quarta-feira, 27 de junho de 2018

As famílias dos castelos e o tufão destruidor

No castelo de Maintenon
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Ainda das memórias do acadêmico Jean d'Ormesson:


Meu avô tinha seus padrões, suas fidelidades, seus rancores, suas convicções. Ele tinha o senso da honra junto ao culto do passado.

Ele era a intolerância feita homem. Inflexível, sem nuances, vivia num sistema no qual não faltava nenhuma parte.

Mas pura e simplesmente seu sistema não mordia mais o mundo. Mas ele pouco se importava.

Meu avô era discípulo de Bossuet. Era leitor assíduo de Barrès, o qual escreveu: “O que amo do passado? Sua tristeza, seu silêncio e, sobretudo sua fixidez”.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Aspectos das famílias que deram vida aos castelos

Azay-le-Rideau refletido na água
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Excertos das memórias do acadêmico francês Jean d'Ormesson, “Au plaisir de Dieu”, Ed. Gallimard, 1980, 626 páginas



“Meu avô era um velho distinto, vivendo de suas recordações. Ele permanecia apaixonadamente ligado à monarquia legítima.

“Flutuava entre nós, certamente um pouco acima de nós, um personagem silencioso e ausente : era o rei.

Nós não dávamos importância aos homens de teorias. Gostávamos dos pintores, dos arquitetos, dos homens de guerra e de Deus.

O castelo da família representava nossa própria mitologia. O castelo tinha um papel imenso em nossa vida de todos os dias.

“Talvez se pudesse dizer que ele era a encarnação do nome : ambos eram envolvidos na mesma atmosfera do sagrado. (...)

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Nas brumas da Escócia, castelos povoados por heróis de tempos idos

Castelo de Kilchurn numa ilha do lago Loch Awe
Castelo de Kilchurn numa ilha do lago Loch Awe
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Rodeados por belas pradarias e civilizadas florestas, os castelos franceses parecem feitos para serem contemplados sob um céu ensolarado.

Mas os castelos da Escócia ficam bem em meio das brumas.

Parecem ainda povoados por heróis de outros tempos.

E sentem-se à vontade junto a lagos dos quais se fala – mas nunca se prova – que estão habitados por monstros que aparecem periodicamente.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Origem e morte do castelo depende da moral e da religião da família nobre

Montreuil-Bellay
Luis Dufaur
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O castelo está intrinsecamente ligado a uma família. A família é a alma do castelo.

Tudo nele, grande o pequeno, carrancudo ou charmoso, é a manifestação do espírito de uma linhagem.

Como tantos deles ficaram abandonados e até viraram ruínas?

Quanto mais se procura, encontra-se quase infalívelmente o mesmo fato:a família que o criou e/ou habitou, previamente decaiu. As causas alegadas da decadência podem ser diversas: guerras, desastres naturais...

Porém, sempre se encontra uma grande e decisiva causa: a crise moral e religiosa da família nobre que foi a alma do castelo.

O acadêmico Jean d'Ormesson, de nobre origem, escreveu sobre a escalada dos prazeres, a infidelidade conjugal e a morte da vida em muitos castelos:

As concubinas tiveram na história de minha família e de seu enfraquecimento um papel comparável ao de Robespierre, de Darwin, de Karl Marx, das quintas-feiras negras de Wall Street, de Freud, de Rimbaud e de Picasso: elas abalaram um pouco mais algumas das colunas de nosso velho templo apodrecido.