terça-feira, 20 de junho de 2017

O castelo na guerra medieval

Castelo de Foix, nos Pirineus franceses.
Castelo de Foix, nos Pirineus franceses.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







A medida que os costumes se suavizavam por obra da Igreja, a guerra medieval acabou ficando estritamente localizada.

Reduzia-se frequentemente a um simples passeio militar, à tomada de uma cidade ou de um castelo.

Os meios de defesa são então muito superiores aos de ataque.

As muralhas, os fossos de uma fortaleza garantem a segurança dos sitiados.

Uma corrente estendida ao longo da entrada de um porto constitui uma salvaguarda, pelo menos provisória.

La Couvertoirade, antiga sede dos templários no centro da França.
La Couvertoirade é uma antiga sede dos templários
no centro da França.
Para o ataque, a quase nada se recorre, apenas às armas de mão: espada e lança.

Se um belo corpo-a-corpo arranca dos cronistas gritos de admiração, eles só têm desdém pelas armas de covardes — o arco ou a besta — que diminuem os riscos, mas também as grandes façanhas.

Para cercar uma praça, utilizam-se máquinas: catapultas, manganelas, como a sapa e a mina.

Mas confia-se sobretudo na fome e na duração das operações para submeter os sitiados.

Também as torres de menagem estão providas adequadamente.

Enormes provisões de cereais amontoam-se em vastas caves, que a lenda romântica transformou em “masmorras”.

Arranjam-se de modo a ter sempre um poço ou uma cisterna no interior da praça-forte.

As masmorras eram vastas caves que serviam de reserva. Continham apenas um orifício circular no meio da abóbada, pelo qual se faziam passar os cestos para tirar o grão.

Elas existem ainda em certos países, como por exemplo, a Argélia.

Quando uma máquina de guerra é demasiado mortífera, o papado proíbe o seu uso.

Stirling foi disputado durante séculos entre a Escócia e a Inglaterra.
Stirling foi disputado durante séculos entre a Escócia e a Inglaterra.
A pólvora de canhão, cujos efeitos e composição se conhecem desde o século XIII, só começa a propagar-se no dia em que a autoridade dos Papas já não é suficientemente respeitada, e em que já se começam a esboroar os princípios da Cristandade.


(Autor: Régine Pernoud, “Lumière du Moyen Âge”, Bernard Grasset Éditeur, Paris, 1944)



GLÓRIA CRUZADAS CATEDRAIS ORAÇÕES HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS
Voltar a 'Glória da Idade MédiaAS CRUZADASCATEDRAIS MEDIEVAISORAÇÕES E MILAGRES MEDIEVAISHERÓIS MEDIEVAISCONTOS E LENDAS DA ERA MEDIEVALA CIDADE MEDIEVALJOIAS E SIMBOLOS MEDIEVAIS

terça-feira, 6 de junho de 2017

Chambord recupera o esplêndido manto de seus jardins

Chambord e seus jardins restaurados.
Chambord e seus jardins restaurados.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





O castelo de Chambord voltou a exibir seus esplendorosos jardins à francesa, mercê de um mecenas estrangeiro, noticiou Francetvinfo.

Esses jardins eram considerados no século XVIII um modelo de perfeição, até que a Revolução Francesa e seus sucessores os relegaram à morte.

O ódio igualitário se abateu contra as flores aristocráticas, os desenhos superiores, os panoramas evocadores do Céu Empíreo.

Um mundo de amadores de todas as classes sociais ali se deliciava com um reflexo da beleza divina do Supremo monarca e Criador do universo.

A Revolução do democratismo chulo condenou esses jardins a um lento e desgastante abandono. No fim, só ficou um gramado gigante onde todas as folhas são iguais.

Mas no século XXI, cientes da feiura do crime e da torpeza praticada, estudiosos saíram à procura dos planos do passado e os exumaram conscienciosamente. E assim refizeram o mapa das belezas vegetais dos tempos reais.

“Graças às pesquisas arqueológicas, levantando o gramado pudemos encontrar os canteiros das plantações. Encontramos todos os blocos de terra que estavam plantados”, explicou Pascal Thévard, engenheiro-chefe do canteiro de obras para restaurar o maravilhoso.

É um dos maiores canteiros da Europa nos presentes dias. Custou 3,5 milhões de euros e foi financiado por um mecenas americano mais sensível à beleza que os herdeiros do prosaísmo revolucionário.

Foram necessários cinco meses de trabalhos com grandes equipamentos, num exercício de alta precisão e com margem de erro de quase um centímetro.