Castelo de Bamburgh, dos antigos reis da Nortumbria. Ligado estreitamente ao mar e à vida marinheira. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O castelo é por definição a residência da classe que é a nobreza por excelência: aquele setor seleto da sociedade que deve dar a vida por ela.
Sobre os escombros do grandioso Império Carolíngio lançaram-se novas e devastadoras incursões de bárbaros, de normandos, de húngaros e de sarracenos.
Não podendo as populações resistir a tantas calamidades com o mero recurso ao já muito debilitado poder central dos reis, voltaram-se, muito naturalmente, para os respectivos proprietários de terras, em demanda de quem as comandasse e as governasse em tão calamitosa circunstância.
Acendendo ao pedido, os proprietários construíram fortificações para si e para os seus. No caso da Inglaterra essas casas fortes defensivas olhavam de costume para o mar, de onde podiam vir os invasores bárbaros ou normandos.
A designação "seus" no tempo medieval profundamente cristão, incluía, paternalmente, não só os familiares.
Fazia parte dos "seus" a chamada sociedade heril, formada pelos empregados domésticos, trabalhadores manuais e respectivas famílias, que habitavam as terras do proprietário.