Antiga residência bretã da Madame de Sévigné, é um palácio rural gótico do século XV, nas proximidades de Vitré. Possui uma capela octogonal, construída pela Marquesa em 1671, cavalariças e uma ala de serviço acrescentada no século XVIII.
O jardim à francesa foi criado em 1689 e restaurado em 1982. Madame de Sévigné, possuidora de vários domínios, permaneceu por longos periodos no Château des Rochers. Nesta propriedade escreveu um grande número das famosas cartas endereçadas à sua filha.
A propriedade ainda pertence aos descendentes distantes dos Sévigné. Pode visitar-se a capela e um parte do palácio, onde há retratos da família e alguns objetos da Marquesa.
Talcy
No Vale do Loire, foi encomendado em 1520 por Bernardo Salviati, banqueiro florentino ligado com a família Médici.
No castelo existe a “chambre de la Médicis”, onde Catarina de Medici e o seu filho Carlos IX planearam o Massacre do dia de São Bartolomeu, a 28 e 29 de Junho de 1572, que significou um forte freio ao incêndio huguenote.
Beaumaris Castle
Em País de Gales, foi construído pelo rei Eduardo I de Inglaterra para conquistar o norte de Gales. Começado em 1295 nunca foi concluído.
O castelo tem uma doca de maré, permitindo-lhe ser abastecido diretamente pelo mar e é rodeado por um fosso cheio de água. As defesas incluem numerosas seteiras engenhosamente situadas e as entradas são protegidas por “buracos assassinos”, a partir dos quais podiam ser derramadas substâncias como óleo quente sobre as forças inimigas. Os atacantes do Beaumaris Castle teriam encontrado 14 obstáculos separados e quatro linhas de fortificação resultantes de “paredes dentro de paredes”.
No século XIV as muralhas exteriores foram ameadas. Beaumaris não sofreu uma destruição deliberada durante a Guerra Civil Inglesa.
Eu
O condado de Eu foi criado em 996 por Ricardo, neto de Rolando, para defender a Normandia.
Em 1180, São Laurent O'Toole, arcebispo de Dublin e legado do Papa, ali faleceu. Em 1430, durante a Guerra dos Cem Anos, Joana d'Arc, aprisionada em Compiègne pelos ingleses e conduzida a Ruão, passou por Eu, onde passou a noite.
No final do século XVI, o duque Henrique I de Guise iniciou a construção de um novo e vasto castelo. No século XVII, foi residência da famosa Grande Mademoiselle, duquesa de Montpensier e prima de Luís XIV. A Grande Mademoiselle enriqueceu-o e decorou-o.
No século XIX, passou aos duques de Orléans que o restauraram. Foi residência da Família Imperial Brasileira no exílio. Gastão de Orleans, Conde d'Eu, residiu em Eu com a princesa Isabel do Brasil, e três filhos. Os seus descendentes residiram no castelo até 1945.
Na década de 1940, os Orleans e Bragança venderam o castelo a Assis Chateaubriand. Em 1961 foi adquirido pelo governo francês. Abriga o Museu Luís Filipe que guarda também peças da Família Imperial Brasileira.
Loches
No Vale do Loire em França, construído no século IX cerca de 500 metros acima do rio Indre.
Concebido por Henrique II de Inglaterra e o seu filho, Ricardo Coração de Leão durante o século XII, foi capturado pelo Rei Filipe II em 1205 que o transformou numa grande fortaleza militar. Foi residência favorita de Carlos VII de França.
Durante a Revolução Americana, a França que lutou contra a Inglaterra utilizou o castelo como prisão para os ingleses.
O tufão do ódio anti-monárquico da Revolução Francesa saqueou-o e danificou-o severamente. Ainda hoje há partes visíveis apenas como ruínas malgrado as restaurações.
Quéribus
Na região de Languedoc-Roussillon, na França. Último baluarte cátaro conquistado pelos cruzados em 1255.
Queribus é um do “cinco filhos de Carcassonne”, junto com Aguilar, Peyrepertuse, Termes e Puilaurens: cinco fortes estrategicamente erguidos para defender a fronteira francesa contra a Espanha.
Peyrepertuse
Impressionante “ninho de águia”, na região de Languedoc-Roussillon, na França, vigiava os vales circundantes e controlava os desfiladeiros podendo se comunicar-se por sinais com o castelo de Quéribus, um pouco mais ao Sul.
O local foi ocupado pelos Romanos no século I a.C. As primeiras referências medievais são do ano de 806, quando ele pertencia à Catalunha. O castelo integrou o condado de Barcelona, e depois o viscondado de Narbona. Pelo Tratado de Corbeil em 1258 o Languedoc ficou com a França.
Na época da Cruzada contra os heréticos albigenses pertenceu a Guillaume de Peyrepertuse, excomungado em 1224. Ele se submeteu após o cerco de Carcassonne. São Luís reforçou o castelo em 1242, acrescentando-lhe o “torreão de San-Jordy”. O conjunto era uma das fortalezas reais ‒ os “cinco filhos de Carcassonne” ‒ que defendiam a fronteira francesa. Na época da Revolução Francesa foi abandonado, caindo em ruínas.
Amboise
Construído num promontório com vista para o Loire, substituído na Idade Média por uma ponte, no século XI, Fulques III o Negro, Conde de Anjou, reconstruíu a fortaleza. Em 1434, o edifício foi adicionado por Carlos VII aos bens da Coroa, depois do seu proprietário, Louis d'Amboise, ter sido acusado de conspiração e executado em 1431. O castelo foi um dos favoritos dos reis franceses.
Carlos VIII, que aqui nasceu e faleceu, fez extensas reconstruções no estilo do gótico flamboyant francês tardio. Depois de 1495 empregou mestres pedreiros italianos, Domenico da Cortona e Fra Giocondo, que aplicaram alguns dos primeiros motivos decorativos renascentistas.
Montségur
Na região do Midi-Pyrénées na França. A 1.207 metros acima do nível do mar ficou célebre pois na montanha houve uma aldeia fortificada onde foi esmagada a fanática heresia cátara em 1244.
Em 1215, o Quarto Concílio de Latrão denunciou a fortificação cátara como reduto de heréticos. Entre 1243 e 1244, Hugues d’Arcis, senescal de Carcassonne e o arcebispo de Narbonne, conduziram a cruzada, e após audaciosa escalada noturna puseram fim ao ninho de subversão e imoralidade. Os cátaros que não abjuraram seus erros pereceram na fogueira.
O castelo atual é obra do Marechal da Fé Guy II duque de Lévis que desejava a nunca mais os heréticos abusassem do local. No século XVII, perdida a sua função estratégica, mergulhou em ruínas. Mas nos séculos XIX e XX procedeu-se à sua restauração.
Montsoreau
Construído em 1455 por Jean de Chambes, conselheiro de Carlos VII na margem do rio Loire, controlava o tráfego entre os rios Chinon e Saumur.
No século XIX o castelo estava abandonado e em ruínas, sendo hoje objeto de extensas obras de renovação.
Castelos em seu email
Troussay
É um dos menores castelos do Vale do Loire. A primeira pedra da mansão foi colocada por volta de 1450, quando Robert de Bugy, escudeiro do rei Francisco I da França, era o senhor feudal.
No século XVII, o domínio foi equipado com áreas comuns e duas alas, enquanto um magnífico jardim formal foi estabelecido. O castelo pertence à família dos proprietários do castelo de Cheverny.
Caernarfon Castle
Construído pelo rei Eduardo I de Inglaterra em 1283, em posição dominante sobre as margens do rio Seiont. Tinha sido o sítio dum forte romano e, mais tarde, dum castelo do tipo madera construido cerca de 1090 por Hugh d'Avranches.
Eduardo II de Inglaterra nasceu aqui em 1284. Em 1646, durante a Guerra Civil Inglesa, a sua guarnição Realista rendeu-se às forças protestantes republicanas.
A tradição de investir o herdeiro do monarca britânico no castelo com o título de Príncipe de Gales começou em 1301 e foi repetido em 1969, com a investidura de Carlos, Príncipe de Gales.
Hoje aloja o Museu dos Fuzileiros Reais Galeses.
Rochester Castle
Na margem Rio Medway, em Rochester, Kent. É um dos mais bem preservados castelos no Reino Unido. Houve uma praça forte nos tempos romanos (cerca do ano 43). A torre de menagem e o castelo normando atual remontam ao ano 1127.
O primeiro castelo normando de Rochester foi provavelmente uma torre de madeira com paliçadas.
O Bispo Gundulf construiu o castelo de pedra. Gundulf fez a Catedral Normanda de Rochester em 1080, e a Torre Branca da Torre de Londres.
O arcebispo da Cantuária, Guilherme de Corbeil começou a construir a grande torre de menagem de pedra em 1127. É a mais alta da Inglaterra e dominou a travessia do rio nos últimos 800 anos.
Teatro de muitos enfrentamentos medievais. No século XV foi poupado pela Guerra das Rosas. Hoje Rochester está ligado ao vizinho estaleiro naval de Chatham que fabrica submarinos.
Barroux
Remonta a um castelo erguido, no século XII, em posição dominante sobre um pico rochoso, vizinha ao qual se desenvolveu a povoação.
No século XIV, o castelo foi transformado em uma magnífica fortaleza.
No século XVIII, foi abandonado, caindo em ruínas.
No início do século XX, uma família adquiriu as ruínas e promoveu a restauração às suas próprias expensas.
Na Segunda Guerra Mundial foi incendiado por tropas alemãs.
Mas a mesma família restaurou-o na década de 1960.
Bayard
Originalmente foi uma fortificação. Na era feudal, somente os Cavaleiros podiam possuir um castelo. Pierre Terrail, bisavô do famoso cavaleiro Bayard, foi o vice-senhor do senhorio de Avallon e empreendeu a construção em 1404.
Os membros da família Bayard passaram uma boa parte da sua vida a combater ao serviço do Rei de França. Pierre III Terrail, o célebre cavaleiro Bayard ali nasceu e foi criado.
MAIS Por matrimônio, o castelo ficou com a família de Noinvilles (1735). Louis-Alphonse de Noinville, emigrante sob a Revolução Francesa, foi o último Senhor de Bayard. Os seus bens foram ilicitamente apreendidos e vendidos em 1795 pelos revolucionários “democráticos”. O castelo ficou em ruínas por longo tempo. As pedras chegaram a ser usadas como material de construção.
As ruínas causadas pela Revolução Francesa foram restauradas por famílias proprietárias.
Beynes
Junto ao Rio Mauldre, na região da Île-de-France, o primeiro castelo, com fosso e muralha, foi construído no século XI.
O rio servia como linha de defesa ocidental do domínio Real, contra a Normandia. Foi tomado pelos ingleses na Guerra dos Cem Anos.
Cerca de 1450, Robert d'Estouteville transformou-o numa residência confortável, desmantelando a torre de menagem e adaptando as fortificações para a artilharia incipiente.
Beynes foi totalmente abandonado durante o bárbaro “século das Luzes” (XVIII) e foi usado como um filão de pedra para construções na aldeia.
Bonaguil
Na fronteira entre o Périgord e o Quercy, na Idade Média, Bonaguil foi sede de uma das quatro baronias do Périgord. Ele é um dos últimos exemplares de castelos-fortes no país.
A sua construção foi iniciada no século XIII, sendo inteiramente reformado no final do século XV pelo barão Bérenger de Roquefeuil. Tem uma superfície de 7.500 m², e é um verdadeiro catálogo das técnicas de fortificação medievais inclusive para resistir à artilharia.
No Renascimento, as grandes famílias seguindo o exemplo do Rei começaram a construir palácios agradáveis e deixaram as fortificações medievais para a pequena e média aristocracia.
Bonaguil encontra-se num notável estado de conservação. Nunca sofreu ataques e foi habitado até a Revolução Francesa.
Brie-comte-Robert
O castelo de Brie-Comte-Robert, na Île-de-France, foi erigido no final do século XII, quando Robert I de Dreux, era senhor de Brie. Em 1254 passou para a família de Châtillon. O castelo tornou-se uma residência de prestígio. Aqui teve lugar, em 1349, o casamento de Filipe VI de França com Branca d'Évreux-Navarre.
Ao final do século XIV, o castelo e seus domínios retornaram à Casa d'Orleães. A partir de Francisco I e Catarina de Médicis, o castelo e seus domínios foram confiados pelo soberano a alguns dos seus validos, muitos dos quais senhores italianos que deixaram o imóvel degradar-se. Em 1750, Germain-Louis de Chauvelin, senhor do castelo, cheio do espírito das Luzes demoliu as torres e as cortinas.
O duque de Penthièvre e sua filha, duquesa d'Orléans, foram os seus últimos senhores. Na Revolução francesa, o edifício foi prisão.
Couches
No antigo ducado soberano da Borgonha, o castelo protegia a estrada que ligava a Paris.
Gaudry, Senhor de Couches iniciou a construção da fortaleza no século XI, que foi ampliada pelos sucessores.
No início do século XVI o domínio passou para a Família de Rochechouart. Em 1590, a guarnição foi exterminada e a fortaleza desmantelada.
No século XIX iniciou-se a reconstrução em estilo neo-gótico. Novas obras aconteceram no século XX por conta da família proprietária.
Chateaudun
O Castelo de Châteaudun foi construído entre os séculos XII e XVI iniciado pelo Conde de Blois Teobaldo V, por volta de 1170. A Sainte-Chapelle foi construída entre 1451 e 1493.
Francisco I de Orléans-Longueville começou a construção da ala norte entre 1469 e 1491.
Durante o Renascimento foi convertido numa confortável residência cujo corpo principal é coberto pelo estilo gótico.
Caen
Construído cerca de 1060 por Guilherme o Conquistador rei da Inglaterra. Num célebre Natal em 1182 reuniram-se no castelo Henrique II de Inglaterra e os seus filhos, Ricardo Coração de Leão e João Sem Terra, e mais de mil cavaleiros.
O castelo, juntamente com toda a Normandia, foi integrado na Coroa Francesa em 1204. O castelo assistiu a vários episódios da Guerra dos Cem Anos.
O feroz ódio contra a história católica da Revolução Francesa demoliu a torre de menagem em 1793, como símbolo do passado hierárquico. O castelo foi bombardeado em 1944 e seriamente danificado.
Javier
Em Navarra, Espanha, cerca de 52 quilômetros a leste de Pamplona. Nele nasceu e viveu São Francisco Xavier, filho dos senhores Javier. Por isso é o destino de uma concorrida peregrinação anual, em homenagem do santo padroeiro de Navarra, chamada “Javierada”.
O castelo remonta a uma fortificação muçulmana do século X. Após a Reconquista cristã da região, em 1236 o castelo foi entregue por Teobaldo I de Navarra a D. Adán de Sada.
Após sucessivas heranças, o castelo passou ao domínio da Casa de Villahermosa.
Ao final do século XIX, seus proprietários iniciaram a restauração. Toda a família participou com fundos próprios para restaurá-lo, edificar uma Basílica e moradias para sacerdotes e casas de exercícios.
Coria
Na província de Cáceres, Estremadura, Espanha. A primitiva ocupação do sítio remonta a uma fortificação romana.
A atual estrutura é do ano 1472, e foi iniciativa do duque de Alba. Consiste em uma torre de menagem de planta pentagonal, e o chamado “castelejo”, torre menor de planta semi-circular. O conjunto é rematado por ameias e por guaritas semicirculares. Todo o perímetro é decorado com arcos e bolas. O brasão de armas do duque encontra-se nas guaritas e sobre o portão de armas. Estilo gótico tardio. É particular.
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A primeira impressão, ao se observar esse castelo, situado no vale do Loire, na França, é de deslumbramento.
Uma coisa maravilhosa!
Um conjunto de torres que se elevam garbosas para o ar, indicando senhorio, poder, grandeza e esplendor.
São torres de um castelo-fortaleza.
O intuito da fortificação está muito expresso na carência de janelas nas torres.
Percebe-se que de um lado foram abertas janelas, mas não existem janelas por toda parte. Deve haver falta de ar e de luz em algumas partes desse edifício.
Mas isto era necessário para a construção não poder ser arrombada, violada por pessoas que quisessem penetrar nela. São torres de fortaleza.
Percebe-se que, por baixo do teto arredondado, em forma de chapéu, e das chaminés no outro bloco do edifício, existem ainda as ameias de uma torre medieval.
Tudo quanto é em ângulo só pode mais facilmente evocar uma idéia militar, de combate, do que formas arredondadas.
Esse como que chapéu colocado no alto da torre confere um ar civilista ao castelo...
Além do deslumbramento qual a primeira impressão que ocorre ao espírito, quando se examina o castelo?
Nossos subconscientes estão impregnados com os horrores e as caretas da arquitetura moderna.
Surgida de repente uma obra arquitetônica como esta, é principalmente a idéia do contraste que vem a nosso espírito.
De um lado, a plebeidade, o aspecto proletário enfeitado de tantos prédios que existem nas cidades contemporâneas; e de outro lado, tal edifício que fala de ornato, que ostenta beleza e nobreza.
Esse complexo arquitetônico forma um todo em oposição a um conjunto moderno.
(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, 2 de agosto de 1989. Sem revisão do autor.)
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Próximo de uma praia na localidade de Sarzeau (Morbihan, França), o castelo de Suscinio projeta sua imponente figura.
Ele foi construído na segunda metade do século XIV para servir de residência de verão aos Duques da Bretanha.
Seu nome deriva da palavra bretã Ziskennoù, que significa “local de repouso para os viajantes”, ou “local onde se desce”.
A Bretanha está rodeada de mar, recifes e falésias perigosíssimas.
O perpetuo rumor do mar é sua música de fundo. Os seus múltiplos portos são um refúgio necessário.
Iniciado pelo duque de Bretanha, Pierre de Dreux, em 1218, Suscinio serviu de início como residência para os períodos de caça.
Seus descendentes, João I o Vermelho, João IV e João V aumentaram muito o castelo, construindo no século XV até casamatas para peças de artilharia.
A Bretanha era um ducado virtualmente independente ligado ao Reino da França por laços bastante genéricos.
Castelo de Suscinio: símbolo da alteridade bretã
Até que a última herdeira dos Duques, Ana de Bretanha (1477–1514), casou com o Rei da França Luis XII no castelo de Langeais, após inúmeras peripécias políticas, guerras, tentativas de casamento fracassadas, viuvezes e intrigas.
Ana tornou-se rainha da França e a Bretanha passou a ser feudo da casa real francesa.
A rainha Ana, entretanto, passou para a posteridade a imagem de uma princesa bretã muito ciumenta dos direitos de sua terra natal.
E os bretões de fato foram sempre muito feros em defender sua história, direitos e cultura própria.
Suscinio é um exemplo patente disso.
Quem, vendo suas imponentes torres e sólidas casamatas, teria dito que se trata de um “castelo para se passar as férias de verão”?
A preocupação militar é patente. Uma preocupação mais do que tudo defensiva de seus vizinhos: a França e, do outro lado da Mancha, a Inglaterra.
Suscinio: força, lógica, coerência, beleza austera e sublime
Precisou chegar a barbárie igualitária da Revolução Francesa para que em 1798 o castelo fosse vendido por preço vil a um mercador que o explorou como canteiro de pedras para construção. Isto é, fez-se tudo para fazê-lo desaparecer.
Por isso é que partes importantes dele não existem mais.
Mas, do que sobrou: que força, que lógica, que coerência, que beleza austera e sublime!
As partes preservadas mostram quase intactas suas características de fortaleza medieval. E constituem um símbolo da alteridade bretã.
A Revolução Francesa empenhou-se em derrubar todos os direitos adquiridos historicamente pelos antigos feudos e regiões.
E desconheceu o contrato passado entre Ana de Bretanha e Luís XII, pelo qual o ducado enfeudado à coroa francesa conservaria seus privilégios, usos e costumes.
O que faz a nobreza da Bretanha?
Reuniu-se e mandou dizer aos revolucionários: “Se vocês continuarem nesse caminho, nós proclamamos a independência da Bretanha. Porque nós tínhamos um contrato e vocês violaram esse contrato. Acabou-se”.
Suscinio: símbolo de uma região ufana de sua originalidade
E eclodiu uma guerra civil.
Do ponto de vista político e jurídico, a França antiga era uma soma de contratos amadurecidos e provados historicamente.
Quando a Revolução Francesa decapitou o Rei Luís XVI, três quartos dos departamentos franceses pegaram em armas, porque os contratos haviam sido violados e a França se sentia desfeita.
Os castelos eram como que os monumentos asseguradores da alteridade local e da noção contratual autêntica.
Por mais essa razão, a Revolução Francesa, consumida pelo fanatismo igualitário, quis apagá-los da superfície do país.
Esses contratos nasceram do fundo da realidade e não tinham nada a ver com o cerebrino “Contrato Social” de Rousseau que, comparado com os autênticos contratos, se assemelha a uma bobagem de salão.
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Nicolas Fouquet (Paris, 27 de janeiro de 1615 Pignerol, 03 de abril de 1683) foi visconde de Melun, Visconde de Vaux, marquês de Belle-Île, e todo-poderoso Superintendente de Finanças do rei Luis XIV.
Também foi protetor e padroeiro dos escritores e artistas.
Em 1653, ordenou a construção de um magnífico castelo em Vaux-le-Vicomte.
O castelo de La Brède nasceu como um castelo estritamente funcional. Todas as partes dele foram calculadas para uma função militar muito definida.
Mas, apesar dele ser estritamente funcional, não lhe falta grande beleza e encanto. E isso não obstante o fato de se tratar de uma construção pobre.
De onde vem essa beleza e esse encanto? Qual é o valor artístico desse castelo construído manifesta-mente com a preocupação principal de ser uma fortaleza e não de ser uma bonita construção?
O primeiro elemento de beleza é dado pelas águas. Tudo que fica à beira da água sobe de valor.
Se o castelo estivesse no meio do campo, ele perderia enormemente. Mas a água lhe dá uma moldura de irrealidade.
O céu e o castelo se refletem na água e toda a arquitetura se nobilita.
Há um modo digno e plácido do castelo dominar a água, que lha dá uma distinção aristocrática tranqüila. Por esta forma, o castelo sai da linha do vulgar.
De outro lado, é bonito que o contorno da ilha não seja regular. Há uma inopinada doçura nessa forma. E o que essa forma tem de achatarrada é vantajosamente compensado pelas torres.
Nada menos do que seis torres ou cúpulas se levantam no castelo. A torre principal domina todo o castelo com a sua massa. As pequenas torres lhe fazem cortejo. E o telhado superior dá toda a impressão de pertencer à capela do castelo, encastoada no corpo da construção.
Por outro lado, as duas ilhotas de forma tão diferente com uma torre separada têm um quê de inde-finivelmente digno e plácido apesar do seu ar de fortificação.
A torre flanqueada por duas outras menores, que lhe dão como que um apoio, e que se perde nas águas, fica distanciada do resto.
E depois, muito inopinadamente, há uma ilha com forma de quadrilátero, realçada por um arbusto e um grande gramado verde, com a beleza dos gramados europeus.
O conjunto dá um ar de calma, dignidade, altaneria, distinção, harmonia, mas ao mesmo tempo de fantasia que distraem a vista.
É o charme, o encanto, do pequeno castelo e da pequena vida de castelo, da pequena nobreza.
A arquitetura nos dá certa idéia de como era a vida nos castelos medievais. Sobre tudo nos mais numerosos: isto é, os mais pequenos povoados por uma nobreza ligada à terra. É uma nobreza que vive na familiaridade dos homens do trabalho manual e constitui o ponto de apoio da verdadeira aristocracia na massa da nação.
É essa nobreza que conseguiu em algumas regiões da França, levantar os camponeses contra a Revolução Francesa e produzir a Chouannerie. É este tipo de castelo, é este tipo de ambiente.
A vida que aqui se leva é de que gênero? Em geral as famílias típicas moradoras destes castelos eram numerosas.
O filho mais velho ficava no castelo. E como o castelo era ao mesmo tempo a sede de uma pro-priedade rural grande, ele se dedicava à agricultura e à criação, e exercia alguns poderes governativos sobre seus súditos.
Eram restos do feudalismo, que é o regime político, social e econômico no qual esse tipo de construção foi concebido.
Um nobre desse tipo, de vez em quando freqüentava a corte do rei, aonde ele tinha um lugar proto-colar, embora modesto, mas definido, em razão de sua categoria e de seu nascimento.
Mas, em geral, a sua vida era pacífica. Quando moço ele servia no exército, e quando ele se tornava um pouco mais maduro, ele se retirava para as suas terras.
E então entregar-se o resto da vida à agricultura, à criação, a esse pequeno governo local, à educação de seus filhos, ao convívio com sua esposa, e de vez em quando ele ia ver o rei em Paris. Era esta a vida calma e operosa de um castelão desse tipo.
(Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, palestra pronunciada em 4/9/1967. Sem revisão do autor).
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A maravilha do Castelo de La Brède consiste precisamente em ser micro.
Trata-se de um pequeno castelo francês. Não é um castelo de grande luxo, é uma habitação comum com proporções de um castelo.
Ele tem certa importância histórica porque nele morou o célebre ‒ e, aliás, malfazejo ‒ barão de Montesquieu. O castelo fica na Gironde, nas proximidades de Bordeaux.
A arquitetura de suas várias partes é um pouco singular. Ele tem um corpo grande, uma ponte levadiça, por baixo da qual corre água, de maneira que, suspensa, ninguém entra no castelo.
Por fim, outro corpo de edifício numa ilhazinha autônoma ligada pela ponte levadiça. Há ainda uma terceira ilha.
Tudo é fortificado. Por qualquer lado, o que se encontra é uma fortificação. É um sistema de defesa do castelão e de sua família na hipótese de um ataque.
O lago ‒vê-se pelo traçado ‒ que é artificial, ou foi um lago natural muito retificado em seus contornos. Ele serve de fosso para o castelo.
Todas as janelas do castelo ficam a considerável altura da superfície das águas.
De maneira que, até encostar um barco para subirem homens armados, estes facilmente podem ser atingidos pelos defensores postados nas janelas mais altas. E o ataque direto ao castelo fica difícil, para quem queira atingi-lo por água.
Então, o recurso do invasor é entrar pela porta. Mas ali encontra várias dificuldades.
Quem entra pela estrada tem que fazer baixar a ponte levadiça e travar uma batalha. Mas, suspendendo a ponte levadiça, a porta de entrada é quase inacessível.
Quem quiser fazer o ataque desse lado é atingido pelas setas dos defen-sores da torre. E o telhado pontudo é feito para evitar que projéteis incendiados caiam sobre os defensores
O quadrilátero é um segundo campo de batalha. Se os defensores da fortaleza forem derrotados na primeira ilha, eles fogem e se fecham na segunda e começam mais uma batalha. Se eles forem derrotados, eles fogem para a terceira e começam outra batalha.
Ou os agressores são em número extremamente grande ou esse castelo é inconquistável.
(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, palestra pronunciada em 4/9/1967. Sem revisão do autor).
Castelo pequeno, grande história
As origens do castelo de La Brède misturam lenda e realidade. Em 1079 o senhor do castelo e o campeão do exército de Navarra, de nome Hernandes, decidiram resolver o assalto da cidade de Bordeaux por meio de um “duelo singular”.
Em certas guerras medievais, para poupar vidas e desgaste, cada lado escolhia seu campeão que iam duelar. A vitória da batalha era reconhecida ao vencedor do “duelo singular”.
A vitória do senhor de La Brède acabou com o conflito por Bordeaux.
Naquela época, o castelo provavelmente era de madeira e pousava sobre uma colina artificial resultante da escavação do fosso protetor.
Ponte levadiça
Em 1306, La Brède foi feito novo. O plano da época permite discernir “uma das mais antigas fortalezas da Gironda”.
Na guerra dos Cem Anos, o castelo foi deteriorado por tiros de canhão. Então o castelo foi reforçado: um terceiro fosso elíptico em volta dos dois então existentes.
Uma série de pontes levadiças protegidas por muros cheios de “archères” (fendas para os arqueiros jogarem frechas contra o inimigo) permitiam o acesso bem vigiado ao pátio principal, verdadeiro coração da fortaleza.
No centro do pátio, estava o poço d’água, indispensável para a vida e para a resistência em caso de assédio.
Uma torre alta de trinta metros garantia as costas.
Sobre o pátio dava a grande sala que na Idade Média servia para todas as funções que requeressem grande espaço coberto.
Também nesse andar térreo ficavam os quartos dos soldados, a cozinha e a área dos empregados.
Château de La Brède, o grande salão ou aula.
No primeiro andar, sobre a grande sala baixa se situava a grande sala alta, ou aula, destinada a solenidades, refeições e a vida do senhor.
Ela tinha uma grande chaminé decorada com pinturas de personagens a cavalo. O resto do andar servia de residência à família do senhor.
Com o apaziguamento das guerras medievais, o castelo perdeu sua finalidade primeira militar, e passou a ser uma residência agradável. As pontes levadiças ficaram como ornamento. O interior foi todo decorado e reformado e os espaços melhor aproveitados.
Porém, como todos os castelos em geral, La Brède ficou um foco de cultura, desenvolvida por seus proprietários.
Em 1689 nasceu no castelo Charles Louis de Secondat, o universalmente famoso barão de Montesquieu.
Montesquieu ali viveu, trabalhou, escreveu suas grandes obras e recebeu personagens célebres num ambiente que ele se regozijava chamar de “gótico”.
Château de La Brède: o quarto de Montesquieu.
O famoso escritor transformou profundamente a natureza em volta do castelo. Grandes trabalhos de irrigação e saneamento de pântanos visando desenvolver a agricultura, como já tinham feito em certas partes seus antepassados.
E também belos jardins à francesa e florestas plantadas com fantasia e ao mesmo tempo rigor matemático, entremeadas de tapetes verdes bordejados de flores ordenados em belas perspectivas.
Montesquieu acrescentou jardins à inglesa que ele admirou numa viagem à ilha em 1731.
Pois Montesquieu foi um “gentleman farmer”, quer dizer um nobre que se ocupa empenhadamente na melhora da agricultura e da jardinagem.
Quando explodiu a Revolução Francesa, a família Montesquieu não morava mais no castelo tendo cedido às seduções da cidade.
A família foi perseguida pelo furor igualitário. Alguns emigraram outros foram encarcerados e morreram.
Charles Louis de Secondat (1749-1824), neto do famoso Montesquieu e barão de La Brède, participou em várias guerras e acabou se somando aos exércitos monarquistas.
Em represália, o castelo foi confiscado pelos revolucionários, depredado e abandonado, caindo em ruínas.
Durante a restauração monárquica começou a reconstrução.
Um discípulo do arquiteto Eugène Viollet-Le-Duc, restaurou e modernizou o castelo.
La Brède não foi danificado pelas Guerras Mundiais e serviu de local de conservação de obras de arte tiradas das regiões mais focadas pelas batalhas.
Até 2004, La Brède foi uma residência familiar onde morava a condessa Jacqueline de Chabannes. Desde então é um ponto de atração cultural. A história do castelo passou a atrair cada vez mais visitantes.
Em soma, um castelinho pequenininho e uma história grande. Como tantos outros castelos da Idade Média!
Vídeo: o encanto do castelinho e da vida da pequena nobreza
Também conhecido como “Castelo do Conto de Fadas”, localiza-se próximo de Honau, em Baden-Württemberg, Alemanha.
Remonta a cerca de 1200. A fortificação medieval dos senhores de Lichtenstein foi por duas vezes destruída durante a Guerra do Império.
Em 1802 as ruínas passaram para o rei Friedrich I de Württemberg que fez erguir um pavilhão de caça. O atual castelo surgiu entre os anos de 1840 e 1842 obra de Wilhelm I, duque de Urach, conde de Württemberg. O estilo é neo-gótico. Os duques de Urach conservam sempre a propriedade.
Marksburg
Junto ao rio Reno, é o único castelo medieval do Médio Reno que nunca foi destruído.
Foi construído para proteger a cidade de Braubach e reforçar as facilidades aduaneiras. Por volta de 1117-1231 foi mencionada pela primeira vez. Em 1283 o Conde Eberhard de Katzenelnbogen comprou o castelo.
Burg Katz localiza-se na cidade de Sankt Goarshausen, sobre o Reno.
Em posição dominante, foi erguido por volta de 1371, pelo conde Wilhelm II de Katzenelnbogen.
O castelo foi bombardeado em 1806 e reconstruído entre 1896 e 1898.
Atualmente é propriedade privada.
Marienberg
No ano 704, foi construída a “igreja de Maria” no cimo de um antigo abrigo celta. A igreja ficou rodeada pela primeira fortaleza no século XIII. Em maio de 1525, durante a “guerra dos camponeses”, 8.000 protestantes enlouquecidos que assediavam o castelo foram massacrados ou cegados pelo Bispo. Os nazis lembraram do fato para se afastar da Igreja Católica.
Em 1600, Julius Echter reconstruiu um palácio renascentista depredado pelo calvinista Gustavo II Adolfo da Suécia, na Guerra dos Trinta Anos. Após a Guerra foi erguida uma fortificação barroca ainda mais formidável.
Marienberg foi sede aos Príncipes-Bispos de Würzburg até ao início do século XVIII.
Hohenschwangau
Construído sobre os restos da fortaleza Schwanstein do século XII por obra de uma família de cavaleiros. No século XVI, a fortaleza mudou de mãos várias vezes até que caiu em ruínas no século XIX.
Em 1832, o Rei Maximiliano II da Baviera entusiasmado pela beleza da área, adquiriu a propriedade e iniciou a construção do atual palácio em estilo neogótico.
Hohenschwangau foi a residência oficial de veraneio e de caça dos Rei da Baviera. Em 1869, Luís II iniciou a construção de Neuschwanstein depositando uma pedra de Hohenschwangau.
Hoje, ele pertence a Franz, Duque da Baviera.
Ussé
Almodóvar del Rio
Na província de Córdoba, Andaluzia, no caminho medieval para Sevilha.
A primitiva ocupação do sítio remonta a um castro dos Iberos, posteriormente fortificado pelos romanos.
A estrutura atual remonta à ocupação muçulmana, quando integrava o Emirado de Córdoba. Na época da Reconquista cristã foi tomado por São Fernando III de Leão e Castela, em 1240.
Pertenceu à Ordem de Calatrava. Em 1629, Felipe IV vendeu-o a D. Francisco De Corral y Guzmán, cavaleiro da Ordem de Santiago.
Entre 1903 e 1911, o seu proprietário, conde de Torralva, iniciou vasta reconstrução. Sofreu danos na Guerra Civil Espanhola.
É propriedade privada aberto ao público.
Belmonte
No morro de San Cristóbal, na província de Cuenca.
Foi mandado construir pelo marquês de Vilhena em 1456. No século XIX, Eugenia de Montijo executou grande reforma.
No século XX, pertenceu às juventudes falangistas que fizeram instalações insensatas destruindo os telhados.
Hoje pertence à Casa Ducal de Peñaranda, descendentes da Duquesa de Alba e se encontra em fase de reabilitação.
Calatrava la Vieja
Na margem esquerda do rio Guadiana, Castilla-La Mancha, Espanha.
Erguido pelos muçulmanos, em plena Reconquista foi tomado por forças cristãs dos reis Afonso VIII de Castela, Pedro II de Aragão e Sancho VII de Navarra, no início do século XIII. O castelo foi doado à Ordem dos Templários.
Mais tarde foi guarnecido pelos cavaleiros da Ordem de Calatrava.