![]() |
| Castelo de Missillac |
![]() |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Há uma diferença fundamental entre o homem moderno e o homem medieval.
Não podemos nos iludir: os homens da Idade Média eram homens como nós, concebidos no pecado, que tinham que fazer muito esforço para se vencerem a si próprios e serem bons.
E houve medievais ruins, pecadores, criminosos ou heréticos, além de bons, virtuosos, campeões da lei e da fé.
Eles também encontravam um contexto social e econômico muito conturbado. Mas de um modo diverso: a civilização e a ordem romana haviam ruído estrepitosamente. Não havia ordem no início da era medieval. Tudo era caos e confusão.
E essa desordem geral era propícia a toda espécie de crimes e abusos que, de fato, aconteciam.
![]() |
| Castelo de Montsoreau, Pays de la Loire |
Enquanto o bandido moderno – e muitas vezes o não-bandido moderno – ostentam uma frieza assustadora, inumana até, diante do crime ostensivo ou dissimulado, o medieval chorava sincera e profundamente seus pecados.
Vejamos o caso de Foulques Nerra (965/970-1040), duque de Anjou. Ele foi um homem muito característico dos primeiros séculos medievais:.
Ele foi um personagem de temperamento violento e de uma energia pouco comum. Nele ainda fervia o sangue dos bárbaros não há muito batizados.
Passou para a história como “um dos batalhadores mais agitados da Idade Média”, segundo o historiador Achille Luchaire.
Fazendo jus ao não remoto sangue bárbaro, Foulques foi cruel. Porém, depois de suas más ações, sua consciência falava. E aqui encontramos uma diferença com o bandido moderno.
Foulques tinha um coração amante e um enlevo de criança pela pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo que lhe fazia sentir o mal moral e a ofensa a Deus de suas más ações. Ele era um homem muito sensível ao bem e ao mal.
Por isso ele sentia remorsos e fazia sinceras penitências. Já foi escrito que “seus remorsos estavam à altura de seus crimes”.
![]() |
| Quarto num castelo do vale do Loire |
Sabem eles que na origem dessa proliferação magnífica de castelos e também de abadias, estava um grande pecador e um grande penitente: Foulques Nerra?
Entre castelos para suas guerras e abadias para purgar suas ofensas a Deus, ele construiu assim cerca de cem prédios históricos.
Talvez Foulques seja o personagem a quem o vale do Loire mais deve castelos e abadias.
Mais. Peregrinou três vezes à Terra Santa (em 1002, 1006 e 1038), em reparação pelas suas más ações.
Em sua última romaria a Jerusalém, dirigiu-se com o dorso nu até o Santo Sepulcro, enquanto dois de seus servidores, por ordem sua, flagelavam-no e bradavam: “Senhor, recebei o péssimo Foulques, conde d’Anjou, que Te traiu e renegou. Olha para sua alma arrependida, ó Senhor Jesus!”
Após inúmeras guerras, ereção de castelos e abadias, Foulques se extinguiu na paz de Deus na cidade de Metz, na França, voltando da romaria penitencial da Terra Santa que acabamos de mencionar.
A bênção da penitência bem feita de Foulques Nerra ainda perfuma o famosíssimo vale do Loire povoado por seus castelos.
GLÓRIA CRUZADAS CATEDRAIS ORAÇÕES HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS







GLÓRIA
CASTELOS
CATEDRAIS
CIDADE
CONTOS
CRUZADAS
HERÓIS
ORAÇÕES
SIMBOLOS





Linda história! Adorei!!! Obrigada.
ResponderExcluirHoje não se faz mais castelos como antigamente e muito menos existem pessoas humildes e dignas, embora que violentas existam aos borbotões!
ResponderExcluirIpu Ceará, às 03h48min de 05.06.2014