quarta-feira, 19 de março de 2025

LA BRÈDE: encanto da pequena nobreza

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








A maravilha do Castelo de La Brède consiste precisamente em ser micro.

Trata-se de um pequeno castelo francês. Não é um castelo de grande luxo, é uma habitação comum com proporções de um castelo.

Ele tem certa importância histórica porque nele morou o célebre ‒ e, aliás, malfazejo ‒ barão de Montesquieu. O castelo fica na Gironde, nas proximidades de Bordeaux.

A arquitetura de suas várias partes é um pouco singular. Ele tem um corpo grande, uma ponte levadiça, por baixo da qual corre água, de maneira que, suspensa, ninguém entra no castelo.

Por fim, outro corpo de edifício numa ilhazinha autônoma ligada pela ponte levadiça. Há ainda uma terceira ilha.

Tudo é fortificado. Por qualquer lado, o que se encontra é uma fortificação. É um sistema de defesa do castelão e de sua família na hipótese de um ataque.

O lago ‒vê-se pelo traçado ‒ que é artificial, ou foi um lago natural muito retificado em seus contornos. Ele serve de fosso para o castelo.

Todas as janelas do castelo ficam a considerável altura da superfície das águas.

De maneira que, até encostar um barco para subirem homens armados, estes facilmente podem ser atingidos pelos defensores postados nas janelas mais altas. E o ataque direto ao castelo fica difícil, para quem queira atingi-lo por água.

Então, o recurso do invasor é entrar pela porta. Mas ali encontra várias dificuldades.

Quem entra pela estrada tem que fazer baixar a ponte levadiça e travar uma batalha. Mas, suspendendo a ponte levadiça, a porta de entrada é quase inacessível.

Quem quiser fazer o ataque desse lado é atingido pelas setas dos defen-sores da torre. E o telhado pontudo é feito para evitar que projéteis incendiados caiam sobre os defensores

O quadrilátero é um segundo campo de batalha. Se os defensores da fortaleza forem derrotados na primeira ilha, eles fogem e se fecham na segunda e começam mais uma batalha. Se eles forem derrotados, eles fogem para a terceira e começam outra batalha.

Ou os agressores são em número extremamente grande ou esse castelo é inconquistável.

(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, palestra pronunciada em 4/9/1967. Sem revisão do autor).


Castelo pequeno, grande história

As origens do castelo de La Brède misturam lenda e realidade. Em 1079 o senhor do castelo e o campeão do exército de Navarra, de nome Hernandes, decidiram resolver o assalto da cidade de Bordeaux por meio de um “duelo singular”.

Em certas guerras medievais, para poupar vidas e desgaste, cada lado escolhia seu campeão que iam duelar. A vitória da batalha era reconhecida ao vencedor do “duelo singular”.

A vitória do senhor de La Brède acabou com o conflito por Bordeaux.

Naquela época, o castelo provavelmente era de madeira e pousava sobre uma colina artificial resultante da escavação do fosso protetor.

Ponte levadiça
Em 1306, La Brède foi feito novo. O plano da época permite discernir “uma das mais antigas fortalezas da Gironda”.

Na guerra dos Cem Anos, o castelo foi deteriorado por tiros de canhão. Então o castelo foi reforçado: um terceiro fosso elíptico em volta dos dois então existentes.

Uma série de pontes levadiças protegidas por muros cheios de “archères” (fendas para os arqueiros jogarem frechas contra o inimigo) permitiam o acesso bem vigiado ao pátio principal, verdadeiro coração da fortaleza.

No centro do pátio, estava o poço d’água, indispensável para a vida e para a resistência em caso de assédio.

Uma torre alta de trinta metros garantia as costas.

Sobre o pátio dava a grande sala que na Idade Média servia para todas as funções que requeressem grande espaço coberto.

Também nesse andar térreo ficavam os quartos dos soldados, a cozinha e a área dos empregados.

Château de La Brède, o grande salão ou aula.
No primeiro andar, sobre a grande sala baixa se situava a grande sala alta, ou aula, destinada a solenidades, refeições e a vida do senhor.

Ela tinha uma grande chaminé decorada com pinturas de personagens a cavalo. O resto do andar servia de residência à família do senhor.

Com o apaziguamento das guerras medievais, o castelo perdeu sua finalidade primeira militar, e passou a ser uma residência agradável. As pontes levadiças ficaram como ornamento. O interior foi todo decorado e reformado e os espaços melhor aproveitados.

Porém, como todos os castelos em geral, La Brède ficou um foco de cultura, desenvolvida por seus proprietários.

Em 1689 nasceu no castelo Charles Louis de Secondat, o universalmente famoso barão de Montesquieu.

Montesquieu ali viveu, trabalhou, escreveu suas grandes obras e recebeu personagens célebres num ambiente que ele se regozijava chamar de “gótico”.

Château de La Brède: o quarto de Montesquieu.
O famoso escritor transformou profundamente a natureza em volta do castelo. Grandes trabalhos de irrigação e saneamento de pântanos visando desenvolver a agricultura, como já tinham feito em certas partes seus antepassados.

E também belos jardins à francesa e florestas plantadas com fantasia e ao mesmo tempo rigor matemático, entremeadas de tapetes verdes bordejados de flores ordenados em belas perspectivas.

Montesquieu acrescentou jardins à inglesa que ele admirou numa viagem à ilha em 1731.

Pois Montesquieu foi um “gentleman farmer”, quer dizer um nobre que se ocupa empenhadamente na melhora da agricultura e da jardinagem.

Quando explodiu a Revolução Francesa, a família Montesquieu não morava mais no castelo tendo cedido às seduções da cidade.

A família foi perseguida pelo furor igualitário. Alguns emigraram outros foram encarcerados e morreram.

Charles Louis de Secondat (1749-1824), neto do famoso Montesquieu e barão de La Brède, participou em várias guerras e acabou se somando aos exércitos monarquistas.

Em represália, o castelo foi confiscado pelos revolucionários, depredado e abandonado, caindo em ruínas.

Durante a restauração monárquica começou a reconstrução.

Um discípulo do arquiteto Eugène Viollet-Le-Duc, restaurou e modernizou o castelo.

La Brède não foi danificado pelas Guerras Mundiais e serviu de local de conservação de obras de arte tiradas das regiões mais focadas pelas batalhas.

Até 2004, La Brède foi uma residência familiar onde morava a condessa Jacqueline de Chabannes. Desde então é um ponto de atração cultural. A história do castelo passou a atrair cada vez mais visitantes.

Em soma, um castelinho pequenininho e uma história grande. Como tantos outros castelos da Idade Média!



Vídeo: o encanto do castelinho e da vida da pequena nobreza




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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

O primeiro esboço de castelo apareceu sem Estado, quando a família era o último reduto.

Chaumont-sur-Loire, no vale do Loire, França.
Chaumont-sur-Loire, no vale do Loire, França.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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No caos produzido pela decomposição do Estado após as invasões bárbaras, a família virou o último reduto dos homens.

A vida social se encerra no lar, pequena sociedade a princípio isolada, mas vizinha de outras iguais a ela, que aos poucos vão se agrupando para formar as primeiras coletividades.

Os homens que se revelam mais capazes tomam naturalmente a direção, capitaneiam a reação ante a natureza e os inimigos, organizam a defesa, a vida comum.

A hierarquia social renasce espontaneamente e a autoridade ressurge, numa comunidade formada por famílias, e que é por sua vez uma família maior, na qual o chefe será um pai comum que velará sobre todos.

O castelo primitivo, ou "Motte" na França era feita de toras. Desenho de Viollet-le-Duc.
O castelo primitivo, chamado de "Motte" na França era feito de toras.
Desenho de Viollet-le-Duc.
Este pequeno Estado familiar vive na “motte”, primeiro esboço do castelo, onde se alojam homens e animais, onde se guardam instrumentos de trabalho, colheitas e armas, moradia da família em tempos de paz e seu refúgio seguro em caso de perigo.

Desenhos de Viollet-le-Duc representam a “motte” típica.

Externamente é defendida por uma palissada de mourões pontiagudos e por um fosso com água, sobre o qual se baixa uma ponte levadiça.

Dentro estão as casas dos companheiros e servidores, os estábulos, celeiros e depósitos.

Ao centro uma elevação de terra, sobre a qual se ergue uma construção de madeira, em forma de torre — o “donjon” ou torre de menagem, a residência do chefe, do senhor.

Compõe-se de três andares, dos quais um ocupado pelo celeiro, outro pelas salas de estar e de dormir, e o terceiro, o mais alto, utilizado para posto de observação.

A torre servia para controlar o acesso ao castelo. Castelo de Chenonceaux, Loire, França
A torre servia para controlar o acesso ao castelo.
Ao lado, o fosso defensivo.
Castelo de Chenonceaux, Loire, França

Ali o vigia passa os dias perscrutando o horizonte. Se pressentir algum perigo, dará o alarma, para que todos se recolham para dentro da “motte” e de lá organizem a defesa.

Se o ataque chegar a romper a palissada, ainda haverá o recurso de se refugiarem na torre de menagem — protegida por um segundo fosso com água, e com sua própria ponte levadiça — e de dentro dela continuarem a resistir.

A descrição ficaria incompleta sem uma referência aos “túmulos” (pequenos montes de terra colocados fora do fosso, como primeira linha de defesa) e ao círculo de pedras que delimita o espaço reservado às assembléias, nas quais, sob a direção do chefe, se tomam as deliberações mais importantes.

Neste pequeno mundo autônomo e auto-suficiente, o chefe é a suprema autoridade, é quem organiza o trabalho e a defesa. Ele é chamado “sire”, e sua esposa, “dame”.

O grupo aos poucos toma o seu nome.

A vida é simples e frugal. Cultivam-se as terras ao redor, e uma indústria rudimentar, doméstica, fabrica todo o necessário para a subsistência e também para proporcionar algum conforto.

Não há comércio. Só aos poucos começarão as trocas com os vizinhos. O homem cresce, trabalha, ama, sofre e morre no próprio lugar onde nasceu.

Esta família ampliada é para seus membros a verdadeira pátria. Cada um a ama com amor vivo, porque a vê toda inteira ao seu redor, porque sente diretamente sua força, sua beleza, sua doçura.

Castelo de Pichon Lalande. O castelo também tem uma dimensão familiar.
Castelo de Pichon Lalande. O castelo também tem uma dimensão familiar.
Ela lhe proporciona uma proteção sólida e indispensável.

Sem ela ele não sobreviveria, pois o mundo exterior é inimigo.

Nascem assim sentimentos profundos de solidariedade entre os membros.

A prosperidade de uns beneficiará os outros, a honra de uns será honra dos demais, a desonra de um recairá sobre todos. Estes sentimentos se fortalecerão à medida que a família crescer e progredir.

(Fonte: “Catolicismo”, nº 57, setembro de 1955)

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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

BLED: delicadeza e força : feliz união da Igreja e o Estado

Bled: feliz concórdia entre a Igreja e o Estado católico
Bled: feliz concórdia entre a Igreja e o Estado católico
Luis Dufaur
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O lago alpino de Bled, no noroeste da Eslovênia, encerra tesouros da natureza, da civilização e do catolicismo.

O mistério religioso bom e o requinte cultural racional se associam num panorama natural extremamente sugestivo.

De acordo com os escritos mais antigos conhecidos, o primeiro aldeamento humano já existia em 1004. 

O nome do local é anterior às próprias origens eslavas da Eslovênia.

Bled pertenceu à “marca” de Carniola, concedida naquele ano pelo imperador Santo Henrique II ao bispo Albuíno de Brixen.

A “marca” era um feudo militar criado habitualmente numa área fronteiriça ameaçada ou vulnerável.

Naquela época, a ameaça procedia sempre dos povos bárbaros ou dos muçulmanos.

Origem do castelo

O “marquês” — chefe da “marca” – tinha a incumbência principal de defender o feudo de espada em punho. Foi nesses tempos e circunstancias que nasceu o imponente e aparentemente inexpugnável castelo de Bled.

Situado nos bordes de um precipício sobre o lago, ele impressiona pela sua inacessibilidade e austeridade. Mas, estas eram virtudes para os fundadores e os residentes dos primitivos castelos.

Bled: precipício é garantia de defesa
Bled: precipício é garantia de defesa
A população vizinha contribuía para que os castelos fossem construídos assim, pois lhe serviriam de refúgio caso os inimigos da civilização e do cristianismo invadissem a região.

Ela se defenderia nele, sob a liderança de belicosos senhores.

No caso, o nobre senhor do castelo de Bled era um bispo.

Não era estranho naquela época que os prelados pegassem em armas contra os inimigos do povo de Deus.

Ainda não havia aparecido o ecumenismo fajuto que não visa a converter os não batizados, mas tão-só a lhes abrir as portas, pondo em grave risco a cultura e a própria Igreja.

Após o bispo Albuíno, o imperador Santo Henrique II doou a “marca” ou marquesado para o seu sucessor na diocese, o bispo Adalberão de Brixen.

Porém, na tarefa de pacificação da Idade Média, a Santa Sé, tirou prudentemente os eclesiásticos da guerra.

E o castelo passou para nobres leigos.

O marquesado de Carniola com seu castelo de Bled passou assim ao duque Rodolfo de Habsburgo como prêmio de sua vitória sobre o rei Ottokar II da Boêmia, na batalha de Marchfel em 1278.

De 1364 a 1919, ou seja, até o fim do Império Austro-Húngaro, Bled fez parte do ducado de Carniola, salvo num breve período entre 1809 e 1816, quando a Europa sofreu os rearranjos geográficos espúrios e caprichosos de Napoleão Bonaparte.

O Santuário na ilha

O castelo ergue sua figura militar sobre um belíssimo lago muito procurado pelos visitantes de bom gosto.
A ilha santuário tendo ao fundo, no alto, o castelo
A ilha santuário tendo ao fundo, no alto, o castelo

Nesse lago há uma ilhota onde sobressai a esbelta e delicada torre da Igreja da Assunção de Maria, local de peregrinação.

O som de seus sinos, segundo os moradores, traz sempre um bom prenúncio.

Antes da ereção dessa igreja, os pagãos cultuavam no local uma deusa lasciva e torpe.

À ilha só se chega hoje de lancha, que ancora aos pés de uma grande escadaria de 99 degraus através da qual se ascender ao santuário em honra da gloriosa Assunção ao Céu de Nossa Senhora, a Virgem Imaculada.

Feliz concórdia entre a Igreja e o Estado

Bled: pátio interior do castelo
Bled: pátio interior do castelo
Enquanto o castelo representa a força, o perigo e a determinação de resistir qualquer ataque, o santuário encarna a delicadeza, a segurança e o aconchego, o movimento suave e maravilhoso para o Céu.

O santuário de Nossa Senhora não poderia existir com essa segurança e despreocupação se o castelo não estivesse aí para defender toda a região.

E o castelo ficaria um pouco tosco e pesado se não tivesse a seu lado a jóia da ilha com a sua igreja da Assunção.

Assim é a boa união que num ambiente católico deve haver entre a Igreja e o Estado.

Bled: no inverno, o mistério envolve o lago
Bled: no inverno, o mistério envolve o lago
O Estado católico protege a Igreja e esta abençoa e faz descer dos céus as graças que com um charme discreto amenizam as formas materiais do Estado.

No inverno, uma densa bruma envolve o lago de Bled, quase tirando a vista do formidável castelo e da delicada ilha-santuário.

O mistério toma conta do ambiente. Mas trata-se de um mistério bom, o qual convida a considerar os grandes mistérios da religião católica.

O lago passa então a constituir um ambiente quase de conto de fadas.

Se não existisse esse feliz consórcio entre o Estado e a Igreja representado pela fortaleza e pelo santuário de Bled, a realidade seria outra.

Por certo, pesada, ameaçadora e malfazeja.



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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

PIERREFONDS: triunfo do verdadeiro progresso

Pierrefonds uma restauração que foi um progresso na linha medieval
Uma restauração que foi um progresso na linha medieval
Luis Dufaur
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O Castelo de Pierrefonds é um imponente palácio fortificado, situado no bordo sudeste da Floresta de Compiègne, a norte de Paris, no departamento de Oise.

Ele apresenta a maior parte das características defensivas da Idade Média.

No século XII, já se elevava um castelo no lugar dito de "le Rocher" de Pierrefonds (O Rochedo de Pierrefonds).

Em 1392, o Rei Carlos VI dá-lo a seu irmão Luís de Valois, Duque de Orléans.

Este último oferece o castelo original às Irmãs do Santo Suplício e, de 1393 à sua morte em 1407, faz construir um novo edifício pelo arquiteto da Corte, Jean le Noir, na localização atual.

No reinado de Luis XIII, o castelo ficou na propriedade de François-Annibal d'Estrées que se engajou numa rebelião do "Partido dos Descontentes".

O palácio acabou sendo invadido pelas tropas do Cardeal Richelieu, Secretário de Estado da Guerra.

Pierrefonds sala dos Heróis
Pierrefonds: a sala dos Heróis
A ordem foi desmantela-lo, mas era tão grande que a tarefa não foi completada.

As fortificações exteriores foram arrasadas, as caras destruídas e foram praticadas sangrias nas torres e nas muralhas.

O palácio ficou em ruínas durante dois séculos.

Ao longo do século XIX, houve uma redescoberta da arquitetura da Idade Média.

Napoleão III mandou em 1857 o arquiteto Eugène Viollet-le-Duc empreender o seu restauro.

O restauro devia limitar-se a uma simples recuperação das partes habitáveis conservando as ruínas "pitorescas" como decoração.

Porém, o desejo social e cultural de recuperar essa joia medieval, levou o passageiro imperador a mandar fazer uma residência imperial.

Os trabalhos de reconstrução foram empreendidos com ardor por Viollet-le-Duc até sua morte.

Viollet-le-Duc foi além da mera recuperação histórica. Embora imensamente erudito, ele fez mais um palácio de fábula imaginando como terá sido sem se basear estritamente na história do edifício.

Reconhece-se na arquitetura exterior recuperada, os excelentes conhecimentos que tinha da arte do século XIV.

O genial restaurador cuidou do parque como e das fortificações, dando livre curso à sua inspiração muito pessoal, e sendo muito criticado pelos rigoristas amantes de velhos papéis.

Pierrefonds vista aérea
Pierrefonds: vista aérea
Viollet-le-Duc fez de Pierrefonds uma de suas mais amadas e triunfantes realizações. Após sua morte antes do fim das obras, seu estilo foi preservado até terminar a construção.

O castelo nunca voltou a ser habitado.

Os detratores reprovaram a reinvenção de uma arquitetura neo-medieval, mas ficaram vencidos pelo feliz resultado.

Viollet-le-Duc fez mostra nesta reconstrução de um extraordinário sentido de elevação e de volumetria e de uma incontestável sensibilidade do local, de um conhecimento do espírito medieval em sua glória.

Ele venceu um espírito meramente arqueológico e, como os medievais outrora, aproveitou a reconstrução para dar uma passo para frente no sentido da tradição, do requinte e da perfeição.




Vídeo: Pierrefonds, um castelo e seu sonho







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