Maintenon aparece como um sonho cheio de realidade |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Há perfumes tirados por sucessivas destilações, preparações e acréscimos a partir de uma substância quintessenciada, tão agradável, fina, e extraordinária, que quase não tem mais nada de comum com a flor.
As vezes dizem “perfume de tal flor”. Mas, a flor foi desintegrada e deu uma coisa muito melhor.
Trata-se de perfumes tão finos, raffinées e excelentes, que perdem contato com a realidade.
Maintenon:
sonho ou realidade cristã bem vivida? |
Maintenon tomou forma quando a França decidiu sonhar |
Um país que quintessenciou tanto, tanto, tanto, que palácios, castelos, modas, músicas, tecidos, maneiras, tipo humano parecem sonhados: é a França de antes da Revolução Francesa.
Aquilo tudo é um sonho.
Quando os homens resolveram sonhar, a França surgiu com sua fisionomia.
Um dos muitos exemplos disso é o castelo de Maintenon.
Já o nome é de castelo de um outro mundo.
Esse sonho satisfaz de tal maneira um desejo da alma humana, que os turistas vivem abarrotando a França, vindos do mundo inteiro.
Maintenon: ambiente interno do castelo, marcado pela nobre família Noailles |
Ele deu para ela esse castelo.
É um castelo em estilo original medieval construído numa ilha.
Em volta onde havia canais e lagoas foram escavados fossos segundo a arte de guerra medieval.
É uma beleza de castelo e muito bom para a família feudal passarem a noite, porque recolhiam tudo dentro da ilha. Se fossem atacar a ilha, os canais ajudavam.
Em Maintenon se deu um fato histórico.
O rei legítimo Carlos X fora destronado em 1830 por uma revolução meio republicana e teve que fugir da França. No caminho parou em Maintenon.
Carlos X passou uma noite tranquilíssima no castelo, e no dia seguinte partiu até o porto, para pegar um navio que o levaria para Inglaterra.
Na hora da despedida, o rei em desgraça a tropazinha de fiéis formar em estilo militar, para um último adeus.
No fundo era um adeus à legitimidade, foi uma coisa tremenda.
Carlos X foi passando montado a cavalo para receber a continência da tropa.
Então, um soldado saiu das fileiras, pôs-se diante dele e olhou para ele.
Então o rei disse em tom de reprimenda militar:
‒ O que é que você faz aí?
‒ “Eu quero vos admirar por uma última vez, majestade!”
Carlos X não disse nada.
Aquele homem admirou o rei o quanto quis e daí a um instantinho as vias das vidas dos dois se separaram. O soldado voltou para casa, para a vidinha dele, e Carlos X foi para as amarguras do exílio.
A planta quadrada foi construída no século XIII.
Jean Cottereau, tornou-se proprietário do château em 1509, tendo-o embelezado com a construção das alas Norte e Este.
Luis XIV realizou vários trabalhos durante a construção de aqueduto.
Fez construir um jardim por André Le Nôtre e aprofundou o canal que passa sob o aqueduto.
Françoise Marie de Bourbon (1677-1749), conhecida como a Mademoiselle de Blois, nasceu neste palácio, filha ilegítima de Luís XIV de França e da Madame de Montespan.
Madame de Maintenon, que casou “secretamente” na Igreja com Luis XIV, fez construir uma ala que lhe serviu de aposentos.
Através de uma esplendida galeria os dois iam assistir Missa.
Foi no Château de Maintenon que Racine escreveu as suas tragédias “Esther et Athalie” para as meninas de Saint-Cyr.
Atualmente pertence à famíllia de Noailles e pode ser visitado.
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Vamos lá a ver se nos entendemos Carlos X foi para o exílio após a Revolução das três Gloriosas em 1830. Faleceu em 1836, não podia ser admirado em 1848 Quem foi para o exílio em 1848 foi Luis Filipe I (antigo duque de Orleães)
ResponderExcluirCorreto! Agradecemos a correção que já introduzimos no texto.
ExcluirAtenciosamente
Obrigado, Castelos Medievais!
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