Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A primeira impressão que a sala produz é de aturdimento, tal a pluralidade de cores e coisas belas.
O teto é de rara beleza, porque lembra a abóbada celeste. Não exibe nada de lambido dos edifícios modernos.
Chama a atenção como as pinturas da sala realçam as traves, tornando-as um elemento de decoração a mais.
Cores muito bem escolhidas: azul esverdeado claro, ouro velho, em arabescos muito elegantes que exploram o pontudo e o ovalado.
Os lustres são de conto de fadas.
É um escachoar de cristais diversos que multiplicam a luz das velas, produzindo efeito de refração do espelho, o qual aumenta a luz das velas. Ademais, altamente funcional.
Fontainebleau: anseio à procura do Céu |
Nas paredes não foram colocados quadros, mas tapeçarias com desenhos magníficos. Tudo isso detém o espírito do observador, de maneira a atrair sua admiração.
O mobiliário, muito elegante e leve, está habilmente disperso pela sala, o que provoca ao mesmo tempo impressão de muita mobília, mas com vazios importantes.
Um dos segredos de uma sala bonita é apresentar vazios importantes, o que nem sempre o brasileiro compreende.
Nesse sentido, tenho visto salas empetecadas de móveis, onde não se pode dar um passo sem esbarrar num deles.
A beleza cromática da sala está no seguinte: as janelas têm vidros transparentes, portanto a luz que penetra é inteiramente a diurna, mas compensada por um mundo de cores presente no conjunto da sala.
Quase se poderia dizer que todas as cores possíveis estão representadas.
Entretanto, para que o ambiente não ficasse por demais sobrecarregado, todas elas estão em grau muito pálido, quase que se fundindo umas nas outras.
E a variedade cromática diverte e descansa os olhos maravilhosamente.
Um elemento decorativo a mais dentro desse conjunto é a porta.
Constituída por uma série de painéis, todos muito delicados, muito leves, que contrastam com o sobrecarregado de outras partes do ambiente.
Para concluir, desejo esclarecer que não estou querendo demonstrar ser o castelo simplesmente bonito.
Mas que houve manifestamente a intenção de se construir um ambiente que superasse a natureza criada e compensasse um pouco o que esta vida tem de “Terra de exílio”.
E, portanto, a ideia de que o homem é feito para coisas maiores que as dessa Terra.
Há nesse ambiente um apelo para algo mais alto, que é um anseio de alma em busca do Céu. Esse é o significado religioso da Sala do Conselho Real do Castelo de Fontainebleau.
O castelo de Fontainebleau (depois de Versalhes, o mais importante dos castelos franceses) foi construído no século XVI pelos reis da dinastia de Valois.
Quando essa dinastia extinguiu-se, ele passou para a dinastia de Bourbon. E foi, ininterruptamente, residência real até a Revolução Francesa. Napoleão I e Napoleão III também residiram nesse castelo.
GLÓRIA CRUZADAS CATEDRAIS ORAÇÕES HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS
Quando leio sobre esses castelos, me transporto através da leitura para dentro de suas paredes, quase sinto o cheiro de suas mobílias de seus jardins, fico fascinada com tantos detalhes muito bem relatados, enfim, quase sinto a Alma do Castelo!!!
ResponderExcluir