quarta-feira, 2 de junho de 2021

Val: castelo da “Bela adormecida”,
ou ápice de realidade bem pega?

Val: castelo que parece feito para a “Bela adormecida”
Val: castelo que parece feito para a “Bela adormecida”
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








O castelo de Val dominava outrora o vale. Construído no século XIII perto de Lanobre (Cantal, França), hoje está isolado numa ilha criada por uma barragem.

A água toca o pé das muralhas, conferindo-lhe uma inusitada beleza.

O feudo de Val pertenceu às famílias de Tinières e de Pierre de Pierrefort.

Guillaume IV d'Estaing, nascido em 1397, fez levantar o castelo atual.

A família o conservou até Guillaume V d'Estaing, nascido em 1529.

Depois deles, um certo número de famílias nobres foram herdando o castelo, até que em 1946 a família d'Arcy foi expropriada com o argumento do alagamento do vale pela barragem.

Finalmente, o nível das águas não subiu tanto e o castelo não foi engolido. Teria sido um crime.

Ele ficou nas mãos da empresa estatal de energia, que o deixou abandonado, tendo sido saqueado.

Finalmente foi vendido pelo valor simbólico de um franco à prefeitura de Bort-les-Orgues que realizou nele alguns trabalhos de restauração.

Val: as águas como que beijam os muros
Val: as águas como que beijam os muros
O castelo não pretende impressionar ninguém.

A gente pode imaginar uma pequena família nobre vivendo nele.

Ele possui seis torres que se apertam umas nas outras como que se estimulando mutuamente a subir mais alto.

Val: dignidade e ousadia no empuxe ascensional das torres
Val: dignidade e ousadia no empuxo ascensional das torres

Quanta dignidade, quanta ousadia no empuxe ascensional dessas torres!

O corpo do castelo passa quase desapercebido.

Nos castelos medievais, o costume era que a capela ficasse na parte mais central e mais protegida.

Mas, a capela de Val ficou do lado de fora, pois positivamente não cabe dentro do recinto central.

As pedras são rústicas e foram pouco trabalhadas, evidenciando escassez de recursos por parte dos construtores.

Mas, na relativa pobreza de meios, o espírito que procura a sublimidade triunfa e cria um castelo que poderia servir de cenário natural para a “Bela adormecida”.

Como fonte de inspiração para o filme de Walt Disney e para a própria Disneylandia foi superado por Neuschwanstein (Clicar aqui) que, entretanto, é um castelo real construído com muitos mais recursos materiais

Porém, Val não é um castelo de conto: ele é muito real.

Castelo de Val: Cristandade não foi sonho mas realidade
Cristandade não foi sonho mas realidade
Ali famílias viveram muitos séculos, os camponeses iam e viam, viajantes e romeiros paravam à noite para pedir hospedagem, guardas vigiavam do alto das torres nos períodos incertos.

Na capelinha o sacerdote celebrava a Santa Missa, nos salões – talvez salõezinhos do castelinho – nobres, burgueses e populares reunidos comemoravam o Natal, a Páscoa e as festas religiosas.

Festas familiares, casamentos, aniversários, batizados, administração da justiça pelo senhor, planos de defesa do vale em caso de perigo, organização de auxílios em épocas de calamidades naturais, de guerras, etc.

Castelo de Val: vida quotidiana em ambiente de sonho
Val: vida quotidiana em ambiente de sonho
Tudo se fazia nesse ambiente de conto de fadas, sem intervenção de planificações governamentais nem a invasão onipresente típica dos Estados modernos.

Na Cristandade, as famílias viviam num sonho, talvez sem sabê-lo, sob as bênçãos de Deus e da Igreja.

O castelinho do Val nos fala disso.






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