quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Castelos que preparam as almas para o Céu

Castelo de Bonnétable, Loire, França
Castelo de Bonnétable, Loire, França
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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A Europa medieval foi um mito que se realizou.

A Religião Católica transformou um continente povoado de bárbaros e romanos decadentes num seminário do Céu.

Os valores que os castelos encarnam são, no fundo, valores religiosos. Porque eles são símbolos.

O lado simbólico é muito mais importante que o lado prático e que o lado estético. É por isso que nos agradam tanto.

Símbolos do quê?

O Paraíso Celeste é um lugar material.

Nele viveram Adão e Eva antes do pecado original e nele viverão os bem-aventurados durante a eternidade.

Castelo de Wernigerode, Alemanha
Castelo de Wernigerode, Alemanha

É um lugar onde Deus instalou coisas magníficas, castas e santas, para o homem viver imerso nelas.

É um mundo feito de matéria, mas de uma matéria que fala de Deus.

E os bem-aventurados ressurretos depois do fim do mundo, passearão seus corpos ressuscitados pelo Paraíso, enquanto suas almas estarão envolvidas nos gáudios magníficos da Visão Beatífica.

I. é, da visão de Deus face a face.

Para preparar os homens para isso é necessário alimentar o espírito deles.

E isso se faz não só considerando diretamente as coisas da Religião.

Nozet, castelo na Borgonha, Franca
Castelo de Nozet, Borgonha, França
Os homens chamados ao Céu precisam se voltar para Deus também a propósito das coisas do mundo temporal.

Portanto, do mundo da matéria, porque até no Céu empíreo e no Paraíso a matéria vai existir.

Como fazer isso sem chafurdar no materialismo grosseiro que anda por ai?

Os castelos ‒ poderíamos falar da arquitetura de igrejas, da arte católica em geral ‒ nos dão um exemplo.

Um exemplo de como elevar nossa alma a Deus através de construções feitas de matéria, mas modeladas pelo espírito.

E pelo espírito católico, o qual animado pela graça divina, é um preanuncio da vida eterna.



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quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Castelo de Lourdes: marco vitorioso contra o Islã

Vista do castelo desde o santuário de Lourdes
Luis Dufaur
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No pináculo de um rochedo, protegendo, como um guerreiro, a pequena cidade onde Nossa Senhora quis se manifestar, ergue-se altaneiro o castelo-fortaleza de Lourdes, numa posição de domínio sobre o verdejante vale que se estende a seus pés.

Como fundo de quadro, nos confins do horizonte, parecendo desafiar o castelo-fortaleza, sobressaem grandiosas montanhas nevadas - contrafortes dos Pirineus.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Castelo da Garça Branca: delicado, nobre, uma obra de sonhos


Luis Dufaur
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A Idade Média foi uma era histórica bem definida no tempo e no espaço.

Começou com a queda do Império Romano em 476 d.C. e concluiu com a queda de Constantinopla nas mãos dos turcos em 1453, segundo alguns historiadores.

Para outros o fim coincide com a descoberta de América.

Entretanto, eis um lado dos mais delicados em matéria de medievalismo: a Idade Média vai além do seu espaço e de seu tempo. Ela permeia outras épocas. Permeia este III Milênio sem rumo.

Porque ela está de acordo com a natureza humana que não muda nem no tempo nem no espaço.

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Arundel: castelo dos duques
que recusaram o protestantismo inglês

Arundel: casa de referência da família dos duques de Norfolk, Inglaterra.
Arundel: casa de referência da família dos duques de Norfolk, Inglaterra.
Luis Dufaur
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No dia de Natal de 1067, há perto de um milênio, o nobre Roger de Montgomery erigiu um castelo em Arundel, West Sussex, Inglaterra.

Roger foi feito conde de Arundel pelo novo rei inglês Guilherme o Conquistador.

Propriedade familiar a partir do século XI, o castelo é a sede principal da família dos Duques de Norfolk há mais de 400 anos .

E isto está relacionado com a história do catolicismo perseguido na Inglaterra pelo protestantismo.

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

A Luz de Cristo nos castelos da Cristandade

Chaumont
Castelo de Chaumont, vale do Loire, França
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No Sábado Santo havia uma cerimônia muito bonita na madrugada, para festejar a Ressurreição.

Do lado de fora da igreja tirava-se fogo do atrito da pedra e acendia-se o círio pascal.

Porque assim como Nosso Senhor Jesus Cristo deu vida a seu próprio cadáver, assim da fricção de matérias inertes como as pedras nasce uma chama viva para acender o Círio Pascal.

Então, na noite, nas trevas, é acesa uma luz: é Nosso Senhor Jesus Cristo que ressuscita!

Acende-se o círio pascal e o padre entra com uma vela acesa na igreja e canta 3 vezes “Lumen Christi” (Luz de Cristo).

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Sully-sur-Loire: jóia medieval venceu os embates da Revolução

Luis Dufaur
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O castelo de Sully-sur-Loire que surge na margem esquerda do Loire, é uma das sedutoras joias dos castelos desse esplêndido rio.

A história dos castelos é a história das famílias que neles viveram e os foram construindo ao longo dos séculos.

Tudo começou quando se estabeleceram ali os Senhores de Sully e sua família, no século IX.

Nos tempos galo-romanos no local houve existiu uma torre simples que protegia a vizinha ponte de pedra com 400 metros de comprimento atravessava o rio Loire.

Sobre as fundações da referida torre, um Senhor de Sully construiu em 1102 o chamado castrum soliacense.

No início do século XIII, Henri I de Sully, passou para a história disputando com seu senhor feudal, o bispo de Orleães, Manassé de Seignelai.

O Senhor extorquia um imposto aos comerciantes que passassem por seu senhorio ameaçando-os com a morte.

O bispo não era como os de hoje e confiscou os domínios de Henri e colocou-os sob proteção do rei da Franca Filipe II.

Em 1218, o monarca ergueu uma poderosa torre redonda na atual Basse-Cour (Pátio Baixo) para afirmar seu poder.

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Vincennes: maravilha medieval ornada pelos eventos históricos posteriores

O criminoso fuzilamento do duque d'Enghien
O criminoso fuzilamento do duque d'Enghien
Luis Dufaur
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Continuação do post anterior: Vincennes, castelo de um rei santo, cheio de ensinamentos históricos



Correm as páginas da história, e um crime famoso se comete no castelo de Vincennes e deixa mais uma vez a sua marca no castelo.

A execução do duque d’Enghien por Napoleão.

O príncipe era um dos cavaleiros mais brilhantes do seu tempo e último da raça de Condé, de sangue real.

Napoleão percebia que o império dele não podia durar muito. E que a dinastia dele toda feita de usurpações e ilegitimidades, também não poderia durar muito.

E que mais cedo ou mais tarde, pela lei pendular da história, o pêndulo da História deveria oscilar e chegar de volta à monarquia temperada legítima.

quarta-feira, 31 de julho de 2019

Vincennes, castelo de um rei santo, cheio de ensinamentos históricos

O donjon de Vincennes altaneiro e majestoso perpetua até hoje a lembrança de São Luis rei
O donjon de Vincennes altaneiro e majestoso
perpetua até hoje a lembrança de São Luis rei
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O castelo de Vincennes é qualificado de Versalhes da Idade Média. Desse Versalhes medieval infelizmente uma grande parte não resta.

Hoje só fica um donjon (torre de menagem) altaneiro e severo.

O castelo começou a ser construído no século XI. São Luís o adornou com uma Sainte-Chapelle e várias vezes morou lá.

O santo rei gostava tanto dos animais que não só gostava de caçar, mas também de os ter vivos e fez em Vincennes o que talvez tenha sido o primeiro parque florestal da Europa.

Mandou cercar uma larga parte do bosque onde era proibido caçar.

Ele queria ter a alegria de passear no meio das belezas do bosque e encontrar os animais sem susto, divertir-se e brincar com eles.

O parque de Vincennes se poderia chamar o Parque da Mansidão do Cruzado. Porque, ele cruzado ali tinha as suas mansidões.

No bosque se repetia um episódio famoso na história. Nele havia muitos carvalhos, mas um era particularmente frondoso e do agrado do rei.

Quando chegavam estações belas do ano, o rei estar mandava transportar uma poltrona para junto do tronco do carvalho e ali atendia quem quisesse falar com ele.

Era uma manifestação benignidade do rei para com todos, especialmente para com aqueles que tinham mais difícil acesso a ele.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Suze-la-Rousse soma da História da civilização europeia

De início foi um quartel romano e depois uma formidável fortaleza medieval
De início foi um quartel romano e depois uma formidável fortaleza medieval
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O castelo de Suze-la-Rousse é uma fortificação feudal do século XI sobre a qual foi construída uma residência senhorial de estilo renascentista no século XVI.

Ele fica situado em Suze-la-Rousse, no Drôme em plena região vinícola de Côtes du Rhône.

O edifício encontra-se em perfeito estado, e abriga uma "Universidade do Vinho", desde 1978. Trata-se duma entidade privada dedicada ao ensino e estudo da enologia.

Acumula, portanto, as marcas de todas as eras históricas da Europa civilizada, dos romanos até nossos dias.

Nos tempos romanos, o local do castelo foi ocupado por um castro, quartéis militares em que as legiões de Roma se estabeleciam em terras conquistadas. Com o tempo viraram centros de novas cidades.

Em 793 o Imperador Carlos Magno fez doação das terras em redor de Orange (das quais Suze dependia) ao seu primo Guillaume de Gellone ou Guillaume au court nez.

Em 1173 Tiburge Ire d'Orange, filha do Conde Raimbaud II d'Orange e descendente de Guillaume, casou com Bertrand I des Baux.

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Chambord, um sonho que cativa há cinco séculos

Chambord: vista aérea da restauração dos jardins
Chambord: vista aérea da restauração dos jardins
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Chambord é o mais imponente castelo do Vale do rio Loire.

Sua ampla silhueta espelha-se ao longe nas águas de um pequeno rio canalizado que corre ao norte e leste de seus jardins, separando-o da grande floresta que o circunda.

Situado no centro da França, um pouco a sudoeste entre Orléans e Tours, tem acesso lateral pela única rua de um pequeno povoado que conduz ao edifício principal.

No alto de uma elevação, uma encantadora capela pertence ao castelo, mas serve também à população local.


quarta-feira, 19 de junho de 2019

Castelos ingleses: interpenetração das classes sociais, da cultura e da natureza locais

Castelo de Bamburgh, dos antigos reis da Nortumbria
Castelo de Bamburgh, dos antigos reis da Nortumbria.
Ligado estreitamente ao mar e à vida marinheira.
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O castelo é por definição a residência da classe que é a nobreza por excelência: aquele setor seleto da sociedade que deve dar a vida por ela.

Sobre os escombros do grandioso Império Carolíngio lançaram-se novas e devastadoras incursões de bárbaros, de normandos, de húngaros e de sarracenos.

Não podendo as populações resistir a tantas calamidades com o mero recurso ao já muito debilitado poder central dos reis, voltaram-se, muito naturalmente, para os respectivos proprietários de terras, em demanda de quem as comandasse e as governasse em tão calamitosa circunstância.

Acendendo ao pedido, os proprietários construíram fortificações para si e para os seus. No caso da Inglaterra essas casas fortes defensivas olhavam de costume para o mar, de onde podiam vir os invasores bárbaros ou normandos.

A designação "seus" no tempo medieval profundamente cristão, incluía, paternalmente, não só os familiares.

Fazia parte dos "seus" a chamada sociedade heril, formada pelos empregados domésticos, trabalhadores manuais e respectivas famílias, que habitavam as terras do proprietário.

quarta-feira, 5 de junho de 2019

Palácio de Rohan-Soubise em Paris: as torres dos príncipes da Lorena

Hotel de Rohan, torres do palácio dos príncipes de Lorena, Paris, castelos medievais
Luis Dufaur
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Os príncipes de Rohan são descendentes dos duques antigos da Bretanha.

Os duques da Bretanha eram príncipes que casavam-se com reis, absolutamente de igual a igual.

Os Rohan eram de um ramo dessa categoria. Eles constituíam, com algumas outras famílias da alta nobreza francesa, um verdadeiro escalão intermediário entre a Família Real e o comum dos nobres da Corte.

No palácio deles em Paris ficam duas torres medievais pontudas, que estão em contraste com o estilo clássico.

Essas duas torres constituíam uma reminiscência do antigo palácio dos príncipes de Lorena.

Essa era uma família de príncipes muito séria e direita. Era o ramo francês da família de Lorena.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Mosteiro de Rodes: uma lição de granito

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O mosteiro fortificado de São Pedro de Roda (Rodes) é um magnífico exemplar da arquitetura românica de fins do século X.

Encontra-se em Girona, no extremo da Espanha, a dois passos da fronteira francesa e do litoral do Mediterrâneo, conhecido como Costa Brava.

Os mosteiros fortificados da Idade Média são, para os homens contemporâneos, um símbolo do que deles reclama a época presente.

Construídos exclusivamente para o culto divino e a contemplação tranquila das verdades eternas, esses Mosteiros se circundavam de fortíssimas muralhas, para se porem ao abrigo dos inimigos da Cristandade.

Prevendo a guerra contribuíam para manter a paz, e defendendo com o braço dos cavalheiros cristãos a sua liberdade contra os inimigos do nome de Cristo.

Ai do Mosteiro medieval no qual o zelo pelo culto fizesse desleixar a defesa contra o adversário mouro ou pagão: em pouco tempo seria assediado e reduzido a ruínas.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

As muralhas de Ávila:
Hieraticidade, firmeza e vigor


Luis Dufaur
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As muralhas de Ávila, na Espanha, ostentam uma sinuosidade serpentiforme.


Delas não podemos dizer que apresentam um movimento sutil e com certo charme.

As coisas que se esgueiram, normalmente têm charme.

Essas muralhas, entretanto, não manifestam charme, exibem sobretudo solidez.

Hieráticas, firmes, vigorosas como se fossem muralhas e torres no alto de um abismo.

Qual a razão disto?

É claro que as numerosas pontas das ameias concorrem para causar essa impressão, bem como as várias torres salientes e firmes existentes na muralha.

quarta-feira, 27 de março de 2019

Torre de Belém: interior gótico austero e militar

Nau de pedra do tempo que o brasão português era respeitado
e temido em todos os oceanos
Luis Dufaur
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A Torre de Belém é um dos monumentos mais expressivos da alma portuguesa. 

Localiza-se na margem direita do rio Tejo, onde existiu outrora a praia de Belém.

Inicialmente cercada pelas águas em todo o seu perímetro, progressivamente foi envolvida pela praia, até se incorporar hoje à terra firme.

O monumento é todo rodeado por decorações do Brasão de armas de Portugal, incluindo inscrições de cruzes da Ordem de Cristo.

Tais características remetem à arquitetura típica de uma época em que Portugal era uma potência global.

Ela foi eleita como uma das Sete maravilhas de Portugal em 7 de julho de 2007.

Originalmente sob a invocação de São Vicente de Zaragoza, padroeiro da cidade de Lisboa, recebeu no século XVI o nome de Baluarte de São Vicente a par de Belém e por Baluarte do Restelo.

A Torre integrava o plano defensivo da barra do rio Tejo projetado à época de João II de Portugal (1481-95), integrado na margem direita do rio pelo Baluarte de Cascais e, na esquerda, pelo Baluarte da Caparica.

quarta-feira, 13 de março de 2019

Torre de Belém: monumento de um guerreiro em prece: sério, forte e impassível


Luis Dufaur
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Ela é uma torre?

Sim, mas é quase um palácio em forma de torre cercada de um grande patamar, onde se notam guaritas nos ângulos para os vigias, que disparam armas de fogo contra inimigos que se aproximem.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Os castelos hoje e a missão da nobreza

Wissekerke, Belgica
Luis Dufaur
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Um outro fator de decadência dos castelos foi a perda de convicções na família nobre com respeito a sua missão histórica, ligada visceralmente à religião católica, a monarquia e a oposição aos fatores de desagregação moral e igualitários do mundo moderno.

Escreveu a propósito o jornalista Jean d’Ormesson, nascido e criado num castelo ele próprio:

A segurança que me envolvia inteiramente estava longe de ser a segurança social, resultante de um acordo entre homens. Eu estava literalmente entre as mãos de Deus.

Ele não estava morto e velava sobre mim e portanto nada podia acontecer-me, a não ser peripécias sem sérias conseqüências. Poderia morrer, naturalmente. E então?

O mérito e o talento não entravam em nosso sistema familiar, mas a morte entrava ‒ e muito bem ‒ pois os mortos exerciam na família um papel mais importante do que os vivos. Alem do mais, éramos cristãos.