a um povo voltado para o sonho.
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A medida que os costumes se suavizavam por obra da Igreja, a guerra medieval acabou ficando estritamente localizada.
Reduzia-se frequentemente a um simples passeio militar, à tomada de uma cidade ou de um castelo.
Os meios de defesa são então muito superiores aos de ataque.
As muralhas, os fossos de uma fortaleza garantem a segurança dos sitiados.
Uma corrente estendida ao longo da entrada de um porto constitui uma salvaguarda, pelo menos provisória.
La Couvertoirade é uma antiga sede dos templários
no centro da França.
Para o ataque, a quase nada se recorre, apenas às armas de mão: espada e lança.
Se um belo corpo-a-corpo arranca dos cronistas gritos de admiração, eles só têm desdém pelas armas de covardes — o arco ou a besta — que diminuem os riscos, mas também as grandes façanhas.
Para cercar uma praça, utilizam-se máquinas: catapultas, manganelas, como a sapa e a mina.
Mas confia-se sobretudo na fome e na duração das operações para submeter os sitiados.
Também as torres de menagem estão providas adequadamente.
Enormes provisões de cereais amontoam-se em vastas caves, que a lenda romântica transformou em “masmorras”.
Arranjam-se de modo a ter sempre um poço ou uma cisterna no interior da praça-forte.
As masmorras eram vastas caves que serviam de reserva. Continham apenas um orifício circular no meio da abóbada, pelo qual se faziam passar os cestos para tirar o grão.
Elas existem ainda em certos países, como por exemplo, a Argélia.
Quando uma máquina de guerra é demasiado mortífera, o papado proíbe o seu uso.
Stirling foi disputado durante séculos entre a Escócia e a Inglaterra.
A pólvora de canhão, cujos efeitos e composição se conhecem desde o século XIII, só começa a propagar-se no dia em que a autoridade dos Papas já não é suficientemente respeitada, e em que já se começam a esboroar os princípios da Cristandade.
(Autor: Régine Pernoud, “Lumière du Moyen Âge”, Bernard Grasset Éditeur, Paris, 1944)
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O castelo de Chambord voltou a exibir seus esplendorosos jardins à francesa, mercê de um mecenas estrangeiro, noticiou Francetvinfo.
Esses jardins eram considerados no século XVIII um modelo de perfeição, até que a Revolução Francesa e seus sucessores os relegaram à morte.
O ódio igualitário se abateu contra as flores aristocráticas, os desenhos superiores, os panoramas evocadores do Céu Empíreo.
Um mundo de amadores de todas as classes sociais ali se deliciava com um reflexo da beleza divina do Supremo monarca e Criador do universo.
A Revolução do democratismo chulo condenou esses jardins a um lento e desgastante abandono. No fim, só ficou um gramado gigante onde todas as folhas são iguais.
Mas no século XXI, cientes da feiura do crime e da torpeza praticada, estudiosos saíram à procura dos planos do passado e os exumaram conscienciosamente. E assim refizeram o mapa das belezas vegetais dos tempos reais.
“Graças às pesquisas arqueológicas, levantando o gramado pudemos encontrar os canteiros das plantações. Encontramos todos os blocos de terra que estavam plantados”, explicou Pascal Thévard, engenheiro-chefe do canteiro de obras para restaurar o maravilhoso.
É um dos maiores canteiros da Europa nos presentes dias. Custou 3,5 milhões de euros e foi financiado por um mecenas americano mais sensível à beleza que os herdeiros do prosaísmo revolucionário.
Foram necessários cinco meses de trabalhos com grandes equipamentos, num exercício de alta precisão e com margem de erro de quase um centímetro.
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Os aspectos dos castelos ressaltados pelo fotógrafo sublinham um reflexo de Deus brilhando em obras feitas por homens.
Neles aparece o espírito da Igreja Católica, pois foi a Igreja Católica que inspirou as almas que os criaram.
Há, portanto, uma justificativa religiosa para as sensações da ordem metafísica que esses castelos transmitem. Não se trata de meras sensações superficiais e passageiras.
Também conhecido como “Castelo do Conto de Fadas”, localiza-se próximo de Honau, em Baden-Württemberg, Alemanha.
Remonta a cerca de 1200. A fortificação medieval dos senhores de Lichtenstein foi por duas vezes destruída durante a Guerra do Império.
Em 1802 as ruínas passaram para o rei Friedrich I de Württemberg que fez erguir um pavilhão de caça. O atual castelo surgiu entre os anos de 1840 e 1842 obra de Wilhelm I, duque de Urach, conde de Württemberg. O estilo é neo-gótico. Os duques de Urach conservam sempre a propriedade.
Marksburg
Junto ao rio Reno, é o único castelo medieval do Médio Reno que nunca foi destruído.
Foi construído para proteger a cidade de Braubach e reforçar as facilidades aduaneiras. Por volta de 1117-1231 foi mencionada pela primeira vez. Em 1283 o Conde Eberhard de Katzenelnbogen comprou o castelo.
Burg Katz localiza-se na cidade de Sankt Goarshausen, sobre o Reno.
Em posição dominante, foi erguido por volta de 1371, pelo conde Wilhelm II de Katzenelnbogen.
O castelo foi bombardeado em 1806 e reconstruído entre 1896 e 1898.
Atualmente é propriedade privada.
Marienberg
No ano 704, foi construída a “igreja de Maria” no cimo de um antigo abrigo celta. A igreja ficou rodeada pela primeira fortaleza no século XIII. Em maio de 1525, durante a “guerra dos camponeses”, 8.000 protestantes enlouquecidos que assediavam o castelo foram massacrados ou cegados pelo Bispo. Os nazis lembraram do fato para se afastar da Igreja Católica.
Em 1600, Julius Echter reconstruiu um palácio renascentista depredado pelo calvinista Gustavo II Adolfo da Suécia, na Guerra dos Trinta Anos. Após a Guerra foi erguida uma fortificação barroca ainda mais formidável.
Marienberg foi sede aos Príncipes-Bispos de Würzburg até ao início do século XVIII.
Hohenschwangau
Construído sobre os restos da fortaleza Schwanstein do século XII por obra de uma família de cavaleiros. No século XVI, a fortaleza mudou de mãos várias vezes até que caiu em ruínas no século XIX.
Em 1832, o Rei Maximiliano II da Baviera entusiasmado pela beleza da área, adquiriu a propriedade e iniciou a construção do atual palácio em estilo neogótico.
Hohenschwangau foi a residência oficial de veraneio e de caça dos Rei da Baviera. Em 1869, Luís II iniciou a construção de Neuschwanstein depositando uma pedra de Hohenschwangau.
Hoje, ele pertence a Franz, Duque da Baviera.
Ussé
Almodóvar del Rio
Na província de Córdoba, Andaluzia, no caminho medieval para Sevilha.
A primitiva ocupação do sítio remonta a um castro dos Iberos, posteriormente fortificado pelos romanos.
A estrutura atual remonta à ocupação muçulmana, quando integrava o Emirado de Córdoba. Na época da Reconquista cristã foi tomado por São Fernando III de Leão e Castela, em 1240.
Pertenceu à Ordem de Calatrava. Em 1629, Felipe IV vendeu-o a D. Francisco De Corral y Guzmán, cavaleiro da Ordem de Santiago.
Entre 1903 e 1911, o seu proprietário, conde de Torralva, iniciou vasta reconstrução. Sofreu danos na Guerra Civil Espanhola.
É propriedade privada aberto ao público.
Belmonte
No morro de San Cristóbal, na província de Cuenca.
Foi mandado construir pelo marquês de Vilhena em 1456. No século XIX, Eugenia de Montijo executou grande reforma.
No século XX, pertenceu às juventudes falangistas que fizeram instalações insensatas destruindo os telhados.
Hoje pertence à Casa Ducal de Peñaranda, descendentes da Duquesa de Alba e se encontra em fase de reabilitação.
Calatrava la Vieja
Na margem esquerda do rio Guadiana, Castilla-La Mancha, Espanha.
Erguido pelos muçulmanos, em plena Reconquista foi tomado por forças cristãs dos reis Afonso VIII de Castela, Pedro II de Aragão e Sancho VII de Navarra, no início do século XIII. O castelo foi doado à Ordem dos Templários.
Mais tarde foi guarnecido pelos cavaleiros da Ordem de Calatrava.