Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Chinon é o castelo memorável onde Santa Joana d'Arc foi encontrar o Delfim da França, então em plena derrota e devorado por dúvidas interiores.
Naquele castelo, a Santa lhe disse da parte de Deus que era o Rei da França. Por este fato as pedras que restam merecem ser osculadas.
Chinon está em ruínas. Continuam de pé as muralhas e três torres. O resto está arrasado.
A própria sala onde Santa Joana d'Arc encontrou o Delfim, e onde se passou a cena impressionante dela se ajoelhar diante dele para dizer da parte de Deus que ele era filho legítimo do rei de França, portanto, era ele o legítimo rei de França, foi demolida por ordem expressa de Richelieu, um Cardeal-bispo de política absolutista.
A torre que sobra é muito bonita!
Há qualquer coisa que impressiona nessas ruínas por tudo quanto se passou de grandioso naquele lugar.
Parece se sentir ainda no ar os anjos e as bênçãos daquela hora excepcional.
Santa Joana d'Arc chegando a Chinon |
Um ósculo tem um sentido reparador do cepticismo de vários da entourage da côrte do Delfim, que não acreditavam que Santa Joana d’Arc trazia uma mensagem divina.
Também pela conduta do Delfim que se mostrou débil e fraco até durante o processo de Santa Joana d'Arc. Ele poderia e deveria ter feito de tudo para salvar Santa Joana d'Arc, e foi mole.
Tudo isso convida a uma reparação.
O rio corre amistoso e doce para o seu confluente e de lá caminha placidamente até o oceano, atravessando a cidadezinha que vive confortavelmente, mas sem grandes modernidades.
Na Idade Média, essas cidades viviam fechadinhas sobre si mesmas e olhando com devoção para o seu próprio passado, na pureza e na moderada, mediana, mas real, distinção de seu modo de ser e de seu modo de viver, despreocupadas com o resto do mundo.
A massa impressionante do castelo, a cidadezinha ao pé dele, o rio, e até a côr da terra forma um contraste agradável.
A pedra do castelo está trabalhada, mas desgastada e furada por toda espécie de coisas. De onde é que vem o muito bonito dele?
É uma altivez, uma segurança de si mesmo, uma sobranceria de olhar de cima para baixo as coisas, que verdadeiramente encanta.
Houve um certo dinamismo no castelo pelo onde ele se ergue como uma pessoa viva que com toda a sua estatura tende para o mais alto possível. No fundo tende para o Céu. Há qualquer coisa do desejo do Céu antes de tudo nesse castelo.
Ter-se-ia a impressão que o espírito das pessoas que o construíram é possuído pelo desejo das mais altas coisas: da visão beatífica de Deus Nosso Senhor, do Céu Empíreo. E, na terra, do que há de mais nobre, mais alto na ordem metafísica.
Por causa disso sentiam a sua elevação, a sua dignidade, a sua nobreza enquanto pessoas batizadas e católicas.
Por causa disso sabiam pôr todas as coisas no seu lugar. Pôr no lugar, não é esmagar, não é dar ponta-pés, é pôr em ordem. E tanto amavam a hierarquia do que ficava acima, quanto amavam a hierarquia do que vinha abaixo. Por causa disso sabiam se distanciar do que vinha abaixo, mas distanciar sem desdém, sem pouco caso, mas pelo amor da dignidade que Deus tinha posto nelas.
É uma altivez de cavalheiro, de herói, de cruzado. Não é a altivez de um parvenu milhardário que ganhou muito dinheiro negociando com moedas. É completamente diferente.
Aqui há a batalha, o sacrifício, o risco, a fé, o ideal e a consciência do valor de tudo isso. É a alma do guerreiro católico.
Nisso se percebe o conceito católico da palavra altivez. Não é uma definição moral, mas é uma expressão psicológica desta virtude que se nota aí.
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