Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A impressão que o castelo de Chenonceaux causa, à primeira vista, é de entusiasmo!
Qual é a razão pela qual ele produz esse sentimento?
Imaginemos que fosse um castelo construído em terra, e que, em vez de correr um rio debaixo dele, passasse uma estrada poeirenta comum, permitindo o trânsito de carroças, automóveis, etc., etc.
Não é verdade que o castelo perderia pelo menos cinqüenta por cento de seu encanto?
Com isso, fica claro o que seu construtor explorou para produzir essa sensação de inebriamento.
Foi uma obra baseada no seguinte princípio: todas as coisas que se refletem na água ganham em beleza.
Tem-se uma sensação paradisíaca vendo as águas do rio fluírem tão plácidas, marcadas pelo azul do céu, e o castelo que nelas se reflete reproduzindo a imagem de si mesmo.
Vê-se que a maior beleza do castelo consiste na concretização dessa idéia originalíssima de construir uma parte dele sobre uma ponte. E isso de maneira tal, que ele, por assim dizer, parece um cisne em cima da água.
Esse é um castelo-cisne. Ele flutua sobre a água como se fosse uma fantasia, uma coisa irreal, um sonho!
Por outro lado, quanta harmonia foi posta, segundo o espírito francês, nessa portentosa obra de arquitetura.
O castelo é constituído por três elementos distintos.
O primeiro deles é a ponte com os seus arcos, em cima da qual se construiu a ala mais leve do edifício.
O segundo elemento é o corpo central do castelo.
E por último, à esquerda, um torreão -- que deve ser o que restou de uma velha fortaleza medieval -- sólido, atarracado, grande, e que produz a sensação de estabilidade, ao último grau.
Chama a atenção o contraste entre os arcos da ponte, tão diáfanos e leves, e a base pesada da parte central.
Esse misto de firmeza, de estabilidade e delicadeza forma um contraste harmônico de qualidades opostas, que acentua a sedução inerente a essa parte do edifício.
São os três elementos sucessivos que dão encanto ao castelo e explicam sua beleza.
Ao fundo, nota-se um jardim esplêndido.
Um quadrilátero apresenta desenhos e vegetação lindíssimos, com aquela grama esmeraldina da Europa que aqui não se conhece.
Tal jardim é arranjado e "penteado" de tal maneira, que não o pode ser mais.
Para compensar o extremo do arranjado, há ao seu lado uma arborização "despenteada", puramente silvestre, que completa plenamente o panorama.
Em outros termos, tudo o que parece espontâneo foi estudado com uma sagacidade extraordinária, para provocar um efeito de conjunto.
Mas com tal perfeição, que a noção de harmonia nasce sem que a maior parte das pessoas consiga explicitá-la.
O sumo da harmonia consiste exatamente em que não se possa precisar, à primeira vista, no que ela consiste, exigindo muita atenção para a definir ...
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Coisa linda esse blog! Adorei!
ResponderExcluirestive la em outubro de 2011,deslumbrante.
ResponderExcluirAcreditava que era apenas sonhos ou delirio meu, hoje vejo aque é realidade. lindo sonho!
ResponderExcluirGostaria de um dia, conhecer.
todos lindos
ResponderExcluiradorei
ResponderExcluirMuito obrigada!
ResponderExcluirAmo viajar, mesmo que por alguns minutos, no tempo e visitar essas obras primas divinas....
Forte abraço.