terça-feira, 10 de abril de 2018

O castelo eleva a vida quotidiana do povo

Quarto da rainha Luisa de Lorena
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






É próprio de a nobreza cultivar um estilo de vida que procura a distinção, o bom gosto e a sublimidade.

Este estilo é comunicado como que por osmose às populações que vivem em volta do nobre.

Nada a ver com a proliferação de peças artísticas num morto museu hodierno.

Lá vivia-se e, em alguns casos, vive-se numa ante-sala do Céu convidando a todos a aspirar às grandezas de nossa última e definitiva moradia.

O castelo de Chenonceaux é um exemplo destacado desta missão da nobreza e de seu estilo de vida.

Nas confusas origens das guerras feudais encontra-se um registro do século XI que nos fala da existência de um castelo originário, um simples manoir.



A ponte era usada pelos camponeses para levar produtos e gado.
Hoje é uma das galerias mais visitadas do mundo.
Tal vez nem fosse de alvenaria, mas de madeira como as primeiras fortalezas feudais.

Registros de séculos posteriores falam de um moinho fortificado no local.

A fortaleza controlava algo muito importante: a circulação pelo rio Cher.

Não existia ainda a ponte, mas o local era propício para os pastores e camponeses, comerciantes, trovadores, vendedores ambulantes e saltimbancos atravessarem o rio.

Esse, aliás, era uma artéria preciosa para o transporte de mercadorias e para o comércio.

Não seria de espantar que os senhores feudais cobrassem taxas aos estrangeiros. Os aldeões ligados pelos vínculos da feudalidade já tinham seus acordos.

Quarto no andar superior onde moravam os nobres.
Os senhores de Marques, proprietários da primeira fortaleza engajaram-se na guerra dos Cem Anos do lado inglês, e os fiéis do rei queimaram o manoir em 1411.

Em 1432, Jean II Marques refez um novo castelo e um moinho fortificado sobre os fundamentos da fortaleza arrasada.

A torre de menagem (la Tour des Marques) foi recuperada e pode ser visitada, é a parte mais genuinamente medieval do conjunto.

Após muitos litígios judiciários, Chenonceaux recaiu em Thomas Bohier ministro do rei que entre 1513 e 1521 iniciou a construção do atual castelo.

Mais algumas voltas da história e o castelo passou para a Coroa que construiu a ponte que constava nos planos originais.

Quarto dito "Câmara das Cinco Rainhas"
Pois, o castelo deve sua originalidade ao fato de constituir uma ponte sobre o rio Cher. Os castelões moravam no andar superior.

Entre eles, menciona-se a rainha viúva Luisa de Lorena, esposa de Henrique III assassinado em 1589.

A rainha viveu em Chenonceaux até sua morte rodeada de religiosas.

Assim, o castelo que teve um período em que chegou a ser residência de uma favorita do rei Henrique II, transformou-se numa espécie de convento.

Um aposento especial estava reservado para as filhas e as noras da rainha Catarina de Médici: a chamada Câmara das Cinco Rainhas (Maria Stuart, Margarida da França, Luisa de Lorena, Isabel de Áustria e Isabel de França).

Após a Renascença, o castelo voltou a mãos de particulares, e assim permanece até hoje, através de muitas peripécias, sendo a residência particular mais visitada da França.

Um dos salões do primeiro andar. A vida nobre é conatural com a vida do campo.
A ponte para atravessar o rio é de tal beleza que os visitantes esquecem sua finalidade prática.

A mobília permite apreciar o tom que nobres, aristocratas e príncipes reais comunicavam à vida quotidiana.

O exemplo edifica e convida à elevação moral e cultural da vida familiar e social.



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