terça-feira, 27 de novembro de 2012

A Torre dos Ratos: sorriso do triunfo da Igreja sobre a barbárie

A Torre dos Ratos, posto defensivo avançado do castelo de Ehrenfels, em ruínas no alto
A Torre dos Ratos (embaixo) era atalaia do castelo de Ehrenfels (no alto)

O castelo de Mäuseturm, (literalmente Torre dos Ratos) é uma torre fortificada sobre uma ilha do Reno, perto da cidade de Bingen.

O nome desta cidade ficou famoso, entre outras coisas, porque nela viveu e está enterrada num convento muito próximo Santa Hildegarda de Bingen.

A torre foi construída no século XIII para servir de posto avançado de defesa do castelo assaz mais importante de Ehrenfels, no lado direito do Reno.

A palavra mausen significa pegar ratos, e sobre tudo espreitar.

As palavras Maut e Mautturm significam respectivamente pedágio e a Torre do Pedágio.

O nome final de Mäuseturm deve ser interpretado como a Torre do Pedágio de Ehrenfels.

A torre teria sido construída por Dom Hatto II, arcebispo de Mogúncia no século X.


A lenda conta que esse arcebispo tinha um gênio péssimo. E lhe atribui o fato de numa época de muita fome ter recusado auxílio aos pobres, enquanto seus celeiros estavam cheios.

Como os pobres não cessavam de mendigar, o cruel prelado teria encerrado eles numa granja e teria ordenado queimá-los todos.

Ouvindo os infelizes gritando de dor, ele teria perguntado cinicamente: “Estão escutando os ratos gritando lá embaixo?”

Dom Hatto II, arcebispo de Mogúncia, comido pelos ratos, segundo a lenda
Dom Hatto II, arcebispo de Mogúncia, comido pelos ratos, segundo a lenda
Foi nesse momento que milhares de ratos saíram um pouco de toda parte.

O número era tão assustador que os empregados do mau arcebispo fugiram.

Dom Hatto subiu logo numa barca e desceu o Reno até a ilha onde agora está a torre, achando que ali ficaria a seguro.

Mas os ratos o perseguiram como movidos pela Justiça divina e acabaram o devorando vivo.

A lenda, embora muito fantasiosa, explicaria o nome da ilha, e inspirou romancistas anti-clericais do século XIX.

Mas, voltando para História, houve castelos que em alguma época de sua existência, foram ocupados por senhores bandidos.

E isto especialmente quando a Idade Média nascia entre povos que ainda não acabavam de abandonar a barbárie,

Veja vídeo
A "Torre dos ratos":
e os castelos do Reno

Nesses casos, as fortalezas serviam de pontos de refúgio após suas malfeitorias, um pouco como em séculos posteriores houve ilhas de piratas.

No Reno, alguns desses senhores cobravam injustos pedágios aos navios comerciantes ou de passageiros.

Por vezes, roubavam a carga, sequestravam pessoas com ar de ricas visando cobrar resgate, ou matavam os marinheiros. A lenda do arcebispo parece aludir a esses tempos infaustos.

A influência da Igreja Católica foi decisiva para apaziguar esses turbulentos senhores.

A pregação do Evangelho, o ensino do catecismo, a distribuição dos sacramentos e sobre tudo o exemplo de vida de clérigos, religiosos e religiosas, foram mudando os costumes.

E aqueles senhores se tornaram mais civis e menos belicosos.

Como resultado da mudança dos costumes, ao longo do tempo, nasceu naquelas fortalezas uma “vie de château” (“vida de castelo”) cristã.

Os senhores foram mobiliando e adornando os castelos, tomaram ares nobres, se civilizaram, conseguiram comprar de verdadeiros nobres terras que conferiam um título de nobreza.

A Torre dos Ratos numa ilha do Reno
A Torre dos Ratos numa ilha do Reno
Afinal, o neto ou bisneto do bandido acabou se tornando um pequeno barão civilizado que já não roubava mais os vizinhos ou os navegantes.

A pitoresca torre sobreviveu a todas as guerras. Ela foi destruída pelos protestantes suecos em 1636 em plena guerra de religião contra os católicos.

Ainda voltou a ser destruída em 1689 durante as devastadoras campanhas do rei da França Luís XIV que invadiu a região de Renânia Palatinado, movido pelo espírito absolutista revolucionário.

O rei Frederico-Guilherme IV da Prússia mandou reforçar as ruínas em 1848 e fez reconstruir a Torre em estilo neogótico em 1855.

A Torre hoje permanece como um sorriso da sociedade orgânica medieval.

Ela é todo um exemplo do triunfo da caridade católica sobre a barbárie e o crime pela força da graça e da prática dos Mandamentos.

A abertura de alma dos povos primitivos que habitaram o Reno à influencia da Igreja Católica atraiu as bênçãos do Céu na era medieval.

Essas bênçãos contribuíram possantemente para inspirar uma Civilização autêntica – a Cristã – do qual o mundo moderno sente tanta necessidade.




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Um comentário:

  1. Isto é mentira que os cristãos atacavam os católicos ; a história prova isto que é o contrário , todas perseguições partiram de bispos católicos que resultou na triste inquirição que até pouco tempo eram vendidas indulgências que por arrecadar dinheiro dos coitados tornou-se esta potência em nome de Deus o Qual nunca teria apoiado aquela barbaridade e não ficando contente com os princípios cristãos mudaram até as Leis de Deus do Êxodo 20 ; graças a Deus estou livre pelas graças de Deus.

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