quarta-feira, 10 de março de 2021

Fontainebleau: um anseio de alma em busca do Céu

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








A primeira impressão que a sala produz é de aturdimento, tal a pluralidade de cores e coisas belas.

O teto é de rara beleza, porque lembra a abóbada celeste. Não exibe nada de lambido dos edifícios modernos.

Chama a atenção como as pinturas da sala realçam as traves, tornando-as um elemento de decoração a mais.

Cores muito bem escolhidas: azul esverdeado claro, ouro velho, em arabescos muito elegantes que exploram o pontudo e o ovalado.

Os lustres são de conto de fadas.
É um escachoar de cristais diversos que multiplicam a luz das velas, produzindo efeito de refração do espelho, o qual aumenta a luz das velas. Ademais, altamente funcional.
Veja vídeo
Fontainebleau: anseio
à procura do Céu

Nas paredes não foram colocados quadros, mas tapeçarias com desenhos magníficos. Tudo isso detém o espírito do observador, de maneira a atrair sua admiração.

O mobiliário, muito elegante e leve, está habilmente disperso pela sala, o que provoca ao mesmo tempo impressão de muita mobília, mas com vazios importantes.


Um dos segredos de uma sala bonita é apresentar vazios importantes, o que nem sempre o brasileiro compreende.

Nesse sentido, tenho visto salas empetecadas de móveis, onde não se pode dar um passo sem esbarrar num deles.

A beleza cromática da sala está no seguinte: as janelas têm vidros transparentes, portanto a luz que penetra é inteiramente a diurna, mas compensada por um mundo de cores presente no conjunto da sala.

Quase se poderia dizer que todas as cores possíveis estão representadas.

Entretanto, para que o ambiente não ficasse por demais sobrecarregado, todas elas estão em grau muito pálido, quase que se fundindo umas nas outras.

E a variedade cromática diverte e descansa os olhos maravilhosamente.

Um elemento decorativo a mais dentro desse conjunto é a porta.

Constituída por uma série de painéis, todos muito delicados, muito leves, que contrastam com o sobrecarregado de outras partes do ambiente.

Para concluir, desejo esclarecer que não estou querendo demonstrar ser o castelo simplesmente bonito.

Mas que houve manifestamente a intenção de se construir um ambiente que superasse a natureza criada e compensasse um pouco o que esta vida tem de “Terra de exílio”.

E, portanto, a ideia de que o homem é feito para coisas maiores que as dessa Terra.

Há nesse ambiente um apelo para algo mais alto, que é um anseio de alma em busca do Céu. Esse é o significado religioso da Sala do Conselho Real do Castelo de Fontainebleau.

O castelo de Fontainebleau (depois de Versalhes, o mais importante dos castelos franceses) foi construído no século XVI pelos reis da dinastia de Valois.

Quando essa dinastia extinguiu-se, ele passou para a dinastia de Bourbon. E foi, ininterruptamente, residência real até a Revolução Francesa. Napoleão I e Napoleão III também residiram nesse castelo.



(Fonte: CATOLICISMO, Maio de 2012)




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Um comentário:

  1. Quando leio sobre esses castelos, me transporto através da leitura para dentro de suas paredes, quase sinto o cheiro de suas mobílias de seus jardins, fico fascinada com tantos detalhes muito bem relatados, enfim, quase sinto a Alma do Castelo!!!

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