quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Cloughoughter: castelo arruinado
num lago de cisnes cantores

Cloughoughter no “Lago dos Cisnes”
Cloughoughter no “Lago dos Cisnes”
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Na Irlanda, país onde as lendas e as histórias se entrecruzam com maravilhosas proezas entre verdes paisagens e ruínas de castelos medievais que falam de eras heroicas, se encontra o condado de Cavan.

Ele fica no antigo território de East Breffny e conserva um dos segredos melhor conservados no Leste Ancestral da Irlanda, como registrou reportagem do jornal “Clarín”.

Num campo repleto de rios, canais e lagos, se ergue uma torre em ruínas no maior dos espelhos d’água denominado Lough Oughter com quase 8.500 hectares, ou “Lago dos Cisnes” porque abrigar, no inverno, cerca de 3% da população dos cisnes cantores de toda a Europa.

E o castelo, ou melhor suas ruínas, entoa um cântico silencioso que fala de acontecimentos heroicos.

A fortificação circular única se apoia numa pequena ilha artificial, no meio do lago e é conhecida como Castelo Cloughoughter.

O baluarte perdeu boa parte de sua estrutura, embora a majestade de outros tempos ainda possa ser apreciada.

Possui uma torre circular com grossas paredes com cerca de 15 metros de diâmetro e 18 metros de altura.

Para se aproximar é preciso ir de barco ou caiaque.

Guilherme o Conquistador deu continuidade ao trono de Santo Eduardo o Confessor
Guilherme o Conquistador deu continuidade
ao trono de Santo Eduardo o Confessor
O seu isolamento lhe confere um atrativo especial, principalmente ao entardecer, quando escurece e surge seu perfil escura.

O local é pequeno, mas atesoura muitas histórias dentro de seus austeros muros.

No final do século XII, o território pertencia ao esquecido reino de Breifne, constituído pela tribo O'Rourkes.

O castelo só foi construído no século XIII, por William Gorm Lacy, descendente da nobreza normanda que por ordem de São Gregório VII acompanhou a Guilherme o Conquistador para dar continuidade ao trono de Santo Eduardo o Confessor, cobiçado por vassalos infiéis e imorais.

Em 1233, Cathal O'Reilly assumiu o controle do território e terminou o castelo até sua altura atual.

Os O'Reilly, seus descendentes, o preservaram por séculos, apesar de conflitos dinásticos com os O'Rourkes e com membros de seu próprio clã, por outro.

Quando descaíram as noções de fé e de nobreza, o próprio castelinho veio abaixo por abandono.

Serviu então de prisão onde até um O'Reilly, de nome Philip, ficou trancado na década de 1360, por seu sobrinho Maghnus.

Os clas amigos Maguire e MacMahons o soltaram e Maghnus e seus conspiradores foram confinados naquele mesmo castelo.

Passaram-se os séculos e os protestantes vindos da Inglaterra arrebentaram os símbolos da velha nobreza católica irlandesa.

No início do século XVII, a fortaleza foi transformada em castelo real e o capitão Hugh Culme se instalou numa casa às margens do lago, em frente à sugestiva fortaleza.

Em 1649, Owen Roe O'Neill, o comandante do Exército do Ulster, morreu no castelo, que foi finalmente abandonado em 1653, atingido por balas de canhão.

O enclave em ruínas fica a quatro quilômetros da cidade de Killashandra.

É um local muito procurado para pescar e navegar, para caminhadas e passeios a cavalo.

Mas, para além dessas atividades, o viageiro inteligente, se detém a contemplar intrigado esse cisne de pedra.

Sem cessar, ele sugere suas histórias e convida a se elevar ao mundo onde habitam seres fantásticos impregnados de tradição, alheios à mediocridade contemporânea.



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