quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Um mundo irreal ou a fina ponta da realidade?

Peñafiel, Castela
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
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Os castelos aqui reproduzidos, embora muitos sejam ruínas, pela arte fotográfica passam a idéia de que quem entra neles, encontra tudo colocado no lugar adequado, como se os castelões ‒ eles próprios umas figuras de lenda ‒ tivessem saído nesse momento.

É um mundo irreal que a arte da luz faz aparecer como sendo parte do mundo real de hoje.

Uma irrealidade como essas que, entretanto, parece integrar a realidade, e até ser a mais fina ponta da realidade, é algo impossível?

Ou é uma possibilidade que apenas o bornesismo dos homens não consegue enxergar?

Quer dizer, não há um mundo metafísico, fina ponta do mundo físico, que leva a se maravilhar almas dotadas de uma capacidade peculiar?

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Castelo de Beja: desafiante, afetuoso e sacral

Luis Dufaur
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Uma arquitetura forte, estável, sólida, desafiando qualquer inimigo que venha. Como uma catadura terrível!

Ele é tão admirável que a gente exclama óhóhóhóhóh!!! a respeito de tudo.

O castelo é a própria imagem da defesa cavalheiresca, da defesa aristocrática do solo de Portugal contra os inimigos maometanos que avançam.

No castelo tudo está feito para a guerra, para a seriedade e para a luta.

Hospedar um senhor feudal, ter ali uma repartição da prefeitura municipal do local, são finalidades próprias a quem cuida da vida temporal.

Mas o prédio tem bastante sacralidade para nele caber com toda dignidade uma coisa religiosa. Por exemplo, uma capela com o Santíssimo Sacramento.

O que que isto significa? Isto significa que o modo de ver as coisas da Igreja, do céu e de Deus de um lado, e as coisas da terra de outro, não são idênticos.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Montemor-o-Velho: reminiscências
à espera de um ressurgimento

Montemor-o-Velho: igreja de Santa Maria da Alcáçova, na vila protegida pelo castelo.
Montemor-o-Velho: igreja de Santa Maria da Alcáçova,
na vila protegida pelo castelo.
Luis Dufaur
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O castelo de Montemor o Velho — com suas muralhas a coroar o monte, tendo a seus pés a vila, próxima do rio Mondego, na planície final que o conduz ao mar — constitui um exemplo entre tantos da vocação guerreira que marcou Portugal desde os primórdios de sua existência como nação cristã.

Situado no distrito de Coimbra, no centro de Portugal, o rio Mondego passou a constituir a divisa natural que separava os territórios cristãos das terras ocupadas pelos mouros após a decadência da província romana da Lusitânia.


No século VIII os muçulmanos do Norte da África invadiram a Península Ibérica.

Um chefe mouro teria construído uma fortificação e uma mesquita no lugar onde se encontra o castelo de Montemor o Velho.

Após a reconquista de Coimbra ao rei de Castela no século XI, Afonso VI reconstruiu a fortaleza e fez erigir a igreja de Santa Maria da Alcáçova, ali abrigada até nossos dias, objeto embora de várias restaurações.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Castel Valer: um castelo cuja alma
foi uma família entre a Itália e a Áustria

Castel Valer nas Dolomitas.
Castel Valer nas Dolomitas, Itália.
Luis Dufaur
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Os castelos mais famosos e visitados da Europa são os castelos reais.

Na sua maioria, hoje pertencem aos respectivos Estados e podem ser visitados parcial ou integramente como museus.

Esses, entrementes, não são os mais numerosos. Dezenas de milhares de castelos estão espalhados pelas regiões e países que constituíram a Cristandade europeia.

Em muitos casos estão em ruínas, mas também em muitos outros foram zelosa e meritoriamente conservados pelos seus donos através de muitas gerações.

Com frequência não estão abertos à visitação, pois se trata de casas de família. Ou por vezes, a visitação está restringida a certos períodos do ano ou da semana.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Dramas familiares no castelo:
o senhor feudal voltará?

A partida do cavaleiro, detalhe da lareira do castelo de Cardiff, Gales
A partida do cavaleiro,
detalhe da lareira do castelo de Cardiff, Gales
Luis Dufaur
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E a família dele participava intensamente das dores da guerra e do combate do chefe familiar.

Quando o cavaleiro ia para a guerra, a família rezava para ele e estava sempre à espera de notícias dele.

Não havia alegria maior do que quando o vigia do alto da torre anunciava que bem ao longe nos caminhos, um grupo de cavaleiros se aproximava fazendo sinal convencional de longe, que era o senhor do castelo que voltava.

Às vezes a dor era muito grande, porque em vez de ser o senhor, eram seus vassalos, seus escudeiros, que vinha trazendo seu corpo; ou eram apenas as relíquias dele pois seu corpo ficara no fundo do mar.

A família passava dias, meses, anos de agonia, a espera de uma notícia. As horas e horas de espera, a castelã as enchia rezando ou fazendo tapeçarias.

E as longas tapeçarias relatando vidas de santos ou episódios da vida quotidiana, mostram as longas esperas da castelã que às vezes, em umas horas de folga, subia à torre com uma tapeçaria na mão, trabalhando e olhando para ver se o seu senhor vinha.

Esses dois anos, cinco anos de fidelidade, na mesma espera e sobretudo, na mesma resignação.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

A capela do castelo e a vigília de armas do cavaleiro

A vigília do cavaleiro, fim da Idade Média
A vigília do cavaleiro, fim da Idade Média.
Luis Dufaur
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Muito característico do estado de espírito cheio de coragem por amor a Cristo e à Fé, é a vigília de armas do cavaleiro.

Pode-se imaginar a cena: numa igreja ou capela do castelo, durante a noite: silêncio absoluto; diante do altar estão as armas que o cavaleiro irá revestir no dia seguinte quando for armado.

Ele passa a noite inteira rezando sozinho naquela igreja ou capela do castelo onde seus antepassados também vigiaram, onde toda a sua família durante gerações rezou.

Ele sabe que a partir do momento em que ele for armado cavaleiro, ele não se pertence mais a si mesmo.

Ele é obrigado por juramento a dispor a sua vida sempre que a Igreja for perseguida; que os órfãos, as viúvas e os fracos forem opressos.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

O castelo, a coragem e o exemplo de Jesus Cristo

Castel Sforzesco, Milão, Itália
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O medieval encontrava o exemplo perfeito da coragem contemplando Nosso Senhor Jesus Cristo no Horto das Oliveiras.

Jesus Cristo é o protótipo de heroísmo.

Ele, no Horto das Oliveiras, não teve nenhuma atitude de estourado, pois isto seria incompatível com sua santidade infinita.

Ele mediu toda a tristeza das dores que Ele ia sofrer. Chegou a ter tanto medo dessas dores que suou sangue.

Mas apesar disto, como era dever dEle enfrentar aquelas dores, para cumprir a missão que o Padre Eterno lhe deu, Ele enfrentou tudo, levou a Cruz até o alto do Calvário e aí se deixou crucificar e morreu. Havia um ato deliberado da vontade dentro disso.

O cavaleiro cristão da Idade Média tinha eminentemente esta concepção da coragem. E o castelo era o fundo de quadro onde devia se exercer a coragem.

Ou servir de ponto de partida e referência constante de seus atos de heroísmo inclusive em terras longínquas. Como na Cruzada.

O cavaleiro tinha também no mais alto grau a noção do perigo.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Castelos: sonhos do Céu que antecipam a bem-aventurança eterna

O castelo Coradelli em Joinville: realização de um sonho de infância. A realização de um sonho de um alma pura está na origem dos maiores castelos da Europa.
O castelo Coradelli em Joinville: realização de um sonho de infância.
A realização de um sonho inocente está na origem dos maiores castelos da Europa.
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Leonardo Coradelli, 66, massoterapeuta que ganha “mil e pouco por mês”, construiu com pouco dinheiro e muita paciência um castelo em Joinville, no norte de Santa Catarina. A construção demorou cerca de 20 anos e hoje é ponto turístico, noticiou a UOL.

Situado no alto de um morro, o castelo é todo branco, com janelas e vitrais verdes, tem mais de 700 metros de área construída, quatro andares, 48 torres, 31 arcos, 21 cômodos e uma piscina com chafariz.

Mas Leonardo mora só, num bairro humilde. E nos momentos livres trabalha no castelo. “Minha vida toda foi dedicada a esse projeto. Dia e noite, sábados e domingos e, às vezes, os vizinhos faziam mutirões para me ajudarem”, contou.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Neuschwanstein: o senso do combate e da dignidade afidalgada


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O castelo de Neuschwanstein foi construído pelo rei Luís II da Baviera (1845-1886).

Corresponde a uma concepção romântica e wagneriana da Idade Média.

O homem que o imaginou quis refletir todo o espírito medieval, ou seja, o senso do combate e da dignidade afidalgada do homem da Idade Média.

O castelo está situado num panorama extremamente favorável: um extenso movimento montanhoso, que se prolonga e vai descendo, numa espécie de píncaro em relação a todas as circunjacências


terça-feira, 2 de agosto de 2016

Castelo de Sant'Angelo: escabelo para os pés do Arcanjo São Miguel

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Na ilustração ao lado, vemos o rio Tibre em Roma, com a ponte que conduz ao castelo de Sant´Angelo.

Ao longo dessa ponte monumental, construída para resistir aos séculos, percebem-se imagens de anjos.

Os fiéis que transpõem lentamente a ponte, rezando diante dessas imagens certas orações prescritas pela Igreja, ganham indulgência plenária, desde que depois visitem o castelo.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Castelo de Krasiczyn: residência principesca ainda sofre efeitos do comunismo

Palácio construído sobre antiga fortaleza medieval
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O Castelo de Krasiczyn, na Polônia, nasceu sobre um antigo complexo de madeira, chamado Sliwnica, provavelmente construído no século XIV.

O castelo atual foi refeito em estilo renascentista. Sua reconstrução começou em 1580 por iniciativa de um nobre local: Estanislau Siecienski Siecin.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Cheverny: o maravilhoso do equilíbrio

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Considero o panorama que se observa na fotografia ao lado de alta categoria.

Trata-se do Castelo de Cheverny, de estilo renascentista e clássico, situado no vale do Loire, na França.

Onde está a beleza dele? É preciso analisar elemento por elemento.

No meio da grama, a coisa mais comum do mundo: uma estrada inteiramente reta. No fundo, um castelo.

O que tem esse castelo propriamente de maravilhoso?

terça-feira, 21 de junho de 2016

Fortaleza de Montalegre:
coragem altaneira e coerência


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O castelo de Montalegre, em Portugal, evoca séculos de luta e de reconquista na época medieval.

Testemunhou brilhantes manifestações de coragem e heroísmo.

Que impressão causa este castelo? Coragem altaneira e coerência. A alma do homem coerente é como uma dessas torres — não há fendas nem concessões.

A torre que sobressai, despida de qualquer ornato, reflete uma seriedade extraordinária.

Como era a vida quotidiana dentro dessa fortaleza?

Nela havia residência confortável para o senhor feudal, moradias e áreas de serviços para os servidores e para a população das cercanias, além de capela.

Quando os inimigos se aproximavam, toda a população das proximidades refugiava-se nela com todos os seus bens. Era uma espécie de amparo seguro para toda a população, e não apenas para o senhor feudal.

Internamente, era uma verdadeira aldeia com todos os artesãos trabalhando, cada qual em seu ofício do dia-a-dia.

Havia freqüentemente, na parte de um castelo em que habitava o senhor feudal, uma escada encimada por grande patamar.

Em determinados dias, colocava-se ali um pequeno trono do qual ele exercia o papel de juiz das disputas entre seus súditos.

Nessa espécie de cidadezinha, suas torres eram risonhas e encantadoras por dentro, sérias e terríveis por fora.

Todas as janelas davam para um pátio interior, no qual árvores frutíferas perfumavam todo o ambiente.

Da fonte com seu chafariz ouvia-se o cântico das águas, enquanto das torres partiam brados dos guerreiros em combate.

Nisso temos uma idéia do heroísmo ante perspectivas terríveis, do alto senso do sacrifício de pessoas que não temem a morte.

Elas sabem que outra vida bem-aventurada as espera, sobretudo se morrem lutando pela fé católica.



Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 5 de maio de 1984. Sem revisão do autor.





(Fonte: Catolicismo, setembro de 2010)


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quinta-feira, 9 de junho de 2016

O castelo de Chambord: harmonia misteriosa de força e delicadeza

Luis Dufaur
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Na floresta de Chambord, vale do Loire, França, ergue-se um fascinante castelo real.

Ele foi construído a partir de 1519, por ordem do rei Francisco I para ser pavilhão de caça.

O castelo tem duas partes principais.

A inferior é retangular, massiva, composta por uma fortaleza central e quatro imensas torres baluartes nos cantos.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Fontainebleau: castelo real com diversos estilos que falam de sua história

Fontainebleau  dormitório em que podem se apreciar ainda elementos do estilo Renascença
Fontainebleau  dormitório em que podem se apreciar elementos do estilo Renascença

Luis Dufaur
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O gênero de beleza evoluiu no tempos em que Fontainebleau acolheu gerações de reis legítimos, e até um imperador oco, envolvendo a todos numa feeria de beleza única.

Fontainebleau, a poucos quilômetros de Paris foi uma das residências favoritas dos reis medievais Filipe II e de São Luis IX.

Porém, o criador do castelo atual foi Francisco I, que varreu o prédio medieval e quis um outro inteiramente novo segundo as estilos da Renascença. Confira nossos posts sobre o castelo.

A nota de raffiné introduzida nos estilos de vida por Luís XIV girava em volta da imponência que atingiu seu ápice no castelo real de Versailles.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Castelo de Amboise:
fruto da Cristandade que espelha a Luz de Cristo

Luis Dufaur
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A Luz de Cristo só brilha na sua autenticidade e plenitude na Igreja Católica.

E a Igreja comunica essa luz às obras de seus filhos.

Isto é especialmente verdadeiro para a Cristandade.

Este reflexo divino, enquanto se fazendo brilhar na ordem temporal a Igreja e o espírito religioso e ortodoxo dos católicos que constituem a Cristandade, pode ser chamado, com a devida analogia, também de Lumen Christi - Luz de Cristo.

O castelo de Amboise é um dos inúmeros exemplos concretos de essa irradiação da Luz do Redentor no campo temporal.

Ele foi construído num promontório com vista para o Loire. Na Idade Média foi substituído por uma ponte.

Ainda em tempos medievais, no século XI, Fulques III o Negro, Conde de Anjou, reconstruiu a fortaleza.

Em 1434, o edifício foi adicionado por Carlos VII aos bens da Coroa, depois do seu proprietário, Louis d'Amboise, ter sido acusado de conspiração e executado em 1431.

O castelo foi um dos favoritos dos reis franceses.

Carlos VIII, que nele nasceu e faleceu, fez extensas reconstruções no estilo do gótico flamboyant francês tardio.

Depois de 1495 empregou mestres pedreiros italianos, Domenico da Cortona e Fra Giocondo, que aplicaram alguns dos primeiros motivos decorativos renascentistas.





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