Antiga residência bretã da Madame de Sévigné, é um palácio rural gótico do século XV, nas proximidades de Vitré. Possui uma capela octogonal, construída pela Marquesa em 1671, cavalariças e uma ala de serviço acrescentada no século XVIII.
O jardim à francesa foi criado em 1689 e restaurado em 1982. Madame de Sévigné, possuidora de vários domínios, permaneceu por longos periodos no Château des Rochers. Nesta propriedade escreveu um grande número das famosas cartas endereçadas à sua filha.
A propriedade ainda pertence aos descendentes distantes dos Sévigné. Pode visitar-se a capela e um parte do palácio, onde há retratos da família e alguns objetos da Marquesa.
Talcy
No Vale do Loire, foi encomendado em 1520 por Bernardo Salviati, banqueiro florentino ligado com a família Médici.
No castelo existe a “chambre de la Médicis”, onde Catarina de Medici e o seu filho Carlos IX planearam o Massacre do dia de São Bartolomeu, a 28 e 29 de Junho de 1572, que significou um forte freio ao incêndio huguenote.
Beaumaris Castle
Em País de Gales, foi construído pelo rei Eduardo I de Inglaterra para conquistar o norte de Gales. Começado em 1295 nunca foi concluído.
O castelo tem uma doca de maré, permitindo-lhe ser abastecido diretamente pelo mar e é rodeado por um fosso cheio de água. As defesas incluem numerosas seteiras engenhosamente situadas e as entradas são protegidas por “buracos assassinos”, a partir dos quais podiam ser derramadas substâncias como óleo quente sobre as forças inimigas. Os atacantes do Beaumaris Castle teriam encontrado 14 obstáculos separados e quatro linhas de fortificação resultantes de “paredes dentro de paredes”.
No século XIV as muralhas exteriores foram ameadas. Beaumaris não sofreu uma destruição deliberada durante a Guerra Civil Inglesa.
Eu
O condado de Eu foi criado em 996 por Ricardo, neto de Rolando, para defender a Normandia.
Em 1180, São Laurent O'Toole, arcebispo de Dublin e legado do Papa, ali faleceu. Em 1430, durante a Guerra dos Cem Anos, Joana d'Arc, aprisionada em Compiègne pelos ingleses e conduzida a Ruão, passou por Eu, onde passou a noite.
No final do século XVI, o duque Henrique I de Guise iniciou a construção de um novo e vasto castelo. No século XVII, foi residência da famosa Grande Mademoiselle, duquesa de Montpensier e prima de Luís XIV. A Grande Mademoiselle enriqueceu-o e decorou-o.
No século XIX, passou aos duques de Orléans que o restauraram. Foi residência da Família Imperial Brasileira no exílio. Gastão de Orleans, Conde d'Eu, residiu em Eu com a princesa Isabel do Brasil, e três filhos. Os seus descendentes residiram no castelo até 1945.
Na década de 1940, os Orleans e Bragança venderam o castelo a Assis Chateaubriand. Em 1961 foi adquirido pelo governo francês. Abriga o Museu Luís Filipe que guarda também peças da Família Imperial Brasileira.
Loches
No Vale do Loire em França, construído no século IX cerca de 500 metros acima do rio Indre.
Concebido por Henrique II de Inglaterra e o seu filho, Ricardo Coração de Leão durante o século XII, foi capturado pelo Rei Filipe II em 1205 que o transformou numa grande fortaleza militar. Foi residência favorita de Carlos VII de França.
Durante a Revolução Americana, a França que lutou contra a Inglaterra utilizou o castelo como prisão para os ingleses.
O tufão do ódio anti-monárquico da Revolução Francesa saqueou-o e danificou-o severamente. Ainda hoje há partes visíveis apenas como ruínas malgrado as restaurações.
Quéribus
Na região de Languedoc-Roussillon, na França. Último baluarte cátaro conquistado pelos cruzados em 1255.
Queribus é um do “cinco filhos de Carcassonne”, junto com Aguilar, Peyrepertuse, Termes e Puilaurens: cinco fortes estrategicamente erguidos para defender a fronteira francesa contra a Espanha.
Peyrepertuse
Impressionante “ninho de águia”, na região de Languedoc-Roussillon, na França, vigiava os vales circundantes e controlava os desfiladeiros podendo se comunicar-se por sinais com o castelo de Quéribus, um pouco mais ao Sul.
O local foi ocupado pelos Romanos no século I a.C. As primeiras referências medievais são do ano de 806, quando ele pertencia à Catalunha. O castelo integrou o condado de Barcelona, e depois o viscondado de Narbona. Pelo Tratado de Corbeil em 1258 o Languedoc ficou com a França.
Na época da Cruzada contra os heréticos albigenses pertenceu a Guillaume de Peyrepertuse, excomungado em 1224. Ele se submeteu após o cerco de Carcassonne. São Luís reforçou o castelo em 1242, acrescentando-lhe o “torreão de San-Jordy”. O conjunto era uma das fortalezas reais ‒ os “cinco filhos de Carcassonne” ‒ que defendiam a fronteira francesa. Na época da Revolução Francesa foi abandonado, caindo em ruínas.
Amboise
Construído num promontório com vista para o Loire, substituído na Idade Média por uma ponte, no século XI, Fulques III o Negro, Conde de Anjou, reconstruíu a fortaleza. Em 1434, o edifício foi adicionado por Carlos VII aos bens da Coroa, depois do seu proprietário, Louis d'Amboise, ter sido acusado de conspiração e executado em 1431. O castelo foi um dos favoritos dos reis franceses.
Carlos VIII, que aqui nasceu e faleceu, fez extensas reconstruções no estilo do gótico flamboyant francês tardio. Depois de 1495 empregou mestres pedreiros italianos, Domenico da Cortona e Fra Giocondo, que aplicaram alguns dos primeiros motivos decorativos renascentistas.
Montségur
Na região do Midi-Pyrénées na França. A 1.207 metros acima do nível do mar ficou célebre pois na montanha houve uma aldeia fortificada onde foi esmagada a fanática heresia cátara em 1244.
Em 1215, o Quarto Concílio de Latrão denunciou a fortificação cátara como reduto de heréticos. Entre 1243 e 1244, Hugues d’Arcis, senescal de Carcassonne e o arcebispo de Narbonne, conduziram a cruzada, e após audaciosa escalada noturna puseram fim ao ninho de subversão e imoralidade. Os cátaros que não abjuraram seus erros pereceram na fogueira.
O castelo atual é obra do Marechal da Fé Guy II duque de Lévis que desejava a nunca mais os heréticos abusassem do local. No século XVII, perdida a sua função estratégica, mergulhou em ruínas. Mas nos séculos XIX e XX procedeu-se à sua restauração.
Montsoreau
Construído em 1455 por Jean de Chambes, conselheiro de Carlos VII na margem do rio Loire, controlava o tráfego entre os rios Chinon e Saumur.
No século XIX o castelo estava abandonado e em ruínas, sendo hoje objeto de extensas obras de renovação.
Castelos em seu email
Troussay
É um dos menores castelos do Vale do Loire. A primeira pedra da mansão foi colocada por volta de 1450, quando Robert de Bugy, escudeiro do rei Francisco I da França, era o senhor feudal.
No século XVII, o domínio foi equipado com áreas comuns e duas alas, enquanto um magnífico jardim formal foi estabelecido. O castelo pertence à família dos proprietários do castelo de Cheverny.
Caernarfon Castle
Construído pelo rei Eduardo I de Inglaterra em 1283, em posição dominante sobre as margens do rio Seiont. Tinha sido o sítio dum forte romano e, mais tarde, dum castelo do tipo madera construido cerca de 1090 por Hugh d'Avranches.
Eduardo II de Inglaterra nasceu aqui em 1284. Em 1646, durante a Guerra Civil Inglesa, a sua guarnição Realista rendeu-se às forças protestantes republicanas.
A tradição de investir o herdeiro do monarca britânico no castelo com o título de Príncipe de Gales começou em 1301 e foi repetido em 1969, com a investidura de Carlos, Príncipe de Gales.
Hoje aloja o Museu dos Fuzileiros Reais Galeses.
Rochester Castle
Na margem Rio Medway, em Rochester, Kent. É um dos mais bem preservados castelos no Reino Unido. Houve uma praça forte nos tempos romanos (cerca do ano 43). A torre de menagem e o castelo normando atual remontam ao ano 1127.
O primeiro castelo normando de Rochester foi provavelmente uma torre de madeira com paliçadas.
O Bispo Gundulf construiu o castelo de pedra. Gundulf fez a Catedral Normanda de Rochester em 1080, e a Torre Branca da Torre de Londres.
O arcebispo da Cantuária, Guilherme de Corbeil começou a construir a grande torre de menagem de pedra em 1127. É a mais alta da Inglaterra e dominou a travessia do rio nos últimos 800 anos.
Teatro de muitos enfrentamentos medievais. No século XV foi poupado pela Guerra das Rosas. Hoje Rochester está ligado ao vizinho estaleiro naval de Chatham que fabrica submarinos.
Barroux
Remonta a um castelo erguido, no século XII, em posição dominante sobre um pico rochoso, vizinha ao qual se desenvolveu a povoação.
No século XIV, o castelo foi transformado em uma magnífica fortaleza.
No século XVIII, foi abandonado, caindo em ruínas.
No início do século XX, uma família adquiriu as ruínas e promoveu a restauração às suas próprias expensas.
Na Segunda Guerra Mundial foi incendiado por tropas alemãs.
Mas a mesma família restaurou-o na década de 1960.
Bayard
Originalmente foi uma fortificação. Na era feudal, somente os Cavaleiros podiam possuir um castelo. Pierre Terrail, bisavô do famoso cavaleiro Bayard, foi o vice-senhor do senhorio de Avallon e empreendeu a construção em 1404.
Os membros da família Bayard passaram uma boa parte da sua vida a combater ao serviço do Rei de França. Pierre III Terrail, o célebre cavaleiro Bayard ali nasceu e foi criado.
MAIS Por matrimônio, o castelo ficou com a família de Noinvilles (1735). Louis-Alphonse de Noinville, emigrante sob a Revolução Francesa, foi o último Senhor de Bayard. Os seus bens foram ilicitamente apreendidos e vendidos em 1795 pelos revolucionários “democráticos”. O castelo ficou em ruínas por longo tempo. As pedras chegaram a ser usadas como material de construção.
As ruínas causadas pela Revolução Francesa foram restauradas por famílias proprietárias.
Beynes
Junto ao Rio Mauldre, na região da Île-de-France, o primeiro castelo, com fosso e muralha, foi construído no século XI.
O rio servia como linha de defesa ocidental do domínio Real, contra a Normandia. Foi tomado pelos ingleses na Guerra dos Cem Anos.
Cerca de 1450, Robert d'Estouteville transformou-o numa residência confortável, desmantelando a torre de menagem e adaptando as fortificações para a artilharia incipiente.
Beynes foi totalmente abandonado durante o bárbaro “século das Luzes” (XVIII) e foi usado como um filão de pedra para construções na aldeia.
Bonaguil
Na fronteira entre o Périgord e o Quercy, na Idade Média, Bonaguil foi sede de uma das quatro baronias do Périgord. Ele é um dos últimos exemplares de castelos-fortes no país.
A sua construção foi iniciada no século XIII, sendo inteiramente reformado no final do século XV pelo barão Bérenger de Roquefeuil. Tem uma superfície de 7.500 m², e é um verdadeiro catálogo das técnicas de fortificação medievais inclusive para resistir à artilharia.
No Renascimento, as grandes famílias seguindo o exemplo do Rei começaram a construir palácios agradáveis e deixaram as fortificações medievais para a pequena e média aristocracia.
Bonaguil encontra-se num notável estado de conservação. Nunca sofreu ataques e foi habitado até a Revolução Francesa.
Brie-comte-Robert
O castelo de Brie-Comte-Robert, na Île-de-France, foi erigido no final do século XII, quando Robert I de Dreux, era senhor de Brie. Em 1254 passou para a família de Châtillon. O castelo tornou-se uma residência de prestígio. Aqui teve lugar, em 1349, o casamento de Filipe VI de França com Branca d'Évreux-Navarre.
Ao final do século XIV, o castelo e seus domínios retornaram à Casa d'Orleães. A partir de Francisco I e Catarina de Médicis, o castelo e seus domínios foram confiados pelo soberano a alguns dos seus validos, muitos dos quais senhores italianos que deixaram o imóvel degradar-se. Em 1750, Germain-Louis de Chauvelin, senhor do castelo, cheio do espírito das Luzes demoliu as torres e as cortinas.
O duque de Penthièvre e sua filha, duquesa d'Orléans, foram os seus últimos senhores. Na Revolução francesa, o edifício foi prisão.
Couches
No antigo ducado soberano da Borgonha, o castelo protegia a estrada que ligava a Paris.
Gaudry, Senhor de Couches iniciou a construção da fortaleza no século XI, que foi ampliada pelos sucessores.
No início do século XVI o domínio passou para a Família de Rochechouart. Em 1590, a guarnição foi exterminada e a fortaleza desmantelada.
No século XIX iniciou-se a reconstrução em estilo neo-gótico. Novas obras aconteceram no século XX por conta da família proprietária.
Chateaudun
O Castelo de Châteaudun foi construído entre os séculos XII e XVI iniciado pelo Conde de Blois Teobaldo V, por volta de 1170. A Sainte-Chapelle foi construída entre 1451 e 1493.
Francisco I de Orléans-Longueville começou a construção da ala norte entre 1469 e 1491.
Durante o Renascimento foi convertido numa confortável residência cujo corpo principal é coberto pelo estilo gótico.
Caen
Construído cerca de 1060 por Guilherme o Conquistador rei da Inglaterra. Num célebre Natal em 1182 reuniram-se no castelo Henrique II de Inglaterra e os seus filhos, Ricardo Coração de Leão e João Sem Terra, e mais de mil cavaleiros.
O castelo, juntamente com toda a Normandia, foi integrado na Coroa Francesa em 1204. O castelo assistiu a vários episódios da Guerra dos Cem Anos.
O feroz ódio contra a história católica da Revolução Francesa demoliu a torre de menagem em 1793, como símbolo do passado hierárquico. O castelo foi bombardeado em 1944 e seriamente danificado.
Javier
Em Navarra, Espanha, cerca de 52 quilômetros a leste de Pamplona. Nele nasceu e viveu São Francisco Xavier, filho dos senhores Javier. Por isso é o destino de uma concorrida peregrinação anual, em homenagem do santo padroeiro de Navarra, chamada “Javierada”.
O castelo remonta a uma fortificação muçulmana do século X. Após a Reconquista cristã da região, em 1236 o castelo foi entregue por Teobaldo I de Navarra a D. Adán de Sada.
Após sucessivas heranças, o castelo passou ao domínio da Casa de Villahermosa.
Ao final do século XIX, seus proprietários iniciaram a restauração. Toda a família participou com fundos próprios para restaurá-lo, edificar uma Basílica e moradias para sacerdotes e casas de exercícios.
Coria
Na província de Cáceres, Estremadura, Espanha. A primitiva ocupação do sítio remonta a uma fortificação romana.
A atual estrutura é do ano 1472, e foi iniciativa do duque de Alba. Consiste em uma torre de menagem de planta pentagonal, e o chamado “castelejo”, torre menor de planta semi-circular. O conjunto é rematado por ameias e por guaritas semicirculares. Todo o perímetro é decorado com arcos e bolas. O brasão de armas do duque encontra-se nas guaritas e sobre o portão de armas. Estilo gótico tardio. É particular.
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A altivez do castelo de Cheverny está no que ele tem de mais gracioso.
Ele como que sai de dentro de um mundo de delícias e de mistérios.
É como quem diz:
“Forte eu sou, mas sobretudo eu me prezo de ser inteligente. Em última análise, sou completo. Sou dotado de inteligência e de força. Sou equilibrado”.
O Castelo de Cheverny fica no vale do Loire, na região de Sologne, comuna de Cheverny.
A matilha não avanca sobre o almoco enquanto não receber ordem.
Depois devora tudo num abrir e fechar de olhos
Atualmente também é célebre pela educadíssima – se assim se pode dizer – matilha de cães que participam regularmente de elegantes caçadas de veados feitas à cavalo.
As terras do castelo foram compradas por Henri Hurault, Conde de Cheverny, Tenente General dos Exércitos do Rei de França e Tesoureiro Militar do Rei Luís XI (1423 – 1483), do qual o proprietário atual, o Marquês de Vibraye, é descendente.
Entretanto, a propriedade do castelo passou por vicissitudes históricas, como todo castelo que se preza.
Interior do castelo
A Coroa se apropriou dele após denúncias de fraude, e o Rei Henrique II o doou à sua infame amante Diane de Poitiers.
Essa venal mulher preferia o castelo de Chenonceaux e vendeu a propriedade ao filho do primeiro proprietário, Philippe Hurault, que construiu o atual palácio entre 1624 e 1630.
A decoração foi acabada pela filha de Henri Hurault e de Marguerite, a Marquesa de Montglas, cerca de 1650.
Durante os cento e cinquenta anos seguintes, o palácio mudou muitas vezes de proprietário, mas em 1824, voltaria a ser comprado pela família Hurault.
Essa nobre família continua a habitar em Cheverny, tendo-o tornado num incontornável château do Loire.
Ele é famoso quer pelos seus magníficos interiores, quer pela sua coleção de objetos de arte e de tapeçarias.
O castelo é talvez um pouco discreto demais, mas foi realçado pela perspectiva.
Fica num grande parque, envolto por um simples, mas esplêndido tapete de esmeraldas para lhe servir de apresentação.
Ao longe, arvoredos formando a moldura.
A clareza e a lógica cercadas pelos imponderáveis: mais uma forma de equilíbrio.
Não é verdade que um dos prazeres da vida, que tornam a existência humana digna de ser cristãmente vivida, é analisar as coisas dessa forma?
Mas analisar com os olhos postos no Céu.
Porque esses são valores de espírito, e a civilização que os gerou foi cristã.
São assim, porque por eles foi derramado o precíossimo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
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Para quem experimenta encanto na análise do linguajar das nações, Vila Nova do Ourém é um nome delicioso! Delicioso no quê?
Talvez um português, nascido em Portugal, não sinta isso tão bem quanto um descendente de português, nascido do lado de cá do Atlântico.
O castelo remonta aos tempos do fundador de Portugal Dom Afonso Henriques e dos templários.
Segundo documento de 1180 o lugar se chamava em latim Auren.
No documento de doação do eclesiástico em 1183 por D. Teresa, filha de D. Afonso Henriques, o local onde foi construído o castelo anteriormente se chamava Abdegas.
“Aprouve-me fazer testamento do eclesiástico de Ourém, que antes se chamava Abdegas”, diz.
No foral de Leiria de 1142 o nome Ourém (Portus de Auren) aparece, pela primeira vez, e volta a aparecer em documentos de 1167 do bispo de Lisboa a Dom Afonso Henriques.
O núcleo histórico da cidade desenvolveu-se em torno do castelo que teve no tempo de D. Afonso IV, conde de Ourém, um período de grande desenvolvimento.
Ourém exprime o sabor e o perfume das realidades elementares, primitivas, boas, retas e cheias de vida.
Da terra, da pedra, do ferro, do leite recém-tirado de uma cabra, ovelha ou vaca, de uma rajada de vento carregado com cheiro de ervas.
Dessas coisas não trabalhadas, mas que contêm, em germe, civilizações. Magníficas, quando a civilização as trabalha. Mas, já desde o primeiro aspecto, atraentes e encantadoras, e que lucram muito e perdem um pouco quando a civilização as aperfeiçoa.
De maneira que, quando se as vê no estado natural, há um certo encanto próprio a uma realidade que se apalpa com as mãos, e um perfume bom, mas que o civilizado reputaria forte demais.
Vila é um lugar pequeno. Vila Nova do Ourém é um nome que sugere a existência de um passado antigo, em que é concebível ter havido uma vila velha, e depois uma vila nova, cujo acesso se dava por longa estrada do gênero caminho de cabra, substituída depois por alguma auto-estrada standard, que se percorre em poucos minutos.
Então, Vila Nova e Vila Velha tornaram-se subúrbios uma da outra, e ambas satélites de uma cidade enorme, localizada perto, que englobou todas as vilas. E, com isso, elas perderam seu encanto. Mas o nome ficou: Vila Nova do Ourém, Portugal!
Não conheço lugar onde o real se apresente de um modo tão carregado de cores, tão truculento e encantador como em Portugal.
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Em 1º de maio, o santuário, abadia e fortaleza do Monte Saint-Michel comemorou seus 1.311 anos.
O Monte Saint-Michel (em francês Mont Saint-Michel) é uma ilha penhasco na foz do Rio Couesnon, sobre a qual foi construído um prédio singular.
Trata-se de uma síntese de fortaleza, abadia beneditina (abadia do Monte Saint-Michel) e santuário, fronteira exata entre as atuais regiões da Normandia e da Bretanha, França, mas integrando a Normandia.
A inspiração proveio de uma visão miraculosa e visou homenagear o arcanjo São Miguel que teria pedido a construção naquele local muito perigoso pelas marés que provocam vertiginosas mudanças no nível do mar.
Em 708, Dom Aubert, bispo de Avranches, mandou construir o santuário sobre o monte Tombe.
No século X os monges beneditinos instalaram-se na abadia e uma pequena vila cheia de charme foi-se formando aos seus pés. Até hoje é habitada e acolhe visitantes.
O claustro da abadia no topo do Mont Saint-Michel
Seu antigo nome mencionado lá na lenda épica Chanson de Roland é “Monte Saint-Michel em perigo do mar” (Mons Sancti Michaeli in periculo mari).
O atual mosteiro foi fortificado no século XIII. Essa síntese de castelo, abadia e santuário tem alguns grandes correspondentes e centenas de outros menores.
Entre as maiores se destacam:
Aigues-Mortes, construída por São Luis IX, rei da Franca entre 1270-1276 como base de partida dos Cruzados rumo à Terra Santa;
Carcassonne, célebre por suas defesas visando impedir novas sublevações dos hereges cátaros; e
Avignon, sede do Papado contestatário na enorme confusão do Cisma de Ocidente, construída entre os anos 1309 a 1377.
A célebre estátua de São Miguel no topo da agulha.
Essas cidades fortificadas eram denominadas “bastides” e demarcavam a fronteira dos reinos ao final da Idade Média.
Foram construídas mais de 300 só na França, entre 1220 e 1350, e entre 1136 e 1270 aproximadamente em toda Europa.
Durante a Guerra dos Cem Anos, entre França e Inglaterra, os ingleses tentaram de toda maneira se apoderar da fortaleza.
Mas o Monte Saint-Michel foi inexpugnável, resistiu a todos os assaltos.
A destruição não podia vir do inimigo externo inglês.
Mas veio de dentro, do inimigo revolucionário, interno na França.
A Revolução Francesa ordenou a dissolução das ordens religiosas e até 1863 o Monte foi usado como vil prisão.
Quando o arquiteto Viollet-le-Duc – o mesmo que restaurou Notre Dame de Paris – iniciou a recuperação da fortaleza abadia, essa se achava na pior das ruínas.
A Revolução Francesa tinha-a transformado num cárcere do pior nível e no século XIX caia aos pedaços.
A igreja nunca fora refeita plenamente após devastador incêndio produzido por um raio.
A célebre agulha tinha desaparecido e mal se lembravam dela.
Mas, o arquiteto percebeu numa iluminura da coleção das Très Riches Heures du Duc de Berry uma belíssima agulha.
Vídeo: as marés no Mont Saint-Michel
Tal vez foi aprimorada pela imaginação maravilhada do copista medieval quem pintou um São Miguel Arcanjo revoando em torno dela com a espada desembainhada.
Viollet-le-Duc fez questão de transformar esse esplêndido sonho em realidade. E o realizou.
O famoso escultor Emmanuel Fremiet (1824-1910) a concretizou em cobre folhado a ouro.
Hoje a arquitetura prodigiosa do monte Saint-Michel é coroada por São Miguel no topo da agulha da igreja abacial que culmina a 170 metros de altura.
O monte se ligava ao continente através de um istmo natural que era coberto regularmente pelas marés altas, velozes e muito perigosas.
Vídeo: o maravilhoso mistério do Mont Saint-Michel
O acesso por barcas, cavalos ou charretes de imensas rodas era frequente.
Outra iniciativa para tirar o encanto da sede do príncipe da milícia celestial consistiu na criação de pastagens drenando as áreas inundáveis pelas altas marés e assoreando a baía.
Em 1879 o istmo tinha se tornado uma passagem seca perene.
Em 2006 o governo francês percebendo a monstruosidade feita ordenou remover as medidas anteriores e devolveu a insularidade à magnífica abadia.
Todo ano, mais de três milhões de pessoas vão visitar essa joia medieval.
Muitos vão em espírito de peregrinação religiosa marchando sobre as areias movediças imortalizadas por grandes literatos, inclusive ateus como Vitor Hugo.
Quando os prédios modernos atingem um certo número de anos ficam abandonados, sujos e decrépitos e só se pensa em demoli-los para fazer qualquer outra coisa em seu lugar.
Mas os prédios medievais quanto mais antigos mais inspiram veneração e desejo de resguardá-los, ainda que custe muito dinheiro.
É uma lição que o recente incêndio da catedral de Notre Dame de Paris veio nos lembrar.
É que eles são portadores de uma coisa que não tem prezo: a bênção e a unção sobrenatural da Civilização Cristã.
Acrescida, no caso do monte-abadia, da inegável ação de presença do general em chefe das milícias celestes, o Arcanjo São Miguel.
Também conhecido como “Castelo do Conto de Fadas”, localiza-se próximo de Honau, em Baden-Württemberg, Alemanha.
Remonta a cerca de 1200. A fortificação medieval dos senhores de Lichtenstein foi por duas vezes destruída durante a Guerra do Império.
Em 1802 as ruínas passaram para o rei Friedrich I de Württemberg que fez erguir um pavilhão de caça. O atual castelo surgiu entre os anos de 1840 e 1842 obra de Wilhelm I, duque de Urach, conde de Württemberg. O estilo é neo-gótico. Os duques de Urach conservam sempre a propriedade.
Marksburg
Junto ao rio Reno, é o único castelo medieval do Médio Reno que nunca foi destruído.
Foi construído para proteger a cidade de Braubach e reforçar as facilidades aduaneiras. Por volta de 1117-1231 foi mencionada pela primeira vez. Em 1283 o Conde Eberhard de Katzenelnbogen comprou o castelo.
Burg Katz localiza-se na cidade de Sankt Goarshausen, sobre o Reno.
Em posição dominante, foi erguido por volta de 1371, pelo conde Wilhelm II de Katzenelnbogen.
O castelo foi bombardeado em 1806 e reconstruído entre 1896 e 1898.
Atualmente é propriedade privada.
Marienberg
No ano 704, foi construída a “igreja de Maria” no cimo de um antigo abrigo celta. A igreja ficou rodeada pela primeira fortaleza no século XIII. Em maio de 1525, durante a “guerra dos camponeses”, 8.000 protestantes enlouquecidos que assediavam o castelo foram massacrados ou cegados pelo Bispo. Os nazis lembraram do fato para se afastar da Igreja Católica.
Em 1600, Julius Echter reconstruiu um palácio renascentista depredado pelo calvinista Gustavo II Adolfo da Suécia, na Guerra dos Trinta Anos. Após a Guerra foi erguida uma fortificação barroca ainda mais formidável.
Marienberg foi sede aos Príncipes-Bispos de Würzburg até ao início do século XVIII.
Hohenschwangau
Construído sobre os restos da fortaleza Schwanstein do século XII por obra de uma família de cavaleiros. No século XVI, a fortaleza mudou de mãos várias vezes até que caiu em ruínas no século XIX.
Em 1832, o Rei Maximiliano II da Baviera entusiasmado pela beleza da área, adquiriu a propriedade e iniciou a construção do atual palácio em estilo neogótico.
Hohenschwangau foi a residência oficial de veraneio e de caça dos Rei da Baviera. Em 1869, Luís II iniciou a construção de Neuschwanstein depositando uma pedra de Hohenschwangau.
Hoje, ele pertence a Franz, Duque da Baviera.
Ussé
Almodóvar del Rio
Na província de Córdoba, Andaluzia, no caminho medieval para Sevilha.
A primitiva ocupação do sítio remonta a um castro dos Iberos, posteriormente fortificado pelos romanos.
A estrutura atual remonta à ocupação muçulmana, quando integrava o Emirado de Córdoba. Na época da Reconquista cristã foi tomado por São Fernando III de Leão e Castela, em 1240.
Pertenceu à Ordem de Calatrava. Em 1629, Felipe IV vendeu-o a D. Francisco De Corral y Guzmán, cavaleiro da Ordem de Santiago.
Entre 1903 e 1911, o seu proprietário, conde de Torralva, iniciou vasta reconstrução. Sofreu danos na Guerra Civil Espanhola.
É propriedade privada aberto ao público.
Belmonte
No morro de San Cristóbal, na província de Cuenca.
Foi mandado construir pelo marquês de Vilhena em 1456. No século XIX, Eugenia de Montijo executou grande reforma.
No século XX, pertenceu às juventudes falangistas que fizeram instalações insensatas destruindo os telhados.
Hoje pertence à Casa Ducal de Peñaranda, descendentes da Duquesa de Alba e se encontra em fase de reabilitação.
Calatrava la Vieja
Na margem esquerda do rio Guadiana, Castilla-La Mancha, Espanha.
Erguido pelos muçulmanos, em plena Reconquista foi tomado por forças cristãs dos reis Afonso VIII de Castela, Pedro II de Aragão e Sancho VII de Navarra, no início do século XIII. O castelo foi doado à Ordem dos Templários.
Mais tarde foi guarnecido pelos cavaleiros da Ordem de Calatrava.