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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Do castelo do Mosteiro de Rodilla (construído no século X, na região de Burgos, na Espanha) restou apenas uma torre sobre uma elevação.
É inegável que o fotógrafo focalizou um ângulo que causa uma impressão de heroísmo verdadeiramente sublime.
Por que provoca tal impressão? Um mosteiro não foi construído para se rezar?
Como então ele tem uma torre combativa como essa?
Que sentido tem um mosteiro-torre? Um mosteiro-fortaleza não é algo irreal?
A resposta é simples.

Tais mosteiros muitas vezes estavam situados no campo, pois os monges queriam viver em recolhimento, longe das cidades.
E para tal objetivo, precisavam viver protegidos dos ataques dos infiéis. Daí a construção de mosteiros-fortalezas.
Eram verdadeiras fortalezas, defendidas por monges obrigados pelas exigências a serem monges-guerreiros.
Suas mãos, muitas vezes ungidas, seguravam o cálice, o rosário, benziam, ministravam os sacramentos, davam absolvição — eram mãos símbolos de bênção e de paz.
Entretanto, se de longe eles vislumbravam os maometanos — o risco de vida evidente, assim como risco de profanação dos lugares sagrados, de violação das mulheres das redondezas —, era então a hora da coragem, aquelas mãos empunhavam a espada.

Ela é testemunha de gloriosas e antigas batalhas, de uma missão histórica esplendidamente realizada; uma lembrança do passado, quase uma relíquia abençoada pelo Céu.
O fotógrafo foi feliz ao registrar, com muito senso artístico, o movimento das nuvens acima da torre.
Tem-se a impressão de que a luz avança por esse céu cheio de nuvens, ilumina e cobre a construção com uma espécie de auréola — símbolo do amor de Deus que paira e ajuda a compreender a alta expressão moral da torre.
Para se sentir bem ao vivo o quanto as inovações do nosso século têm de degradante, imaginem junto à torre, por exemplo, um jipe... A simples presença de tal veículo estragaria o panorama, como que insultaria a torre.

A marca mecânica de nosso século não se compagina com esse panorama heroico.
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