terça-feira, 10 de setembro de 2013

Palácio dos Doges de Veneza: sublimidade, simplicidade, arte e aristocracia

Palácio dos Doges de Veneza: sede de governo de uma república aristocrática
Palácio dos Doges de Veneza: sede de governo de uma república aristocrática
A renda de pedra do Palácio dos Doges de Veneza é o lado surpreendente do mais sublime caixotão que possa haver.

Porque este é o mais sublime caixotão da História, porque é um caixote, mas que caixote!

Há uma inversão: a parte pesada fica em cima. Mas, para desfazer a parte pesada, há um desenho de pedra que é uma beleza.

As ogivas, no estilo gótico veneziano, foram duas fileiras de uma delicadeza e de uma beleza linda. Mas o “caixotão” não pesa em cima delas.

Delicada renda de pedra sustenta o "caixotão" mais sublime da Terra.
Delicada renda de pedra sustenta o "caixotão" mais sublime da Terra.
E para o caixotão não ficar lambido, as formas pontudas se repetem na parte superior do “caixotão”.

O princípio monárquico resplandece no balcão no qual o Doge assomava para contemplar o mar e o povo, as grandes riquezas de Veneza.

Por baixo há uma galeria coberta para o povo poder circular e por toda parte os famosos pombos de Veneza.

Na praça erguem-se duas colunas, uma com o dragão e outra com São Jorge.

Entre essas duas colunas se davam as execuções capitais. Creio que foi aí que foi decapitado o Doge Martim Falheiro porque conspirou para diminuir o poder da nobreza, estabelecendo uma monarquia em Veneza. Então, foi decapitado.

A Ponte dos Suspiros sai do Palácio e entra num prédio que era a prisão. É uma ponte linda, dita dos suspiros, pois o réu condenado que por ali atravessava não iria ver mais a cidade de Veneza.

A beleza de Veneza manifesta-se em tudo. Nos cantos dos telhados são as garguri, calhas para o escoamento da chuva.

Em Veneza, tudo está carregado de cores, sons e hipérboles
Em Veneza, tudo está carregado de cores, sons e hipérboles
Mais na frente um dragão magnificíssimo.

É a prestigiosa Veneza onde tudo está carregado de cores, sons e hipérboles.

O Leão de São Marcos, símbolo da cidade e de seu padroeiro o Evangelista São Marcos, balança com elegância sua cauda pelo ar! É um leão alado.

Um embaixador do Sacro Império perguntou a um Doge: “Alteza sereníssima, em que país há leões alados?” Ele disse: “No mesmo país onde há águias com duas cabeças!”

Face ao Palácio dos Doges há um prédio incomparavelmente menos bonito. É que os reis da Itália realizaram uma unificação muito contestada e contestável pois visou aniquilar os antigos reinos, cidades livres que faziam da Itália um maravilhoso mosaico político social e cultural.

Esses mesmo reis da Itália unificava quando iam a Veneza, não ousavam hospedar-se no Palácio dos Doges, então hospedavam-se nesse prédio em frente. Muitas vezes unificar, é diminuir.

O espetáculo de Veneza comunica um antegozo do que pode ser um mundo inteira-mente católico, o Reino de Maria anunciado por Nossa Senhora.

Os reis da Itália unificada não tiveram coragem de morar no Palácio dos Doges
Os reis da Itália unificada não tiveram coragem de morar no Palácio dos Doges
Se o Reino de Maria exprimir essa soma e essa síntese que encanta em Veneza, sairá alguma coisa que nós não imaginamos.

Como os francos do tempo de Clóvis não imaginavam nem a Sainte-Chapelle, nem Versailles, como os obscuros botocudos que moravam nas ilhas de Veneza no tempo que isso era um pântano, tampouco imaginaram toda a magnificência que veio depois.

Desceram aí o batismo, a graça e o sangue de Cristo, os rogos de Maria, e o pânta-no se transformou em Veneza.

Sejamos inteiramente católicos e ninguém sabe de nossa alma o que poderá sair. Esse é o antegozo do Reino de Maria.

(Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, 15/2/1972. Sem revisão do autor)


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4 comentários:

  1. Magnífico! Esplendoroso! Joia da Nobreza!

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  2. Meus Prezados. Saudações.
    Tomo a liberdade de discordar do articulista, pois em visita à esse majestoso Palácio, pude aqilatar o explendoroso,
    rico e faustoso interior, de uma apresentação de tanta riqueza. Salões e Salas em quantidade tal, primando todos os locais, com decorações em riquíssimos mármores, ouro e uma variedade suntuosa de riquezas.
    Portante simplicidade não é uma adjetivação apropiada para esse palácio. Ele é um verdadeiro fausto

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    1. Prezado Pedro,
      De fato não há discordância entre o que o Sr. diz e o que está no artigo.
      O artigo analisa a linha arquitetônica e a aparência externa, que apresenta essa simplicidade genial.
      O Sr. comenta o fausto e a riqueza excepcional da decoração interna, que eu mesmo tendo visitado confirmo que é como o Sr. diz. Até um colega brasileiro achou que a riqueza e opulência abundância das obras de arte realizadas com materiais de máxima categoria, grandiosos sob todos os aspectos, tinham algo de esmagador, notadamente na Sala dos Quinhentos.
      Eu não iria tão longe, mas algo disso me pareceu sentir. O contraste desse interiores deslumbrantes com a fachada, acentua a "simplicidade" dela.
      Atenciosamente,

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  3. Lindos!!! magníficos simplesmente deslumbrantes! Histórias muito interessantes. Obrigada!!!!

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