terça-feira, 26 de abril de 2016

Castelos interpretam anseios profundos dos alemães

Burg Zwingenberg, no estado de Baden-Württemberg.
A primeira menção histórica é de 1326. Hoje pertence ao príncipe Ludwig von Baden.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




A Alemanha há 90 anos não é monarquia, porém os antigos castelos da nobreza suscitam um sagrado maravilhamento, escreveu o diário “Die Welt”.

Eles são os mais visitados monumentos históricos.

Onde o Estado não restaura, iniciativas populares fomentam a reconstrução, inclusive na ex-Alemanha Oriental.

O que esta por trás dessa “mania” popular pelos castelos que não tem mais utilidade? indaga o jornal.

O desejo de ver coisas belas e nobres, a curiosidade pela riqueza e esplendor, a admiração por obras de arte perfeitas não explicam a obsessão.

O castelo pertence à época feudal, à sociedade de classes, à forma monárquica de Estado. Mas “Die Welt” se espanta pelo fato de lojas e shopings-centers milionários escolherem castelos como símbolo.



O castelo é um dos primeiros edifícios de que ouvimos falar, quando chegamos ao mundo, prossegue o diário.

Antes mesmo que tenhamos visto um castelo em concreto, já se forma uma imagem dele em nossa alma. É uma imagem de conto de fada que nos é apresentada.

Nos castelos, segundo as lendas, acontecem cosas estranhas, prossegue “Die Welt”.

Rãs se transformam em príncipes, mendigos em reis, meninas pobres em rainhas, e sem interrupção há casamentos.

Há torres, escadarias, uma cozinha e a trepadeira de espinhos que cresce sobre o teto e que florescem depois de cem anos.

Mais frequentemente, o castelo se encontra numa floresta ou num pico quase inacessível.

Ele esta fora do alcance, de fora da época democrática.

O castelo aparece, até para o homem de pensamento prosaico e economicista do século 21, como um local de encanto, de maravilhamento e de enobrecimento.

É o contrario do mundo da aceleração, da globalização. Nele o tempo parece ter ficado parado.

Nele, o país encarna o orgulho de sua história, de seu esplendor e de sua identidade.

Drachenburg foi construído em estilo neogótico no século XIX.
Hoje pertence ao estado de Renania do Norte-Westephalia
O castelo foi para os alemães um marco de identidade, de uma ordem universal de convívio supra-nacional, baseada no senhorio pessoal porque no antigo Império a pátria e a nação cristalizavam-se no poder pessoal do nobre.

Os castelos alemães são testemunhas muito especiais daquele antigo império. Neles converge toda a historia e uma concepção do Estado, que somente em 1806 perdeu sua conformação política. [Ano da abolição do Sacro Império por imposição de Napoleão]

Acima de tudo há uma presença palpável de um rasto que se perde no infinito, de origem e de antiga ordem, que fazem com que as velhas moradias dos senhores se tornem locais de culto.

Os homens têm desejo de autenticidade e não de conto da carochinha.

Por isso os alemães procuram os velhos castelos encravados na história e na alma popular como no topo de um rochedo.



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2 comentários:

  1. Quero parabenizar o autor do site "Castelos medievais", pois é algo de valor inestimável, algo muito bem feito. Não é só isto não, mas vai muito além.
    E tanto fiquei entusiasmado com o site, que o enviei a não poucos amigos e amigas.
    Um abraço e muito obrigado.

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