Arundel: casa de referência da família dos duques de Norfolk, Inglaterra. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
No dia de Natal de 1067, há perto de um milênio, o nobre Roger de Montgomery erigiu um castelo em Arundel, West Sussex, Inglaterra.
Roger foi feito conde de Arundel pelo novo rei inglês Guilherme o Conquistador.
Propriedade familiar a partir do século XI, o castelo é a sede principal da família dos Duques de Norfolk há mais de 400 anos .
E isto está relacionado com a história do catolicismo perseguido na Inglaterra pelo protestantismo.
Arundel: vista aérea do castelo-fortaleza e palácio. |
Era uma posição defensiva diante de uma possível invasão proveniente da França.
A estrutura original tinha a rudeza das construções militares e provavelmente foi de madeira.
Após pertencer a Roger de Montgomery, o castelo passou de família em família, até que em 1138 William d’Aubigny II começou a erguer o castelo de pedra.
Em 1139, a imperatriz Matilde se alojou no castelo e os apartamentos construídos para ela em pedra perduram até hoje.
A última herdeira do castelo, Mary FitzAlan, irmã do 19º duque de Arundel, casou com Thomas Howard, 4º Duque de Norfolk.
Desde então, os problemas com a coroa inglesa foram contínuos.
Isso porque os duques de Norfolk se recusaram até hoje a aderir ao protestantismo, sendo por isso um dos mais eminentes representantes do Recusacionismo.
Em 1572 a Coroa executou o duque de Norfolk e confiscou Arundel, pelo ‘crime’ de conspiração em favor da Rainha da Escócia e legítima herdeira da Coroa inglesa, Mary Stuart, que era católica.
A acusação foi maldosa e Arundel voltou para a família dos duques de Norfolk.
Arundel: capela dos condes da dinastia da família FitzAlan. |
Para essa ocasião, Henry Charles Howard, 13º Duque de Norfolk, remodelou o castelo.
A rainha Vitória chegou no dia 1º de dezembro de 1846, tendo ficado admirada pelo requinte dos apartamentos e a beleza dos jardins.
Quase todos os locais do castelo que a rainha conheceu foram cuidadosamente restaurados e conservados.
Os quartos usados pela soberana hoje fazem parte dos apartamentos da família dos duques de Norfolk.
Os elogios da rainha Vitória animaram o 14º Duque, que reiniciou a reforma do castelo, a qual foi completada pelo 15º Duque de Norfolk no ano 1900.
Arundel: grande galeria do castelo. |
O Ducado de Norfolk é um dos últimos títulos britânicos que conserva o direito hereditário de fazer parte da Câmara dos Lordes, e o seu detentor é designado como “Primeiro dos Duques Pares da Inglaterra”.
Por isso, podemos vê-lo recebendo e acompanhando a rainha sempre que ela vai à Câmara dos Lordes, como também quando ela pronuncia em grande pompa o discurso anual de abertura das sessões.
Enquanto conde de Arundel, o Duque de Norfolk é o “Primeiro Conde” do reino, pois chefia uma das primeiras famílias aristocráticas da Inglaterra.
Além do mais, todos os antigos e atuais duques descendem do rei Santo Eduardo I ( 1004-1066) o Confessor, da Inglaterra.
Lord Henry Howard, oitavo duque de Norfolk |
Isto é, dos católicos, e especialmente dos nobres, que recusaram a Revolução Protestante, padecendo até a morte por causa disso.
Toda esta história modelou o castelo, conferindo-lhe um acúmulo de força, elegância e distinção, com um ar quase principesco.
Em primeiro lugar, destacam-se as torres medievais, sem janelas, com apenas algumas seteiras – aberturas no muro para se poder lançar flechas – coroadas de ameias.
Essas torres delimitam o perímetro do castelo e são completadas por muros também fechados que circundam todas as instalações.
A preocupação militar é dominante.
Bem protegidas pelas torres, encontramos as partes construídas ou reformadas nos séculos posteriores.
A preocupação dominante dos pavilhões foi de abrir grandes janelas góticas para dar entrada à luz nas partes habitadas.
Arundel: re-encenações da vida medieval. |
A capela do castelo é aristocrática e medieval, está impregnada de imponderáveis sobrenaturais.
Nela estão enterrados os antepassados dos nobres proprietários.
As estalas para monges ou cônegos ocupam boa parte dela.
Escudos e bandeiras com as armas dos duques de Norfolk estão afixadas nas paredes.
O passado histórico do castelo inspira reencenações de momentos da vida medieval inglesa, como justas e batalhas.
Arundel é como um relicário em ponto pequeno que dá uma certa ideia de como teria sido a Inglaterra se não tivesse ficado protestante.
GLÓRIA CRUZADAS CATEDRAIS ORAÇÕES HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS
Nossa! Muito legal....Amei. Nunca imaginei que havia tantos
ResponderExcluircastelos assim. Muito interessante mesmo!!!
Muita elevação e requinte e o melhor, o catolicismo dos nobres que mantém esse castelo!
ResponderExcluirArundel: a bela história de um castelo maravilhoso.
ResponderExcluirRealmente são grandes palácios nobres que fazem parte das maravilhas do mundo.
ResponderExcluirUma historia , uma vida, meu ancestral Thomaz FitzAlan 12° conde de Arundel casou com Beatriz, esta é nossa ligação com esta família que padeceu nesta época, seu pai foi degolado, que trágico, que sofrimento.
ExcluirMas é a vida.A nobreza é o que esta em nos , o que somos, desde que nascemos, sangue.
Amo Castelos, pois um dia irei conhecelos.
ResponderExcluirAcabei de voltar de lá 24/4 e passei quase 5 horas desbravando esse Castelo! Realmente é como se voltássemos no tempo... as paredes falam por lá... basta se conectar e além de se deslumbrar com a visão de tanta beleza e imponência, tb ouvir ;)
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